Itaú x Petrobras: banco ultrapassa petroleira como maior da bolsa; o que esperar agora?

Conforme levantamento da Elos Ayta, com base em dados da B3, o Itaú fechou o pregão de 31 de outubro com valor de mercado de R$ 401,9 bilhões, superando os R$ 396,5 bilhões da Petrobras.

As duas empresas divulgarão resultados trimestrais nesta semana. Itaú, na terça-feira, e Petrobras, na quinta. Assim, as empresas colocam à prova seus valores.

A Petrobras até divulgou recentemente boas notícias operacionais — como dados de produção e vendas que surpreenderam positivamente —, porém não suficientes para manter a liderança.

Na próxima quinta-feira ela divulgará seus resultados financeiros gerais, com expectativas do mercado de crescimento do lucro. Adicionalmente, a empresa anunciou programa de demissão voluntária para mais de mil funcionários, fato que animou o mercado, com as ações chegando a subir quase 2% no pregão no melhor momento.

O cenário externo de estabilização do preço internacional do petróleo — com o barril do Brent estimado entre US$ 65 e US$ 70 — também é interpretado como positivo para a companhia.

Já o Itaú vem empilhando recordes de lucratividade há algum tempo, aumentando a euforia do mercado um trimestre atrás do outro. No ano, as ações dispararam 44%.

O que esperar de PETR4 e ITUB4

Para Felipe Cimas, analista da Manchester Investimentos, a expectativa para a Petrobras é mista. “O balanço pode ser positivo, mas uma eventual não distribuição de dividendos extraordinários sempre deixa o mercado com o pé atrás. Então, a conta que se faz é que esse dividendos extraordinário deve ser distribuído justamente para justificar esse desconto de valor que a empresa tem em relação aos seus pares”.

Também tem a expectativa de que a Petrobras quer voltar para o setor de distribuição, quer fazer investimentos em gás, quer fazer em fertilizante. “A ideia que se tem é que vai faltar recursos”, completa.

Por outro lado, a expectativa para o Itaú é “positiva, mas bem precificada”. A projeção é que o lucro chegue muito próximo da casa dos R$ 12 bilhões, com o mercado tentando estimar quando vai ser que a empresa vai entregar o primeiro lucro anual de R$ 50 bilhões, “com a possibilidade de que a empresa distribua um dividendo extraordinário no começo do ano que vem”, diz Cimas.

Ele acrescenta que o Itaú é um caso de valor e crescimento, com uma rentabilidade já muito elevada. “Mas, ao mesmo tempo, com a empresa fazendo máximas a gente acha que isso já está relativamente bem precificado. Acho que Itaú é um caso em que grande parte dos investidores brasileiros deve carregar na carteira, tanto pelo valorização quanto pelo retorno via dividendo”, conclui.

henrique.almeida

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