Em entrevista ao Times Brasil – Licenciado Exclusivo CNBC, o analista Hugo Queiroz avaliou a intenção do BRB de adquirir 58% do Banco Master, destacando que a valorização das ações do BRB reflete a incorporação do patrimônio líquido do Banco Master ao balanço da instituição. “O banco antes negociava perto de R$ 3 bilhões, então está trazendo 58% de R$ 4 bilhões, que seria o valor patrimonial investido pelos sócios no Banco Master.
Ele alertou para os riscos da operação, principalmente em função das emissões de CDB do Banco Master com rendimento elevado. “Quando falamos de 170% do CDI, isso significa quase 31% só de taxa de crédito para recuperar essa captação. Se considerarmos despesas administrativas, tributos e rentabilidade, essa taxa ultrapassa 50%, o que torna a inadimplência um risco enorme”.
Queiroz também comparou a operação com aquisições passadas no setor financeiro e afirmou que a compra do Banco Master pode mitigar riscos sistêmicos.
“Isso se assemelha ao que foi feito com o PanAmericano pela Caixa e Banco do Brasil. Acreditamos que esse movimento reduz ou desinfla o risco ao longo do tempo”, Queiroz comentou.
Do ponto de vista estratégico, ele vê complementaridade entre as carteiras de crédito dos bancos. “O BRB é muito mais focado em pessoa física e consignado, com risco super baixo. Já o Banco Master tem presença forte em São Paulo e Nordeste, além de uma atuação diferenciada no mercado financeiro”, afirmou.
De acordo com Queiroz, apesar do potencial de crescimento, o mercado ainda precisa entender melhor os riscos envolvidos. “A valorização inicial pode ser seguida por um ajuste à medida que o mercado avaliar a execução da estratégia. O sucesso dessa aquisição dependerá de como será conduzida”, ele concluiu.
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