As ações da gigante aeroespacial europeia Interglobe Aviation, operadora da maior companhia aérea da Índia, Indigo, caíram mais de 8% na segunda-feira, enquanto a transportadora lida (grapples) com múltiplos cancelamentos de voos.
A Indigo, que opera mais de 2.300 voos diariamente, só conseguiu realizar 706 voos na sexta-feira após uma mudança nas regras sobre o tempo de descanso dos pilotos, levando a interrupções massivas.
No domingo, a empresa disse em um comunicado que operou 1.650 voos e espera a “estabilização da rede” até quarta-feira.
O ministro da aviação civil da Índia, Ram Mohan Naidu, disse na segunda-feira que o governo ordenou uma investigação sobre as interrupções nos serviços de voo da Indigo.
“Tomaremos medidas rigorosas”, disse o ministro, alertando a companhia aérea sobre consequências por “não conformidade (non-compliance)”.
Aflições dos passageiros
Chirag Shah, um consultor da EY que viajava de Abu Dhabi para Mumbai com sua família, enfrentou um atraso de 11 horas.
Ele disse que os viajantes, especialmente aqueles com visto de entrada única, ficaram retidos (stranded).
O atraso de 11 horas expôs “uma preocupante falta de suporte aos passageiros”, disse Shah à CNBC, acrescentando que alguns passageiros foram reacomodados em um voo diferente da Indigo “após horas de acompanhamento com as autoridades aeroportuárias.”
A Indigo não disse se emitiu todos os reembolsos para voos cancelados e severamente atrasados, após uma diretriz governamental ter-lhe dado até domingo para fazê-lo. A Indigo havia processado 6,10 bilhões de rúpias (US$ 67,6 milhões) até as 17h daquele dia.
Shah disse que a única oferta conciliatória que teve foi um cupom de refeição gratuita do McDonald’s.
A Indigo Airlines e o Ministério da Aviação Civil não responderam aos pedidos de comentário da CNBC quando este artigo foi publicado (went live).
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A mudança da regra
Na quinta-feira, a companhia aérea disse ao ministério que os cancelamentos foram devidos a “desafios no planejamento da tripulação e na implementação das normas revisadas de Limitação do Tempo de Serviço de Voo (Flight Duty Time Limitations – FDTL)”.
Sob as regras, anunciadas em janeiro de 2024 e em vigor desde 1º de novembro, os pilotos devem voar menos voos noturnos e o tempo de descanso para a tripulação foi aumentado de 36 horas para 48 horas.
Na sexta-feira, depois que as interrupções devido a cancelamentos de voos pela Indigo atingiram o pico, o governo suspendeu temporariamente sua implementação das regras de Limitação do Tempo de Serviço de Voo.
O CEO da Indigo, Pieter Elbers, foi ordenado pelo órgão regulador da aviação da Índia (aviation watchdog) a explicar a interrupção e foi concedida uma prorrogação para o envio de suas respostas.
Houve 1,3 milhão de voos programados na Índia em 2024, dos quais 1,1 milhão eram voos domésticos, de acordo com a International Air Transport Association.A Indigo domina o transporte aéreo indiano em termos de capacidade de assentos programados com uma participação de mercado de 53,4%, acima dos 23% em 2016.
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