O Brasil tem se posicionado como um fornecedor estratégico de minerais críticos, com foco no aumento dos investimentos no setor de mineração. O cenário global, impulsionado pela guerra tarifária dos Estados Unidos e o aumento da demanda por minerais essenciais para a transição energética, oferece oportunidades para o país fortalecer sua atuação no mercado global. Dennis Glória, diretor da Falconi, comentou que os investimentos projetados para o setor de mineração chegarão a US$ 68 bilhões até 2029.
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Glória explicou que “o foco está em aumentar os investimentos em eficiência operacional, redução de custos e ampliação de programas ambientais, o que tornará o mercado mais competitivo no cenário mundial.” Para ele, essa dinâmica está ajudando o Brasil a se consolidar como um fornecedor estratégico de minerais, com o país “apostando muito em minerais estratégicos que vão ajudar e auxiliar a transição energética global”.
O Brasil, com suas abundantes jazidas de minerais críticos, como lítio, grafite, manganês e nióbio, tem um papel fundamental na produção de recursos necessários para baterias, turbinas e motores elétricos. Glória destacou que “esses minerais são essenciais para a transição energética, um processo necessário para que o mundo alcance a meta de carbono zero”. O nióbio, por exemplo, é um mineral no qual o Brasil se destaca como o principal fornecedor, com grandes reservas em Araxá.
Sobre a situação da mineração no país, o diretor da Falconi afirmou que o Brasil possui muitas reservas desses minerais, que têm sido exploradas mais recentemente. “O Brasil, acreditamos, tem grandes jazidas, principalmente de lítio e grafite, que são fundamentais para a produção de baterias. Além disso, o nióbio tem se mostrado uma grande aposta para o mercado de baterias”, disse.
Quanto às perspectivas para o futuro, Glória mencionou que o Brasil tem boas chances de se tornar mais competitivo no mercado global de minerais críticos. No entanto, indicou que há dois desafios principais para o país. “Mais do que a capacidade instalada, o grande desafio é o licenciamento, as empresas têm que investir muito em ESG e inovação. A logística de escoamento também é outro ponto crucial”, explicou.
O executivo também afirmou que, com o interesse crescente dos Estados Unidos e da China por esses minerais, o Brasil tem a chance de diversificar suas exportações. “Temos hoje uma capacidade instalada que pode atender a esses dois mercados, e com a guerra tarifária, os Estados Unidos se tornam um novo e importante cliente. A demanda vai aumentar, e estamos bem posicionados para atender a isso”, afirmou.
Por fim, o diretor afirmou que o setor de mineração no Brasil tem a capacidade de se adaptar rapidamente às novas demandas, mas destacou que o investimento de longo prazo será necessário para garantir a competitividade do país. “O mercado de mineração exige investimentos constantes. Não é algo que se faz do dia para a noite. Mas, com esses investimentos, estamos caminhando para ter uma posição competitiva global”, concluiu.
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