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Companhias aéreas devem reduzir projeções para 2025 diante da queda na demanda por viagens

Publicado 07/04/2025 • 10:42 | Atualizado há 6 horas

CNBC

Redação CNBC

KEY POINTS

  • Queda nas viagens a partir do Canadá. Sinais de demanda mais fraca no Atlântico. Demissões em massa no setor público. Tarifas. A pior queda do mercado de ações desde 2020.
  • Todos esses são indícios de preocupação para o setor aéreo.
  • Analistas dizem que as companhias aéreas dos Estados Unidos provavelmente vão revisar para baixo suas projeções para 2025 ao divulgarem os balanços trimestrais a partir desta semana.
Avião da Delta Air Lines.

Avião da Delta Air Lines.

Unsplash.

Queda nas viagens a partir do Canadá. Sinais de demanda mais fraca no Atlântico. Demissões em massa no setor público. Tarifas. Consumidores freando as reservas de passagens. A pior queda do mercado de ações desde 2020. Todos esses são indícios de preocupação para o setor aéreo.

Analistas dizem que as companhias aéreas dos Estados Unidos provavelmente vão revisar para baixo suas projeções para 2025 ao divulgarem os balanços trimestrais a partir desta semana, citando rachaduras na demanda por viagens — que vinha sendo uma prioridade dos consumidores, mesmo após anos de inflação.

“As coisas claramente estão mais fracas do que em janeiro”, disse à CNBC a analista Savanthi Syth, da Raymond James.

No mês passado, a Delta Air Lines revisou para baixo sua projeção para o primeiro trimestre, apontando uma demanda mais fraca do que o esperado em viagens corporativas e de lazer. American Airlines e Southwest Airlines também reduziram suas estimativas para a primeira metade do ano.

Desde então, as ações das companhias aéreas caíram ainda mais, em meio a crescentes preocupações com a desaceleração da demanda sob as políticas do presidente Donald Trump — a mais recente, novas tarifas globais de no mínimo 10%.

“O nível de queda das ações é pior do que a realidade neste momento, mas isso não significa que essa não será a realidade daqui a seis meses”, afirmou Syth.

Analistas de Wall Street reduziram suas projeções de preço e rebaixaram a classificação das ações das companhias aéreas dos EUA, até mesmo da Delta — a mais lucrativa entre elas. Assim como sua principal concorrente, a United Airlines, a Delta tem registrado bons resultados nos últimos anos com consumidores de alta renda dispostos a pagar mais por assentos com mais espaço.

Ainda assim, o cenário não é comparável ao da pandemia em 2020, quando países fecharam fronteiras e a demanda por voos praticamente desapareceu da noite para o dia — a pior crise da história do setor. Desta vez, a demanda não desapareceu, mas apresenta sinais de desgaste, como tem ocorrido também em outros setores da economia.

A Delta será a primeira companhia aérea dos EUA a divulgar seus resultados trimestrais, antes da abertura dos mercados na quarta-feira.

As ações das companhias aéreas têm sofrido fortes perdas em 2025. A Delta acumula queda de mais de 38%, a American caiu mais de 45%, e a United, mais de 40% no ano.

A mudança de humor em relação ao setor é marcante. Desde o fim da pandemia, a demanda por viagens — especialmente internacionais — vinha se mantendo forte, com os consumidores priorizando experiências, como viagens de várias semanas ao Japão ou escapadas para Portugal, em vez da compra de bens.

Agora, sinais de retração nas viagens internacionais, somados à queda nas viagens a partir do Canadá, começam a aparecer nas reservas entre EUA e Europa.

As reservas de voos entre Estados Unidos e Europa para os meses de junho a agosto estão cerca de 13% abaixo do volume registrado no mesmo período do ano passado, segundo dados da Cirium, empresa especializada em aviação. A empresa ressalta, no entanto, que os dados são baseados em agências de viagens online e não incluem reservas feitas diretamente nos sites das companhias aéreas.

Apesar disso, alguns analistas demonstram preocupação.

“Esperamos um cenário de crescimento mais lento, inflação mais alta e um Estados Unidos mais isolacionista, o que pode prejudicar significativamente o ambiente competitivo das companhias aéreas”, escreveu o TD Cowen na sexta-feira. “Tememos que esse novo paradigma econômico provoque uma nova queda estrutural nas viagens corporativas, enquanto o efeito negativo sobre a riqueza reduza ainda mais o consumo, especialmente entre os Baby Boomers.”

O Bank of America Institute escreveu, na semana passada, que “é possível que a recente queda na confiança do consumidor esteja se traduzindo em hesitação na hora de reservar viagens, ou em planos de reduzir a duração delas”, embora tenha acrescentado que “o mau tempo e a Páscoa mais tardia este ano também provavelmente influenciam”.

Executivos do setor aéreo afirmam que as viagens a trabalho financiadas pelo governo — que representam apenas alguns pontos percentuais da receita, mas milhões de dólares — desapareceram com as demissões em massa e os cortes de custos. Nas teleconferências de resultados deste mês, eles devem ser questionados sobre os efeitos colaterais disso, como as demissões em empresas como a consultoria Deloitte.

Outro ponto que deve ser abordado é a resiliência da demanda por viagens premium. Syth acredita que a parte dianteira das aeronaves continuará cheia, mas que as companhias podem incentivar a demanda, se necessário, oferecendo condições atrativas para troca de pontos de programas de fidelidade.

“As cabines estarão cheias, mas qual será a qualidade do rendimento?”, questionou ela.

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Este conteúdo foi fornecido pela CNBC Internacional e a responsabilidade exclusiva pela tradução para o português é do Times Brasil.

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