Publicado 12/01/2025 • 12:12
KEY POINTS
Alexandre Magnani, CEO do PagBank.
Reprodução LinkedIn.
O PagBank, banco digital brasileiro com 32,1 milhões de clientes, segundo o último relatório aos investidores, começa 2025 com a orientação de expandir na oferta de crédito e no mercado de pagamentos, disse o Alexandre Magnani, CEO, em entrevista à Agência DC News.
Com lucro líquido de R$ 572 milhões, um aumento de 30% no terceiro trimestre passado na comparação anual, a companhia – listada na bolsa de Nova York (NYSE) – também olha o open finance como oportunidade. “Vamos seguir na busca por expansão da oferta de crédito e investimento no open finance.”
O banco digital já vem evidenciando seu foco na concessão de crédito. Sua carteira cresceu 30% no 3T24, na comparação anual, e 11% na trimestral, superando os R$ 3,2 bilhões, segundo o relatório aos investidores. Para 2025, a aposta é na inteligência artificial como aliada, que vem em conjunto com o blockchain para aprimorar a análise de crédito e personalizar produtos.
Fidelizar clientes é outro desafio, porque apesar do aumento de 6,2% em sua base no 3T24 sobre o 3T23, o PagBank ainda lidera em número de reclamações ao Banco Central. “Temos investido em atendimentos pelo chatbot, com a IA já trazendo benefícios mensuráveis”, afirmou Magnani.
Confira a entrevista:
Qual é o alvo do PagBank em 2025?
Alexandre Magnani: Seguimos na busca por expansão da oferta de crédito e continuidade do crescimento acelerado no mercado em pagamentos, assim como aprimoramento constante dos nossos serviços. Estamos focados em consolidar nossa posição no mercado brasileiro.
E para alcançar as metas, a tecnologia entra?
Alexandre Magnani: Sim. O PagBank está investindo em tecnologias emergentes, como inteligência artificial, especialmente no atendimento, e usando a IA em conjunto com blockchain para aprimorar a análise de crédito, personalizar produtos e garantir maior transparência e segurança nas transações.
O mercado vê o open finance como uma grande aposta. Vocês também?
Alexandre Magnani: O open finance é uma grande aposta da empresa para facilitar a vida financeira de nossos clientes, porque agrega suas informações financeiras e permitindo comando centralizado a partir de uma única interface que é o app PagBank.
Os investimentos em tecnologia também têm a ver com o fato de que o PagBank lidera o número de reclamações junto ao Banco Central?
Alexandre Magnani: Reconhecemos a importância de um atendimento de qualidade e estamos implementando melhorias significativas, como o aprimoramento de uma central de atendimento mais ágil, soluções de autoatendimento digital e reforço nos canais de ouvidoria.
E isso já traz algum reflexo?
Alexandre Magnani: Sim. Este investimento em atendimentos pelo chatbot, com a IA, já traz benefícios mensuráveis, como a redução de custos e a otimização de processos como a troca de maquininhas.
O que orienta a companhia hoje?
Alexandre Magnani: Os dados do TPV [volume total de pagamentos]. É um indicador importante para o PagBank por refletir o volume de transações processadas. No terceiro trimestre de 2024, o TPV atingiu R$ 136,3 bilhões, um aumento de 37% em relação ao mesmo período do ano anterior. Esse crescimento demonstra a confiança dos clientes na plataforma e orienta a empresa a investir em tecnologia e segurança para sustentar esse aumento.
O investimento em tecnologia tem refletido nos números do PagBank também?
Alexandre Magnani: Sim. A implementação de inteligência artificial no atendimento ao cliente resultou em uma redução de 27% nos custos operacionais, além de melhorar a eficiência e a satisfação do cliente. Já a adoção de blockchain visa aumentar a segurança e a transparência das transações financeiras.
Estão pensando na acessibilidade de pessoas com deficiência durante esse atendimento?
Alexandre Magnani: Sim, criamos uma Central de Atendimento em Libras para clientes surdos ou com deficiência auditiva, e contamos com parcerias com empresas como Compass UOL, AWS, Salesforce e Genesys Cloud para apoiar nossas soluções.
Como competir com a concorrência que tem intensificado promoções e vantagens aos clientes?
Alexandre Magnani: Em 2024, por exemplo, realizamos a PagFriday com ofertas para nossos empreendedores e clientes da conta digital. Foi uma grande aposta. A Moderninha Pro, por exemplo, ficou disponível por preço promocional. Oferecemos cashback em diversos serviços, como fatura do Cartão Múltiplo, entre outros benefícios.
Como a companhia apoia a inclusão financeira e o acesso aos serviços bancários digitais no Brasil?
Alexandre Magnani: O PagBank foi a empresa que revolucionou a aceitação de cartões no Brasil e hoje possui a maior rede de aceitação em pontos de venda, formada em sua maioria por comerciantes autônomos e microempresários. Nos últimos anos, ampliamos nossa oferta de contas digitais gratuitas, que permitem acesso a serviços bancários básicos, servindo mais de 32 milhões de brasileiros.
Quais iniciativas de ESG estão sendo priorizadas pela empresa?
Alexandre Magnani: Uma iniciativa importante é o conselho de administração do PagBank composto por 50% de mulheres. Outro é o investimento em programas de inclusão, como parcerias com o G10 Favelas, programas de educação financeira e iniciativas como o Elas Tech, que incentiva a participação feminina no setor de tecnologia.