Microsoft demite dois engenheiros de software que protestaram contra Israel
Publicado 08/04/2025 • 13:51 | Atualizado há 1 uma semana
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Publicado 08/04/2025 • 13:51 | Atualizado há 1 uma semana
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Fachada Microsoft
Pexels
A Microsoft demitiu dois engenheiros de software que protestaram em eventos da empresa, na última sexta-feira (4), contra o uso de seus produtos de inteligência artificial pelo exército israelense, segundo documentos obtidos pela CNBC.
Ibtihal Aboussad, engenheira de software da divisão de IA da empresa, com base no Canadá, foi demitida na última segunda-feira (08) por “justa causa, má conduta deliberada, desobediência ou negligência intencional do dever”, conforme um dos documentos.
Outra engenheira de software da Microsoft, Vaniya Agrawal, havia informado que se demitiria da empresa em 11 de abril. No entanto, a Microsoft encerrou seu contrato também segunda-feira, de acordo com uma mensagem interna vista pela CNBC. A empresa escreveu que “decidiu tornar sua renúncia efetiva imediatamente”.
As duas funcionárias escolheram o evento de 50 anos da Microsoft para tornar pública sua crítica.
O que era para ser um momento de celebração virou um período difícil para a empresa, que, além das polêmicas, também foi impactada — como o restante do mercado — pelas tarifas generalizadas impostas pelo presidente Donald Trump.
As tarifas foram um tema desconfortável para o CEO Satya Nadella e seus dois antecessores, Bill Gates e Steve Ballmer, durante uma entrevista na sexta-feira com Andrew Ross Sorkin, da CNBC.
“Como acionista da Microsoft, esse tipo de coisa não é bom”, disse Ballmer sobre as tarifas.
Enquanto isso, a própria celebração acabou ganhando manchetes mais pelo protesto do que pelas conquistas de meio século da empresa. A primeira interrupção aconteceu quando Aboussad se levantou durante o discurso de Mustafa Suleyman, CEO da Microsoft AI.
“Mustafa, que vergonha!”, disse Aboussad enquanto caminhava em direção ao palco no evento em Redmond, Washington. “Você diz que se importa em usar IA para o bem, mas a Microsoft vende armas de IA para o exército israelense. Cinquenta mil pessoas morreram, e a Microsoft impulsiona esse genocídio na nossa região.”
Aboussad também chamou Suleyman de “mercador da guerra”.
“Você tem sangue nas mãos”, afirmou antes de ser rapidamente escoltada para fora. “Toda a Microsoft tem sangue nas mãos.”
Logo após a interrupção, Aboussad enviou um e-mail — visto pela CNBC — para Suleyman e outros executivos da Microsoft, incluindo o CEO Satya Nadella, a diretora financeira Amy Hood, a chefe de operações Carolina Dybeck Happe e o presidente Brad Smith.
“Falei hoje porque, ao saber que minha divisão estava alimentando o genocídio do meu povo na Palestina, não vi outra escolha moral possível”, escreveu Aboussad no e-mail. “Isso é especialmente verdadeiro após ver como a Microsoft tenta silenciar qualquer dissidência dos meus colegas que tentaram levantar essa questão.”
“Não entrei na Microsoft para escrever código que viola os direitos humanos”, continuou Aboussad, incluindo um link para um abaixo assinado intitulado “No Azure for Apartheid” (Sem Azure para o Apartheid).
A Microsoft respondeu à engenheira dizendo que seu e-mail foi uma “admissão de que você agiu deliberadamente e de forma intencional em sua conduta anterior”. A empresa afirmou ainda que Aboussad poderia ter levantado suas preocupações “confidencialmente com seu gerente ou com o departamento de Relações com Funcionários”. Em vez disso, “você escolheu interromper intencionalmente o discurso do CEO da Microsoft AI, Mustafa Suleyman”.
A Microsoft concluiu que a conduta dela teve como objetivo “ganhar notoriedade e causar máxima interrupção em um evento altamente aguardado”.
“A demissão imediata é a única resposta apropriada”, escreveu a empresa.
Em outro evento da Microsoft, também na sexta-feira, Agrawal interrompeu um discurso de Nadella com um protesto semelhante e depois enviou um e-mail aos executivos.
“Vocês podem ter me visto levantar hoje mais cedo para confrontar Satya durante seu discurso no evento de 50 anos da Microsoft”, escreveu Agrawal no e-mail, também visto pela CNBC. “Nos últimos 1,5 anos, tomei consciência crescente do papel da Microsoft no complexo industrial-militar.”
Agrawal afirmou que a Microsoft é “cúmplice como fabricante de armas digitais que impulsiona vigilância, apartheid e genocídio” e que “ao trabalhar para esta empresa, todos nós somos cúmplices”.
Um porta-voz da Microsoft afirmou na última sexta-feira (04) que a empresa mantém seu compromisso com os mais altos padrões de conduta nos negócios.
“Oferecemos muitos caminhos para que todas as vozes sejam ouvidas. É importante que isso ocorra de maneira que não cause interrupções nos negócios. Quando isso acontece, pedimos que os participantes se retirem”, disse o porta-voz.
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Este conteúdo foi fornecido pela CNBC Internacional e a responsabilidade exclusiva pela tradução para o português é do Times Brasil.
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