Após registrar crescimento de 5,8% em 2024, a Publicis Groupe acaba de se tornar a maior holding de comunicação do mundo. Na América Latina, a expansão foi ainda maior: 9,7%. Em entrevista exclusiva ao jornal Real Time, do Times Brasil – Licenciado Exclusivo CNBC, a CEO da companhia no Brasil, Gabriela Onofre, falou sobre a importância da inteligência artificial no processo de evolução dos negócios.
“A inteligência artificial já é a nossa coluna vertebral. E você precisa ter dados para que isso aconteça. A IA nos ajuda muito na automação de toda essa pulverização de mídia, mas também muito no processo criativo. Acho que são novas ferramentas. Nada vai substituir a atividade humana, acho que isso é muito importante a gente relembrar, mas a gente tem que ir aprendendo a usar novas ferramentas”, afirma.
Para Onofre, a inteligência artificial traz inúmeras possibilidades, sobretudo em uma indústria que não para de se transformar.
“Eu costumo dizer que a gente, como publicidade, não mudou o que a gente faz. A gente tem que achar compradores para as nossas marcas vendedoras. Então é muito interessante estar nessa indústria, porque temos sempre que nos desafiar, somos eternos estudantes, temos que aprender e conectar as pontas”, afirma.
“Cada vez tem uma mídia social diferente, a gente tem que perseguir o consumidor, todo o funil de compra vai ser cada vez mais achatado. Onde você vê a comunicação, você também vai poder comprar. Então a gente tem que ir acompanhando toda essa revolução”, acrescenta.
Brasil é um dos grandes mercados do grupo, diz CEO da Publicis
Atualmente, várias agências compõem o Publicis Groupe no Brasil, como a Arc, DPZ, Le Pub e Leo Burnett, por exemplo. Segundo Onofre, o Brasil é um dos grandes mercados do grupo, e foi um dos grandes responsáveis pelo crescimento da América Latina.
“Temos mais de 60 clientes. Foi um ano muito bom, estamos acompanhando o crescimento do grupo, toda essa transformação tecnológica, ter a mídia e poder conectar tudo isso, acho que é o nosso grande benefício”, afirma.
“Está cada vez mais complicado para um cliente conectar e escolher qual a melhor campanha, quais são as melhores ferramentas, qual a melhor mídia, para chegar naquele consumidor. Estamos expandindo. Temos uma proposta para ter toda a mídia conectada, e ter criatividade muito ligada à produção. Cada vez vamos ter novas capacidades para poder complementar esses serviços para os nossos clientes”, acrescenta.
‘Criatividade é buscar novas soluções para os mesmos problemas’
Onofre listou alguns conselhos para quem está começando no mundo da publicidade, bem como os desafios a serem enfreados em um mercado tão dinâmico.
“A criatividade é buscar novas soluções para os mesmos problemas. Todo mundo que trabalha nesse mercado criativo precisa ser muito curioso. Precisa estar disposto a testar, errar, aprender. Precisa entender de tecnologia no ponto de vista como usuário, buscar proatividade”, destaca.
“Não é muito diferente de muitas outras carreiras, mas aqui a gente tem a capacidade de ver o nosso trabalho impactado nas construção das marcas, nas funções dos negócios. Isso é muito gratificante. Eu digo que é um momento muito bom de estar na indústria da publicidade, porque ela vai nos provocar a estar sempre aprendendo”, acrescenta a CEO.
CEO da Publicis: ‘Temos que ser sempre sócios dos nossos clientes‘
Segundo Onofre, o ano de 2024 foi bastante positivo para a Publicis, com crescimento de duplo dígito – o que acabou impulsionando o resultado da América Latina.
“Crescemos muito em clientes que estavam na casa, além de ganhar grandes contas. O que a gente fez em 2024 é o que a gente tem que continuar fazendo. Entre novos negócios, nós somos o maior grupo há 5 anos, e a nossa meta global e no Brasil é repetir esse mesmo sucesso em 2025”, diz a CEO da Publicis.
Para 2025, Gabriela cita o desafio principal do grupo, em um momento de grandes mudanças. “Eu acho que o desafio é a gente não conseguir acompanhar as transformações. A gente precisa ter capacidade, trazer novas ferramentas para dentro do nosso serviço”.
“Eu acho que tem uma coisa que não vai mudar nunca: temos que ser sempre sócios dos nossos clientes. Entender o que tira o sono dos nossos clientes, o que está acontecendo com as marcas deles. Se a gente continuar perto do cliente, e nos programar, e continuar nessa reinvenção, nós vamos ser sempre relevantes”, acrescenta.
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