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‘Nós somos o futuro’: China usa IA para transformar fábricas e consolidar poder mundial

Publicado 03/12/2025 • 17:55 | Atualizado há 8 minutos

KEY POINTS

  • A China está acelerando o uso de IA para automatizar fábricas, portos e cadeias produtivas inteiras, uma estratégia para proteger sua posição como a maior potência industrial do mundo, segundo o WSJ
  • Tecnologias como “cérebros de fábrica”, robôs humanóides e portos totalmente automatizados estão reduzindo custos, aumentando eficiência e permitindo operar com mínima intervenção humana
  • O avanço busca compensar a queda populacional, a redução da mão de obra e a pressão dos EUA, enquanto o governo chinês aposta que a automação em larga escala definirá o futuro da competitividade global

China Daily HK

A China está apostando na inteligência artificial (IA) para preservar seu papel como a maior potência industrial do mundo. A estratégia é muito mais pragmática que as ambições futuristas defendidas por figuras do Vale do Silício como Sam Altman e Elon Musk. É o que afirma o The Wall Street Journal em artigo publicado nesta quarta-feira (3).

Enquanto Altman fala em curar o câncer com IA e Musk prevê robôs capazes de eliminar a pobreza, Pequim está focada em algo mais imediato: usar IA para produzir melhores máquinas de lavar, automatizar portos e modernizar fábricas inteiras para reduzir custos e enfrentar a crescente concorrência global.

Segundo o jornal, a prioridade de curto prazo do governo chinês é reforçar a competitividade de suas manufaturas em meio ao avanço de tarifas, custos trabalhistas em alta e resistência crescente às exportações do país.

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IA na prática: das fábricas escuras à moda acelerada

O WSJ cita casos concretos que mostram como a China já está usando IA de maneira massiva:

  • Uma estilista chinesa reduziu em mais de 70% o tempo de criação de uma peça piloto com ferramentas generativas;
  • No interior do país, máquinas de lavar são produzidas sob comando de um “cérebro de fábrica”, que coordena linhas inteiras de robôs da Midea. Processos que levavam 15 minutos agora são feitos em 30 segundos;
  • Em um dos maiores portos da China, contêineres circulam por caminhões autônomos, enquanto todo o agendamento é controlado por IA, substituindo etapas que antes levavam 24 horas e agora são resolvidas em 10 minutos;
  • Na Baosteel, gigante da siderurgia, uma “fábrica escura” opera quase sem intervenção humana. A IA reduziu a necessidade de ajustes manuais de uma vez a cada três minutos para uma vez a cada 30 minutos.

A China instalou 295 mil robôs industriais no último ano, quase nove vezes mais que os EUA, segundo a Federação Internacional de Robótica. As fábricas chinesas também dominam a lista do Fórum Econômico Mundial: 45 das 131 unidades mais avançadas do mundo estão no país, contra apenas três nos Estados Unidos.

Por que isso importa para Pequim

A reportagem do WSJ ressalta que o governo chinês está sob pressão:

  • A população do país está diminuindo rapidamente;
  • Jovens evitam empregos industriais;
  • Países como os EUA, sob o comando de Donald Trump, prometem trazer fábricas de volta ao território americano.

Nesse cenário, a IA surge como saída para produzir mais com menos trabalhadores, garantindo que a China continue sendo vista como a “fábrica do mundo”.

Mas há riscos. O jornal lembra que a automação pode destruir mais empregos do que o governo prevê. Pequim, porém, acredita que o declínio populacional — uma queda projetada de 200 milhões de pessoas em 30 anos — deve compensar parte desse impacto.

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A corrida tecnológica entre China e EUA

O WSJ nota que, apesar do avanço veloz da automação industrial chinesa, o país ainda fica atrás dos EUA em chips e IA de fronteira. Mas empresas como Huawei e a emergente DeepSeek vêm ganhando espaço.

A Huawei, por exemplo, criou o modelo Pangu e trabalha lado a lado com grandes indústrias, como a Conch, produtora de cimento, para prever resistência de materiais com 85% de precisão, economizando milhões de dólares em energia e operações.

Nos portos, a modernização é acelerada por uma vantagem estratégica: a ausência de sindicatos independentes, o que facilita adoção de automação em larga escala, algo muito mais difícil nos EUA, onde sindicatos resistem à substituição de trabalhadores.

Uma aposta de escala inédita

Para o jornal, a vantagem chinesa está na escala:

  • Cidades como Jingzhou, longe dos polos de tecnologia, já operam fábricas avançadas;
  • Investimentos bilionários permitem implementar soluções de IA rapidamente;
  • A população é majoritariamente otimista sobre a tecnologia, o que facilita sua aceitação social.

Em Tianjin, um dos maiores portos do país, mais de 88% dos equipamentos de contêineres já são automatizados. Vídeos institucionais deixam clara a ambição: “Nós somos o futuro”, diz o locutor de um dos conteúdos.

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