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China não recebe Nvidia de braços abertos após Trump liberar exportações do chip H20

Publicado 15/08/2025 • 08:35 | Atualizado há 3 horas

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Redação CNBC

KEY POINTS

  • Apesar do afrouxamento das restrições à exportação de chips pelos EUA, a Nvidia está sendo recebida novamente com mais atenção.
  • As autoridades chinesas têm instado as empresas de tecnologia a não comprarem chips das empresas americanas.
  • Especialistas dizem que Pequim está sinalizando para suas empresas de tecnologia que elas devem continuar a dar suporte às empresas locais de chips de IA.
Sede global da Nvidia em Santa Clara, na Califórina, Estados Unidos

Nvidia/Divulgação

Sede global da Nvidia em Santa Clara, na Califórina, Estados Unidos

A Nvidia garantiu no mês passado o que foi visto como uma grande vitória quando o governo dos Estados Unidos anunciou que permitiria a retomada das vendas do chip H20, desenvolvido especialmente para a China. Mas desde então ficou claro que Pequim não vai estender o tapete vermelho.

Apesar do afrouxamento das restrições norte-americanas à exportação de chips, medida que a China sempre contestou, a volta da Nvidia está sendo recebida com maior desconfiança e escrutínio.

Na terça-feira, a Bloomberg informou que a China orientou empresas a evitarem o uso dos chips H20 da Nvidia, ou dos produzidos pela Advanced Micro Devices (AMD), principalmente em aplicações governamentais e de segurança nacional, segundo fontes próximas ao assunto.

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Em resposta, a Nvidia declarou que o H20 “não é um produto militar nem para infraestrutura governamental” e que proibir sua venda na China só prejudicaria a liderança econômica e tecnológica dos Estados Unidos, sem qualquer benefício para a segurança nacional.

Em outra reportagem, o site The Information afirmou que reguladores chineses chegaram a ordenar que grandes empresas de tecnologia, incluindo ByteDance, Alibaba e Tencent, suspendessem por completo as compras de chips da Nvidia até a conclusão de uma revisão de segurança nacional.

“Estamos ouvindo que se trata de uma ordem rígida, e que as autoridades estão realmente interrompendo novos pedidos de H20 para algumas companhias”, disse Qingyuan Lin, analista sênior da Bernstein especializado no setor de semicondutores da China, à CNBC.

A notícia surge poucas semanas depois de a Nvidia ter sido convocada por autoridades chinesas devido a preocupações com possíveis tecnologias de rastreamento e “backdoors” em seus chips.

Isso também complica os planos da Nvidia de manter sua participação de mercado no país, enquanto o CEO Jensen Huang tenta conduzir os negócios em meio a tensões crescentes e mudanças na política comercial entre Estados Unidos e China.

A investigação de Pequim ocorre depois de Câmara e Senado norte-americanos proporem leis que obrigariam empresas como a Nvidia a incluir mecanismos de segurança e verificação de localização em seus chips avançados de inteligência artificial.

A Nvidia negou a existência de quaisquer “backdoors” que possibilitem acesso ou controle remoto.

Segundo analistas do setor de semicondutores, as medidas contra a empresa também destacam que Pequim segue firme na campanha por autossuficiência em chips e deve resistir ao plano do governo Trump de manter o hardware de IA dos Estados Unidos dominante no mercado chinês.

“Isso é um sinal para as empresas chinesas de tecnologia de que elas precisam continuar apoiando o desenvolvimento de IA da Huawei, mesmo que os chips da Nvidia sejam melhores”, afirmou Chris Miller, autor de Chip War: The Fight for the World’s Most Critical Technology, à CNBC.

Construindo a cadeia de suprimentos doméstica
A China há muito demonstra interesse em criar uma cadeia de fornecimento de chips autossuficiente, e especialistas apontam que esses esforços vêm se acelerando desde que as restrições à exportação foram impostas em outubro de 2022.

Embora as fabricantes chinesas de GPUs (unidades de processamento gráfico) ainda estejam atrás da Nvidia em escala e avanço tecnológico, elas vêm recebendo volumosos financiamentos estatais, além de se beneficiarem das restrições aos chips mais avançados da empresa norte-americana.

Reva Goujon, diretora do Rhodium Group, disse à CNBC que Pequim parece estar tentando enfrentar barreiras à adoção local de chips chineses, baseando-se nas perguntas feitas por reguladores a desenvolvedores de IA sobre os H20.

Embora isso ainda represente um grande desafio, “a questão está ainda mais em evidência agora que membros do gabinete dos Estados Unidos estão declarando abertamente uma estratégia para deixar a China mais dependente das tecnologias americanas”, acrescentou.

Quando a retomada das exportações do H20 foi anunciada em julho, um integrante do governo Trump apresentou a decisão como uma concessão comercial. No entanto, nas semanas seguintes, a administração indicou que a medida também faz parte de uma estratégia para manter a inteligência artificial chinesa apoiada em tecnologia norte-americana.

Trump também está trabalhando em um acordo que deve garantir a Washington uma fatia de 15% dos negócios da Nvidia na China.

Não se trata de uma proibição total
Apesar da resistência de Pequim em relação aos H20, especialistas duvidam que o governo chinês vá bloquear de forma significativa suas importações, ao menos por enquanto.

“Não é provável que o governo chinês mantenha uma proibição. Após o fim da investigação, não acredito que haja uma justificativa forte para bloquear de fato os H20”, disse Lin, da Bernstein.

Ele acrescentou, no entanto, que não está claro quanto tempo a investigação vai durar e que atrasos no retorno dos H20 podem abrir mais espaço para fabricantes locais, já que empresas de IA buscam alternativas.

Companhias como a Huawei estão desenvolvendo suas próprias GPUs para o mercado chinês.

Ray Wang, diretor de pesquisas sobre semicondutores, cadeia de suprimentos e tecnologias emergentes no Futurum Group, avaliou que as recentes medidas de Pequim provavelmente visam transmitir a mensagem de que os H20 representam uma possível preocupação de segurança e que o governo vai monitorar de perto seu uso. “Isso pode influenciar as decisões de compra de alguns clientes no longo prazo”, acrescentou.

Enquanto isso, caso os chips H20 sejam de fato liberados de volta ao mercado, eles devem beneficiar desenvolvedores locais de IA enquanto a indústria doméstica continua a avançar.

“Existe hoje uma demanda significativa pelo H20 na China”, destacou a consultoria SemiAnalysis em nota divulgada na terça-feira. A Huawei, apesar do aumento agressivo da produção, ainda não consegue atender a toda a demanda chinesa por chips de inferência, acrescentou.

Embora a China esteja avançando no design de semicondutores, sua oferta de GPUs de ponta continua limitada pelas atuais restrições de exportação dos equipamentos mais avançados de fabricação de chips do mundo.

“O acesso à tecnologia dos EUA ainda pode ser valioso, especialmente quando os desenvolvedores e fabricantes chineses de IA enfrentam esses ‘gargalos’ computacionais. Mas Pequim quer garantir que o plano de longo prazo continue direcionado à autossuficiência”, disse Goujon, do Rhodium Group.

Enquanto isso, há sinais de que Washington pode dar mais passos para manter os chips norte-americanos dominantes no mercado chinês. Na terça-feira, Trump disse estar aberto a estender as aprovações de exportação de chips a outras empresas além de Nvidia e AMD. Ele também sinalizou que permitirá à Nvidia vender à China uma versão menos potente de seu chip mais recente, o Blackwell.

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