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Remuneração de CEOs na Europa supera Brasil, mas segue distante dos EUA
Publicado 11/09/2025 • 06:30 | Atualizado há 2 meses
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Publicado 11/09/2025 • 06:30 | Atualizado há 2 meses
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Foto: Pexels
Um levantamento da Mercer revelou que os CEOs das 100 maiores empresas da Europa receberam, em média, € 4,15 milhões em 2024 – o equivalente a cerca de R$ 24 milhões. Embora o valor seja 56,7% superior à média dos executivos de companhias listadas na B3, ainda é 83% inferior aos pacotes anuais dos CEOs das 100 maiores empresas dos Estados Unidos, que chegam a US$ 25,6 milhões.
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O estudo, que analisou companhias listadas no índice STOXX Europe 600, evidencia diferenças estruturais entre os mercados. Nos EUA, os incentivos de longo prazo, como bônus em ações, representam até 73% da remuneração, refletindo a ênfase em meritocracia e visão de longo prazo. Na Europa, prevalece um modelo mais conservador, com foco em governança e estabilidade. No Brasil, por sua vez, os planos de stock options ganharam força após decisão do STJ que afastou encargos trabalhistas e previdenciários sobre esse tipo de incentivo.
Para Paulo Saliby, especialista em remuneração estratégica e CEO da SG Comp Partners, a disparidade global tem raízes culturais e econômicas. “O capitalismo norte-americano é mais sofisticado e exige mecanismos de alinhamento robustos, como os incentivos de longo prazo em ações. Já a Europa valoriza estabilidade e governança, o que naturalmente modera os pacotes. No Brasil, o ambiente de maior risco estimula criatividade e pacotes mais arrojados”, avalia.
Saliby observa que, enquanto os EUA ampliam o peso de pacotes milionários baseados em ações, a Europa se distancia das stock options tradicionais. “Há uma tendência clara de substituição por RSUs e performance shares, vinculadas a metas ESG de sustentabilidade, diversidade e impacto social”, explica.
Segundo ele, esse movimento reflete pressões sociais, regulatórias e até governamentais. “O levantamento também revela uma crescente pressão para conter remunerações consideradas excessivas, especialmente nos setores bancário e energético. Isso tem levado empresas a adotar tetos ou limites proporcionais entre a maior e a menor remuneração”, completa.
O Brasil, no entanto, segue na direção oposta. “Com a decisão do STJ, houve um estímulo para ampliar o uso de stock options, especialmente em setores como tecnologia, serviços financeiros e indústria. É um instrumento poderoso para alinhar interesses de executivos e acionistas, mas precisa ser bem estruturado para não gerar ganhos pessoais sem contrapartida em criação de valor”, alerta Saliby.
Além das diferenças jurídicas e regulatórias, a remuneração também sofre influência do custo de vida. Em países como Bélgica, o custo pode ser até 124% maior que no Brasil, o que reduz o impacto da comparação nominal entre pacotes. Ainda assim, os valores europeus permanecem desafiadores para empresas brasileiras que buscam atrair e reter talentos em um mercado cada vez mais globalizado.
Para investidores, os pacotes de remuneração funcionam como um termômetro de governança e sustentabilidade. Saliby destaca que bons sinais incluem incentivos de longo prazo, cláusulas de lock-up para executivos manterem participação acionária, prazos de “hold” mesmo após a saída e metas claras que combinem resultados financeiros e indicadores ESG. “O que se busca é um pacote que promova compromisso com o futuro da companhia e não apenas geração de riqueza pessoal rápida”, resume.
Segundo ele, o equilíbrio entre atratividade e sustentabilidade será o grande diferencial no Brasil nos próximos anos. “Os conselhos precisam usar dados globais como referência, mas sempre adaptando à realidade local. Em setores mais internacionalizados, como tecnologia e financeiro, essa convergência é inevitável”, conclui.
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