Fernando Amaral, VP da Visa: ‘Uma das dores do Brasil é a concessão de crédito. Open Finance pode mudar isso’
Publicado 06/02/2025 • 07:34 | Atualizado há 1 mês
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Publicado 06/02/2025 • 07:34 | Atualizado há 1 mês
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Reprodução/LnkedIn
Uma das maiores dificuldades dos pequenos negócios brasileiros é a falta de acesso a empréstimos, de acordo com o Sebrae. A entidade disse que as micro e pequenas empresas, por exemplo, acessam apenas 20% do total de crédito disponível no mercado. Uma realidade que atrapalha o crescimento dos negócios e, por consequência, a economia brasileira.
“Uma das dores do Brasil é a concessão de crédito. E o Open Finance pode mudar isso”, afirmou Fernando Amaral, VP de Soluções e Inovação da Visa do Brasil, em entrevista ao DC NEWS Talks. Ele enxerga que a expansão do Open Finance deve impulsionar a oferta de dinheiro a setores como o varejo.
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“A Associação Comercial [de São Paulo] trabalha muito nisso. A concessão de crédito é muito menor do que deveria ser.” Na avaliação dele, o Open Finance pode dar mais condição a bancos e fintechs oferecerem dinheiro ao mercado porque eles conseguem analisar melhor o perfil do tomador. “A gente acredita piamente no Open Finance e estamos ajudando a desenvolver esse mercado.”
“Quando o mercado conseguir tangibilizar isso ao cliente, vai mudar tudo.” Ele avaliou que o país ainda “engatinha” nesse sentido, mas que há avanços reais. “Somos um caso acelerado no mundo, mas existe um grande trabalho, que envolve também a confiança do cliente.”
A Visa tem um case de Open Finance, disse Amaral, em parceria com a Celero, iniciada em 2022. Esta empresa se especializou em desenvolver sistemas de gestão para pequenas e médias empresas. O projeto consiste em consolidar dados de gestão de fluxo de caixa. “Isso ajuda na gestão e integra a visão geral do negócio”, disse Amaral.
O resultado é que é possível avaliar a saúde financeira da empresa, o que facilita a concessão de crédito. Este projeto, por meio de uma associação com a própria Celero e o Sicredi, concedeu R$ 100 milhões em crédito para essas empresas, de acordo com Amaral. “Mais dado, mais confiança para quem empresta”, disse.
O Drex, moeda digital brasileira em desenvolvimento pelo Banco Central, conta com o apoio de empresas de variados setores, incluindo a Visa. Amaral discorreu sobre esse tema também no DC NEWS Talks.
Espera-se que, após o estouro do Pix (movimentação em 2024 foi de R$ 26,455 trilhões, de acordo com dados do BC), o Drex ganhe adesão e escalabilidade. Para isso, o universo que envolve bancos, fintechs e meios de pagamento trabalha para não perder a chance nesse campo.
A Visa, por exemplo, mergulhou de cabeça. De certo modo, está pronta, porque já opera no mercado apoiando players. A companhia está otimista em relação às moedas digitais, disse Amaral.
“A gente está suportando um dos nossos clientes, que é a XP. E estamos em dois casos de uso nessa nova fase do piloto do Banco Central”, afirmou Amaral. O VP também falou em diversificação e agnosticidade para fazer receita. “Acreditamos muito que o mundo vai passar por uma economia tokenizada. O blockchain e as moedas digitais fazem parte desse futuro.”
Nessa linha, a Visa construiu uma plataforma, a Vitep, que nada mais é do que uma plataforma de tokenização de ativos. Ela foi construída para ajudar o mercado a usar moedas digitais e pode ser usada também para o Drex.
“Para você ajudar o modelo de tokenização, é preciso uma infraestrutura robusta que ainda precisa ser construída”, disse Amaral. Ele destacou que a tokenização já representa 65% das transações online no Brasil e reduz em quatro vezes a ocorrência de fraudes. “Quando você tokeniza uma transação, cria uma credencial única, o que traz muito mais segurança”, afirmou.
Outra linha de trabalho da companhia é a aceitação de cartões em regiões menos bancarizadas. Uma das soluções é o tap to phone, que transforma celulares em máquinas de pagamento.
“Já temos mais de 6 milhões de dispositivos habilitados no Brasil, o que facilita o acesso ao crédito em regiões distantes”, disse Amaral.
Outra iniciativa é a parceria com a Caixa, que permite o uso de cartões de crédito nas lotéricas, presentes em quase todos os municípios brasileiros.
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