A Klabin reportou um lucro líquido de R$ 446 milhões no primeiro trimestre de 2025, resultado 3% inferior ao obtido no mesmo período do ano anterior. Por outro lado, a receita líquida avançou 10%, enquanto o EBITDA — indicador que mede a geração de caixa operacional — subiu 13%, totalizando R$ 1,859 bilhão.
O CFO da companhia, Marcos Ivo, destacou o desempenho do setor de papelão ondulado no período e ressaltou a participação da empresa no mercado nacional. “De cada quatro caixas produzidas no Brasil, uma é da Klabin”, afirmou em entrevista ao Money Times, do Times Brasil – Licenciado Exclusivo CNBC.
Segundo ele, o resultado reflete a flexibilidade do modelo de negócios da companhia e a capacidade de adaptação a diferentes cenários econômicos.
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Receita avança com estratégia de produção flexível
Ivo explicou que a Klabin consegue direcionar a produção de papéis e embalagens para o mercado externo ou interno conforme a demanda e os preços praticados. “Se o mercado de exportação está mais demandante, exportamos mais. Se os preços internacionais caem e há demanda local, direcionamos para o Brasil”, disse.
A estratégia contribuiu para o crescimento de 10% na receita líquida da divisão de papelão ondulado no primeiro trimestre. O volume de vendas cresceu 2% e a companhia conseguiu realizar repasses de preços acima da inflação, ganhando participação no mercado doméstico.
Investimentos concluídos devem impulsionar 2025
Ao final de 2024, a Klabin encerrou o maior ciclo de investimentos de sua história, com aproximadamente R$ 18 bilhões destinados à expansão e aquisição de ativos. O plano incluiu duas novas fábricas de papelão ondulado, duas máquinas de papel — uma para papel-cartão e outra para kraftliner — e a compra de um ativo florestal no Paraná.
Segundo o CFO, o incremento na capacidade produtiva deve elevar gradualmente os volumes e receitas ao longo de 2025. “Toda vez que a gente cresce volume de produção, a receita cresce e há diluição do custo de produção”, explicou.
Exportações representam 45% da produção
Atualmente, cerca de 45% da produção da Klabin é exportada. As principais regiões de destino são a Europa, especialmente o norte do continente, e a América do Sul. Os Estados Unidos representam menos de 2% da receita da companhia, enquanto a exposição direta à China é considerada baixa.
Sobre as recentes tensões comerciais entre Estados Unidos e China, Ivo afirmou que a companhia identificou oportunidades pontuais de exportação para o mercado chinês, tradicionalmente dominado por empresas norte-americanas. “No curtíssimo prazo, vimos algumas oportunidades, mas no longo prazo, esse contexto tende a ser negativo para todos os setores”, observou.
Pinos e eucalipto são a base da produção florestal
A companhia utiliza duas espécies de árvores para sua produção: eucalipto, que leva sete anos para o corte, e pinos, que atinge o ponto de colheita em 16 anos. O pinos é responsável pela fibra longa, essencial para a produção de papéis que exigem maior resistência.
Segundo Ivo, essa característica garante vantagem competitiva à Klabin, já que o cultivo do pinos com boa produtividade é viável apenas no Sul do Brasil. “Um papel que precisa de resistência, como uma caixa para transportar uma televisão ou frutas exportadas para a Europa, precisa de fibra longa. E isso vem do pinos”, explicou.
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