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Tecnologia & Inovação

Bateria de íon-sódio criada em universidade brasileira indica alternativa ao lítio

Publicado 15/12/2025 • 08:29 | Atualizado há 4 horas

KEY POINTS

  • Bateria de íon-sódio da UFPR funciona em meio aquoso e elimina risco de explosões
  • Nanoarquitetura permite bateria flexível e transparente para novos dispositivos
  • Pesquisa sobre bateria aponta caminhos para descarbonização e energia renovável
Ilustração esquemática que mostra o funcionamento da bateria de íon-sódio, com atividade eletroquímica entre os íons de sódio (Na) hidratados Ilustração: GQM/UFPR/Reprodução

Ilustração: GQM/UFPR/Reprodução

Ilustração esquemática que mostra o funcionamento da bateria de íon-sódio, com atividade eletroquímica entre os íons de sódio (Na) hidratados

Uma bateria de íon-sódio desenvolvida na Universidade Federal do Paraná (UFPR) avança como alternativa ao lítio ao reunir, em um único dispositivo, flexibilidade, transparência e operação em meio aquoso, ampliando a segurança e reduzindo impactos ambientais.

Bateria e a busca por alternativas ao lítio

As baterias estão presentes em celulares, veículos elétricos, computadores, equipamentos médicos e sistemas de armazenamento de energia. A tecnologia dominante hoje é baseada no lítio, metal eficiente, mas associado a riscos ambientais, custos elevados e questões de segurança.

A concentração das reservas em poucos países, somada ao impacto ambiental da mineração, tem impulsionado pesquisas com elementos mais abundantes, como o sódio, encontrado de forma ampla na natureza.

Bateria de íon-sódio nasce de 28 anos de pesquisa

O desenvolvimento da bateria foi liderado pelo professor Aldo José Gorgatti Zarbin, do Departamento de Química da UFPR, à frente do Grupo de Química de Materiais (GQM). O protótipo é resultado de pesquisas conduzidas ao longo do mestrado, doutorado e pós-doutorado da pesquisadora Maria Karolina Ramos.

Utilizando sódio obtido a partir do sal de cozinha, o grupo chegou a um dispositivo que combina, de forma inédita, flexibilidade, transparência e funcionamento em meio aquoso, eliminando o uso de eletrólitos inflamáveis.

O professor Aldo Zarbin, que lidera o Grupo de Química de Materiais e recebeu este ano o Prêmio Paranaense de Ciência e Tecnologia, da Fundação Araucária, na categoria de Pesquisador de Ciências Exatas e da Terra - Foto: Marcos olivan/Sucom/UFPR
O professor Aldo Zarbin, que lidera o Grupo de Química de Materiais e recebeu este ano o Prêmio Paranaense de Ciência e Tecnologia, da Fundação Araucária, na categoria de Pesquisador de Ciências Exatas e da Terra – Foto: Marcos olivan/Sucom/UFPR

Nanoarquitetura viabiliza nova geração de bateria

O diferencial da bateria está na aplicação de nanoarquitetura para a construção de filmes finos com espessura de poucos nanômetros. A técnica, desenvolvida no próprio laboratório, permite depositar o material em diferentes superfícies, mantendo desempenho eletroquímico e propriedades mecânicas.

A combinação de grafeno, óxido de cobre e dissulfeto de molibdênio resultou em eletrodos eficientes para baterias aquosas de íon-sódio. O estudo foi publicado na revista Sustainable Energy & Fuels, da Royal Society of Chemistry.

Bateria flexível e transparente amplia aplicações

A flexibilidade permite que a bateria seja dobrada ou curvada sem perda de desempenho, abrindo caminho para aplicações em eletrônicos vestíveis, dispositivos médicos e tecnologias dobráveis. A transparência, obtida pela espessura ultrafina dos materiais, possibilita a integração com sistemas que exigem passagem de luz, como células solares e janelas inteligentes.

Essa combinação remove uma das principais limitações atuais no design de novos dispositivos eletrônicos.

Bateria aquosa aumenta segurança e sustentabilidade

Ao operar em meio aquoso, a bateria elimina riscos associados às baterias de íon-lítio, que utilizam solventes orgânicos inflamáveis e tóxicos. A substituição por água aumenta a tolerância a falhas e reduz o risco de incêndios e explosões, tornando o dispositivo mais seguro para uso cotidiano.

Além disso, o sódio apresenta menor impacto ambiental, custo reduzido e maior disponibilidade global.

Em forma de filme fino, dispositivo pode ser aplicado sobre superfícies. Também tem ganho com segurança por usar água em vez de materiais inflamáveis. Fotos: Maria Karolina Ramos/GQM/UFPR

Ilustração: QM/UFPR/Reprodução
Em forma de filme fino, dispositivo pode ser aplicado sobre superfícies. Também tem ganho com segurança por usar água em vez de materiais inflamáveis. Fotos: Maria Karolina Ramos/GQM/UFPR

Bateria e descarbonização da matriz energética

A pesquisa também dialoga com o desafio do armazenamento de energia renovável. Fontes como a solar dependem de baterias para garantir fornecimento contínuo quando não há geração. O grupo trabalha na integração entre geração e armazenamento em um único sistema, conectando células fotovoltaicas diretamente à bateria, com ganhos de eficiência, redução de perdas e economia de espaço.

Bateria avança rumo ao mercado com pedido de patente

Os pesquisadores do Grupo de Química de Materiais da UFPR já solicitaram patente da bateria de íon-sódio. O próximo passo envolve ampliar a escala do protótipo e avançar na engenharia do sistema.

A pesquisa rendeu ao professor Aldo Zarbin o Prêmio Paranaense de Ciência e Tecnologia, entregue pelo governo do Paraná, reconhecendo a contribuição científica e tecnológica do trabalho.

Fonte: UFPR

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