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Indústria de defesa acelera na Europa com aumento de investimentos públicos

Publicado 17/07/2025 • 13:34 | Atualizado há 4 horas

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Redação CNBC

KEY POINTS

  • Diversas empresas europeias estão redirecionando esforços para aproveitar a expansão do setor de defesa no continente.
  • A União Europeia e a OTAN prometeram aumentar drasticamente os gastos militares, o que deve beneficiar companhias sediadas na Europa.
As ações de defesa asiáticas e europeias têm superado suas equivalentes americanas.

As ações de defesa asiáticas e europeias têm superado suas equivalentes americanas.

Guvendemir | E+ | Getty Images (Reprodução CNBC Internacional)

De navios de cruzeiro a sistemas de telecomunicações, empresas europeias estão encontrando maneiras de migrar suas operações para atender contratos militares e lucrar com o boom de defesa que toma conta do continente.

O setor de defesa europeu viu uma valorização expressiva em 2025. Empresas listadas em bolsa surfam em um otimismo crescente, com algumas registrando mais que o dobro de valorização. O índice europeu Stoxx Aerospace and Defense já acumula alta superior a 50% desde o início do ano, impulsionado pelo aumento de gastos em defesa por parte da União Europeia, Reino Unido, Alemanha e OTAN.

Na quarta-feira, a Comissão Europeia apresentou proposta de orçamento de € 2 trilhões, com reforço significativo para a área de defesa. A medida faz parte do que autoridades chamam de “era do rearmamento” da Europa, que já prevê mobilização de até € 800 bilhões para fortalecer a segurança nacional dos Estados-membros.

Com a expectativa de orçamentos mais robustos, empresas da região estão ajustando suas operações para atender à crescente demanda por soluções de defesa.

Orange lança divisão de defesa

Entre as iniciativas, a gigante francesa das telecomunicações Orange lançou recentemente uma divisão voltada exclusivamente para defesa e segurança interna. A nova unidade, chamada Defense and Security Division (DD&S), atuará em áreas como redes híbridas civis-militares, hospedagem de dados sensíveis, comunicações de emergência e cibersegurança.

Nassima Auvray, que lidera a nova divisão e tem passagem pelo Ministério da Defesa da França, afirmou que a Orange já atuava no setor, mas de forma fragmentada. Agora, a meta é unir centenas de especialistas em integração digital, conectividade, inteligência artificial e hospedagem em nuvem soberana.

“É claro que esperamos nos beneficiar do aumento dos orçamentos de defesa da OTAN e da UE”, disse Auvray à CNBC. “O setor de defesa precisa, cada vez mais, de tecnologias civis para acompanhar avanços em nuvem, IA, cibersegurança, computação quântica, entre outros. Vamos aplicar todo nosso know-how para nos posicionar nesse mercado, dentro e fora da França — incluindo clientes como a própria OTAN”, completou.

Veículos autônomos militares

A sueca Einride, desenvolvedora de caminhões elétricos autônomos, também está entrando no setor de defesa. Seus veículos, sem cabine e guiados por IA, já são autorizados a circular em vias públicas da Suécia e dos EUA.

Recentemente, a empresa lançou um software voltado a motoristas humanos para operar com mais segurança em ambientes perigosos — e esse produto já está sendo usado em projetos contratados para o setor militar europeu.

“A nova oferta atende à crescente demanda da Europa por tecnologia militar, com foco em segurança e redução de riscos”, afirmou a empresa. Os contratos estão protegidos por cláusulas de confidencialidade.

Segundo a empresa, a experiência da Einride em transporte de cargas pode contribuir de forma significativa para as novas exigências tecnológicas da defesa.

Fincantieri fecha contrato com a Marinha italiana

A italiana Fincantieri, tradicional construtora de navios de cruzeiro e iates de luxo, também está expandindo sua atuação militar. A empresa anunciou no fim de junho um contrato de € 700 milhões para construir dois navios de combate multifunção para a Marinha da Itália, em parceria com a gigante do setor Leonardo.

Em entrevista à CNBC, o CEO Pierroberto Folgiero afirmou que a divisão de defesa deverá ganhar peso dentro da operação da Fincantieri.

Questionado sobre a meta da OTAN de destinar 5% do PIB para defesa, Folgiero respondeu: “Sem dúvida, sim”. “Estamos vendo o número de programas de investimento em defesa aumentar em diferentes partes da Europa e do mundo. Isso é consequência direta do novo contexto geopolítico.”

Segundo ele, há uma demanda distribuída por mais embarcações militares e por ampliação da base industrial de defesa no mundo.

Realidade virtual para treinar militares

A irlandesa VRAI Simulation, especializada em plataformas de treinamento em realidade virtual para ambientes de alto risco, também busca crescer no setor de defesa e aeroespacial.

“A Irlanda tem a chance de liderar em tecnologias de uso dual (civil e militar), e queremos estar entre os líderes nesse campo”, afirmou o CEO Pat O’Connor.

Embora fora da OTAN, a Irlanda integra a União Europeia — e possui o menor orçamento de defesa proporcional ao PIB no bloco. Para O’Connor, isso representa uma vantagem.

“A Irlanda pulou a era industrial e foi direto para a economia digital. O mesmo pode acontecer na defesa”, disse. “Temos um ecossistema tecnológico robusto e talentos que podem liderar a nova geração de soluções digitais para segurança”, completou O’Connor.

Empresas como Amazon, Apple, Meta e Microsoft já têm operações relevantes no país.

Interesse de investidores

Não são apenas empresas que estão de olho nas oportunidades da defesa. Investidores institucionais também estão realocando recursos para o setor diante da promessa de maiores orçamentos públicos.

O CEO do Deutsche Bank, Christian Sewing, afirmou à CNBC que o banco está ampliando sua exposição ao setor, após um período de baixa alocação em defesa europeia.

Na semana passada, o diretor de investimentos do fundo soberano Temasek, de Cingapura, Rohit Sipahimalani, também declarou interesse em investir em defesa europeia.

“Está claro que haverá um volume significativo de capital alocado em defesa, e estamos avaliando as oportunidades nesse mercado”, disse.

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