A fabricante de equipamentos de telecomunicações Nokia anunciou nesta terça-feira (22) que vai revisar para baixo sua previsão de lucro, citando a desvalorização do dólar e as tarifas impostas pelos Estados Unidos, ao divulgar os resultados do segundo trimestre.
A expectativa de lucro para o ano inteiro agora está entre 1,6 bilhão e 2,1 bilhões de euros (cerca de R$ 10,45 bilhões a R$ 13,71 bilhões, na cotação atual), ou seja, 300 milhões de euros (R$ 1,96 bilhão) a menos do que o valor informado anteriormente, segundo a empresa.
Influência do câmbio e das tarifas na revisão da previsão
De acordo com comunicado aos investidores, as oscilações cambiais — “especialmente o enfraquecimento do dólar” — e “o atual cenário de tarifas” foram os motivos para a revisão na projeção, informou a companhia finlandesa.
O dólar mais fraco prejudica empresas europeias que atuam na América do Norte, pois reduz o faturamento quando convertido para euro e também encarece as exportações feitas em euro para aquele mercado.
As tarifas de 10% anunciadas em abril pelo presidente dos EUA, Donald Trump, além das ameaças de aumentar essas taxas para produtos da União Europeia para 30% após 1º de agosto, estão pressionando grandes empresas europeias.
Os EUA também aplicaram uma tarifa de 30% sobre produtos importados da China, enquanto os chineses cobram uma taxa de 10% sobre mercadorias vindas do país americano.
Repercussões financeiras diretas para a Nokia
A Nokia atua tanto no mercado americano quanto no chinês.
A empresa afirmou que as tarifas atuais devem impactar o lucro operacional anual em 50 milhões a 80 milhões de euros (entre R$ 326,5 milhões e R$ 522,4 milhões).
Segundo a Nokia, a orientação atual leva em conta um euro cotado a US$ 1,17, enquanto no início do ano a cotação estava pouco acima da paridade.
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No segundo trimestre, a empresa informou vendas preliminares de 4,6 bilhões de euros (R$ 30 bilhões), com lucro operacional de 300 milhões de euros (1,96 bilhão).
O faturamento ficou abaixo dos 4,8 bilhões de euros (R$ 31,34 bilhões) que os analistas consultados pela Factset esperavam.
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