Durante os dois meses em que Elon Musk passou em Washington, D.C., as ações da Tesla sofreram uma queda acentuada, perdendo mais de 40% do valor.
Protestos e campanhas contra a Tesla, Musk e sua atuação na Casa Branca de Donald Trump se espalharam pelo mundo. Além disso, uma onda de vandalismo e incêndios criminosos tem atingido veículos elétricos da Tesla, lojas e estações de recarga nos Estados Unidos e na Europa.
Em uma reunião com todos os funcionários na noite de quinta-feira (20), Musk abordou essas questões, tentando tranquilizar os empregados e incentivando-os a “manter suas ações”. Após o encontro, os papéis da empresa subiram mais de 5% na sexta-feira, fechando a US$ 248,71.
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Apostas no futuro autônomo da Tesla
Musk defendeu sua visão para veículos autônomos e criticou a reação do mercado à queda nas ações.
“É difícil para investidores, especialmente aqueles que olham pelo retrovisor — que são a maioria — imaginar um futuro onde uma frota de 10 milhões de veículos terá de cinco a dez vezes mais utilidade,” disse o bilionário. “É algo tão profundo e sem precedentes que as pessoas não conseguem entender agora, mas entenderão no futuro.”
Apesar do otimismo de Musk, as vendas de novos veículos da Tesla caíram na Europa e em algumas regiões dos EUA e da China. A empresa também enfrenta incertezas comerciais após ordens executivas do presidente Donald Trump, que impuseram novas tarifas sobre produtos do Canadá, México e China — países onde estão fornecedores essenciais da Tesla.
Segundo a Edmunds, plataforma nacional de venda de carros nos EUA, o número de proprietários trocando seus veículos elétricos da Tesla por outros modelos está em níveis recordes.
Vandalismo contra a Tesla
Durante a transmissão ao vivo da reunião, Musk demonstrou indignação com os ataques a veículos e instalações da Tesla.
“Se você lê as notícias, parece um Armagedom”, disse. “Eu não consigo passar por uma TV sem ver uma Tesla pegando fogo. O que está acontecendo? Se alguém não quer comprar nosso produto, tudo bem, mas não precisa colocar fogo nele. Isso é um absurdo!”
O empresário encerrou o assunto de forma direta:
“Isso é coisa de maluco, parem de agir como malucos!”
A declaração gerou risadas entre os funcionários.
Futuro com inteligência artificial e veículos autônomos
Musk também aproveitou a reunião para exaltar as tecnologias da Tesla e suas perspectivas para o futuro.
“Qual é o futuro mais empolgante que você consegue imaginar?”, perguntou, antes de responder: “Um futuro de abundância para todos.”
Ele citou a evolução da inteligência artificial, os robotáxis e os robôs humanoides em desenvolvimento na Tesla como parte desse futuro, onde, segundo ele, as pessoas poderão “ter tudo o que quiserem”.
O executivo comemorou ainda o sucesso do Tesla Model Y, que, segundo ele, será “o carro mais vendido do mundo novamente este ano” e estará disponível globalmente. Ele também destacou a popularidade da picape elétrica Cybertruck, afirmando que o modelo já é o mais vendido em sua categoria.
Mesmo com um grande recall da Cybertruck anunciado no mesmo dia, Musk celebrou o veículo, ressaltando que ele recebeu nota máxima em testes de segurança.
Cybercab e os desafios da Tesla no setor autônomo
Outro destaque da reunião foi o Cybercab, um veículo elétrico de dois lugares sem volante ou pedais. Musk prometeu que os veículos da Tesla poderão ser atualizados para se tornarem robotáxis por meio de um software. Essa promessa, no entanto, já foi feita por ele diversas vezes desde 2016.
Na última conferência de resultados da Tesla, Musk anunciou que o serviço de transporte autônomo começará a operar em Austin, Texas, em junho, usando veículos atuais da Tesla com a tecnologia Full Self-Driving (FSD), que ainda exige um motorista pronto para intervir.
Ele também revelou que o Cybercab será produzido na fábrica da Tesla em Austin, assim como o robô humanoide Optimus, atualmente montado na unidade de Fremont, Califórnia. A meta da empresa é fabricar 5.000 unidades do robô ainda este ano.
Concorrência no setor de robotáxis e robótica
Apesar do entusiasmo de Musk, a Tesla enfrenta uma concorrência crescente no setor de veículos autônomos.
A Waymo, subsidiária da Alphabet (Google), está expandindo seu serviço de transporte autônomo nos EUA e já iniciou operações em Austin. Fabricantes chineses como a Zeekr também prometem lançar tecnologias semelhantes ao Autopilot e ao FSD como padrão em seus carros elétricos.
No setor de robôs humanoides, empresas como Boston Dynamics, Apptronik e Unitree estão acelerando o desenvolvimento de seus modelos. Esta semana, a Boston Dynamics divulgou um vídeo de seu robô Atlas caminhando, correndo, engatinhando e até realizando manobras acrobáticas.
Mesmo assim, Musk insistiu que o Optimus é o robô humanoide mais avançado do mundo, ainda que atualmente esteja “aprendendo a andar e a pegar bolas” e, em suas principais demonstrações, tenha sido controlado por humanos.
A Tesla pretende oferecer o Optimus primeiro para seus próprios funcionários. Musk comparou a tecnologia aos icônicos robôs de Star Wars, R2-D2 e C-3PO, e brincou sobre possíveis falhas na fase inicial. “Haverá prós e contras nisso. Provavelmente terá alguns bugs. Mas vai ser muito legal.”
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Este conteúdo foi fornecido pela CNBC Internacional e a responsabilidade exclusiva pela tradução para o português é do Times Brasil.
