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Lançamento do GPT-5 decepcionou os consumidores, mas modelo de IA ganha força
Publicado 15/08/2025 • 09:29 | Atualizado há 2 horas
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Pavlo Gonchar / SOPA Images via Reuters Connect
Nesta fotoilustração, o logotipo do GPT -5 é visto na tela de um smartphone.
Sam Altman transformou a OpenAI em um fenômeno cultural com o ChatGPT. Agora, três anos depois, ele persegue onde está o dinheiro de verdade: o mercado corporativo.
O lançamento do GPT-5, novo modelo de inteligência artificial da OpenAI, na semana passada, foi turbulento. Críticos reclamaram da falta de intuitividade, o que acabou levando a empresa a restituir o GPT-4 para clientes pagantes do chatbot.
Mas o GPT-5 não foi feito para o consumidor final. É a aposta da OpenAI para conquistar o mercado corporativo, onde a rival Anthropic saiu na frente.
Com apenas uma semana no ar, startups como Cursor, Vercel e Factory já tornaram o GPT-5 o modelo padrão em produtos e ferramentas-chave, destacando sua configuração mais rápida, melhores resultados em tarefas complexas e preço mais baixo.
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Algumas empresas afirmam que o GPT-5 agora iguala ou supera o Claude em código e design de interface — área que antes era dominada pela Anthropic.
A Box, outro cliente corporativo, tem testado o GPT-5 em documentos longos e cheios de lógica. O CEO Aaron Levie disse à CNBC que o modelo é um “avanço”, afirmando que apresenta um nível de raciocínio que sistemas anteriores não conseguiam alcançar.
Nos bastidores, a OpenAI montou sua própria equipe de vendas corporativas — mais de 500 pessoas sob o comando do COO Brad Lightcap — que opera de forma independente da Microsoft, principal investidora e parceira de nuvem da startup. Os clientes podem acessar os modelos da OpenAI via Microsoft Azure ou diretamente pela própria OpenAI, que controla a API e a experiência do produto.
Ainda assim, a economia é brutal. Os modelos são caros de manter e tanto a OpenAI quanto a Anthropic estão gastando alto para fidelizar clientes. A OpenAI deve queimar cerca de US$ 8 bilhões este ano.
Esse é um dos motivos pelos quais as duas buscam novos aportes de capital.
A OpenAI avalia uma venda secundária de ações que pode avaliar a empresa em cerca de US$ 500 bilhões, e afirmou que o ChatGPT está próximo de alcançar 700 milhões de usuários semanais.
A Anthropic, por sua vez, busca novos investimentos que podem levar sua avaliação a US$ 170 bilhões.
O GPT-5 é significativamente mais barato que o Claude Opus 4.1, modelo mais avançado da Anthropic — em alguns casos, até sete vezes e meia menos custoso — mas a OpenAI gasta fortunas em infraestrutura para sustentar essa vantagem.
A estratégia da OpenAI é conquistar clientes agora, fidelizá-los e construir um negócio sólido a partir dessa lealdade.
A Cursor, ainda cliente importante da Anthropic, passou a direcionar novos usuários para a OpenAI. O cofundador e CEO Michael Truell reforçou a mudança durante a transmissão de lançamento da OpenAI, descrevendo o GPT-5 como “o modelo de codificação mais inteligente que já testamos”.
Truell explicou que a mudança vale apenas para novos cadastros, já que os clientes atuais continuarão usando a Anthropic como padrão. A Cursor mantém um contrato de receita garantida com a Anthropic, cuja estratégia sempre foi dominar a camada corporativa.
Em junho, cerca de 80% da receita da Anthropic já vinha do mercado corporativo, com crescimento anualizado de 17 vezes, segundo uma pessoa com conhecimento do assunto. Só nos últimos seis meses, a companhia adicionou US$ 3 bilhões em receita — sendo US$ 1 bilhão em junho — e já assinou três vezes mais contratos de oito e nove dígitos neste ano do que em todo 2024, disse a fonte.
A Anthropic afirma que sua presença no setor corporativo vai muito além da tecnologia.
O Claude alimenta ferramentas da Amazon Prime, Alexa e AIG, além de ser usado por grandes players de farmacêuticas, varejo, aviação e serviços profissionais. A empresa está integrada ao Amazon Web Services, GCP, Snowflake, Databricks e Palantir, e seus contratos tendem a crescer rapidamente.
O gasto médio por cliente aumentou mais de cinco vezes no último ano, com mais da metade dos clientes corporativos usando agora múltiplos produtos do Claude, disse a fonte.
Excluindo seus dois maiores clientes, a receita do restante do negócio cresceu mais de onze vezes em relação ao ano anterior.
Mesmo com esse alcance amplo, a OpenAI vem ganhando espaço junto às empresas.
O uso da API do GPT-5 disparou desde o lançamento, com o modelo processando mais que o dobro de trabalhos de codificação e construção de agentes, e aplicações de raciocínio crescendo mais de oito vezes, segundo uma pessoa com conhecimento dos dados.
A demanda corporativa cresce rapidamente, especialmente para tarefas de planejamento e raciocínio em múltiplas etapas.
O desempenho do GPT-5 na última semana mostra como as preferências podem mudar rápido quando preço e performance jogam a favor da OpenAI.
A Qodo, plataforma de codificação com IA, testou o GPT-5 contra modelos de ponta como Gemini 2.5, Claude Sonnet 4 e Grok 4, e relatou em seu blog que ele se destacou na detecção de erros de programação.
O modelo foi muitas vezes o único a identificar falhas críticas, como bugs de segurança ou código quebrado, sugerindo correções limpas e objetivas e ignorando trechos que não precisavam de alteração, disse a empresa. Entre os pontos fracos, citou falsos positivos ocasionais e alguma redundância.
A Vercel, plataforma em nuvem para aplicativos web, tornou o GPT-5 o padrão em sua nova ferramenta de “vibe coding” de código aberto — um sistema que transforma instruções em inglês simples em aplicativos funcionais. Também incorporou o GPT-5 ao seu agente no painel de controle, onde, segundo a empresa, o modelo tem se destacado na execução de tarefas complexas e no entendimento de instruções longas.
“Embora já houvesse muita concorrência em modelos de IA, o Claude dominava esse espaço. Era, de longe, o melhor modelo de codificação. Não havia comparação”, disse Malte Ubl, CTO da Vercel. “A OpenAI simplesmente não estava no jogo.”
Isso mudou com o GPT-5.
“Eles pelo menos alcançaram. São melhores em algumas coisas, piores em outras”, afirmou Ubl. Ele destacou a utilidade do modelo para prototipagem inicial e design de produto, dizendo que ele é mais criativo que o Claude Sonnet.
“Tradicionalmente, é preciso otimizar para o novo modelo, e vimos resultados muito bons desde o começo”, disse, ressaltando a facilidade de integração.
A JetBrains adotou o GPT-5 como padrão em seu Assistente de IA e no Kineto, nova ferramenta sem código para criação de sites e apps, após constatar que o modelo gera ferramentas simples e direcionadas mais rapidamente a partir das instruções dos usuários. Já a Factory afirmou ter colaborado de perto com a OpenAI para tornar o GPT-5 o padrão em suas ferramentas.
“Quando se trata de obter um plano realmente bom para implementar uma solução de código complexa, o GPT-5 é muito melhor”, disse Matan Grinberg, CEO da Factory. “É muito melhor em planejar e manter a coerência do plano ao longo do tempo.”
Grinberg acrescentou que o GPT-5 se integra bem à sua plataforma multiagente: “Ele funciona de forma muito fluida tanto com os detalhes de alto nível que gerenciamos quanto com a implementação de baixo nível.”
A flexibilidade de preços também foi fator decisivo para a Factory.
“Preço é o que mais importa para nossos usuários finais”, disse Grinberg, explicando que a inferência mais barata agora deixa os clientes mais confortáveis em experimentar. Em vez de hesitar sobre se uma pergunta vale o custo, eles podem “atirar mais livremente” e explorar ideias sem receio.
Anton Osika, cofundador e CEO da Lovable, que desenvolve uma ferramenta de IA que permite a qualquer pessoa criar negócios reais de software sem escrever uma linha de código, contou que sua equipe testou o GPT-5 por semanas antes do lançamento oficial e ficou “muito satisfeita” com os avanços.
“O que vimos é que ele é mais poderoso. É mais inteligente em muitos casos complexos”, disse Osika, acrescentando que o novo modelo é “mais propenso a agir e refletir sobre suas ações” e “dedica mais tempo para garantir que acerte de verdade”.
Levie, da Box, afirmou que os maiores ganhos para sua empresa apareceram em fluxos de trabalho corporativos sem relação com programação. Sua equipe testou o modelo por semanas em dados empresariais complexos — de contratos de centenas de páginas a roadmaps de produto — e constatou que ele se destacou em problemas que travavam sistemas de IA anteriores.
Levie acrescentou que, para uso corporativo, em que agentes de IA atuam em segundo plano para executar tarefas, essas melhorias de patamar são cruciais e podem transformar o GPT-5 em um verdadeiro avanço na automação do trabalho.
“O GPT-5 apresentou um desempenho incrivelmente bom — certamente o melhor modelo da OpenAI — e, em muitos de nossos testes, é o melhor disponível”, afirmou.
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Este conteúdo foi fornecido pela CNBC Internacional e a responsabilidade exclusiva pela tradução para o português é do Times Brasil.
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