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Qual será o futuro das companhias aéreas brasileiras? Sem fusão, Gol e Azul buscam retomada enquanto Latam domina mercado
Publicado 27/09/2025 • 21:33 | Atualizado há 15 horas
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Publicado 27/09/2025 • 21:33 | Atualizado há 15 horas
KEY POINTS
Aviões da Gol e da Azul.
Reuters
A fusão entre Gol e Azul, que poderia criar a maior companhia aérea do Brasil, foi oficialmente descartada na noite de quinta-feira (25). Em comunicados ao mercado, as duas empresas confirmaram o fim das negociações para uma união societária e a rescisão do acordo de codeshare, assinado em maio de 2024, que previa a integração parcial de suas malhas aéreas.
O processo teve início em janeiro, quando a Abra, controladora da Gol, e a Azul assinaram um memorando de entendimentos. À época, a expectativa era de que a combinação de negócios pudesse avançar em 2026, após análise regulatória. Mas a realidade mudou rapidamente: em maio, a Gol encerrou seu processo de Chapter 11 nos Estados Unidos, enquanto a Azul ingressava na mesma modalidade de reestruturação judicial em Nova York. Segundo a própria Abra, as conversas já estavam paradas havia meses, diante da prioridade da Azul em reorganizar suas dívidas.
O mercado reagiu de imediato. Na sessão da última sexta-feira (26), as ações da Azul (AZUL4) dispararam 17,14%, fechando a R$ 1,23, enquanto os papéis da Gol (GOLL54) subiram 5,31%, a R$ 5,95. Para a Genial Investimentos, a forte alta não significou uma confiança no setor, mas uma correção de expectativas. Os analistas afirmam que a decisão reforça a dificuldade de viabilizar uma fusão desse porte no setor aéreo, especialmente em meio ao processo de Chapter 11 da Azul, que consome toda a atenção da companhia. A corretora avaliou ainda que o cancelamento da operação foi uma espécie de antecipação a uma possível negativa do Cade, que já havia questionado o codeshare entre as duas empresas.
O Bradesco BBI adotou uma leitura diferente. Para os analistas, o anúncio foi “neutro” para ambas as companhias, já que a Gol segue executando seu plano de negócios após sair da recuperação judicial, e a Azul permanece dedicada à sua reestruturação nos EUA. Na visão do banco, a conectividade entre as empresas pode até ser reduzida, mas a operação cotidiana de cada aérea já não dependia mais do codeshare. O BBI manteve recomendação de venda para ambas, com preço-alvo de R$ 0,50 para a Azul e R$ 4 para a Gol, reforçando que a consolidação não fazia parte dos cenários-base.
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Advogados especializados em direito societário explicam que a rescisão do codeshare está diretamente relacionada ao fim da fusão. Segundo Fernando Canutto, sócio do Godke Advogados, a ruptura não traz consequências jurídicas graves, já que as tratativas estavam em fase preliminar e não vinculante. Ele ressalta, porém, que cláusulas de confidencialidade e de exclusividade devem seguir sendo observadas. Para ele, o Cade teve papel relevante ao pressionar por transparência, e a decisão de encerrar o acordo elimina riscos adicionais de questionamento regulatório.
Max Mostrange, CEO da Excellence, em entrevista ao Times Brasil – Licenciado Exclusivo CNBC, reforçou que a fusão já não fazia sentido desde que a Azul entrou em Chapter 11. Na visão do executivo, a negociação se transformou em um “abraço de afogados”: a Azul, antes interessada em adquirir uma Gol fragilizada, acabou entrando em situação financeira mais delicada do que a rival.
Para ele, a Gol agora busca se fortalecer de forma independente, enquanto a Azul precisa concentrar todos os esforços em sua reestruturação nos Estados Unidos. Mostrange avalia que o setor aéreo brasileiro segue pressionado por dívidas elevadas e margens estreitas, o que limita a atratividade para novos investidores estrangeiros.
Especialistas em direito societário também apontaram que o rompimento do codeshare é um desdobramento natural do fim da fusão. Como o acordo não trouxe resultados significativos e ainda estava sob pressão do Cade, a rescisão evitou riscos regulatórios adicionais. Nesse contexto, as companhias garantiram que todos os bilhetes emitidos dentro da parceria serão honrados, mas as vendas futuras seguirão de forma independente.
O episódio mostrou como o setor aéreo brasileiro segue marcado por instabilidade financeira e regulatória. A Azul, em recuperação judicial nos EUA, busca tempo e flexibilidade para negociar contratos de leasing e alongar prazos com credores. Já a Gol, embora tenha encerrado seu processo de Chapter 11, ainda carrega uma dívida bilionária e precisa focar na execução de seu plano de negócios.
O resultado é que, ao menos por ora, a ideia de uma “superaérea” no Brasil fica fora do radar.
A Latam segue isolada na liderança do mercado doméstico, com 41,4% de participação em agosto, frente aos 30,1% da Gol e 28,4% da Azul, segundo dados da Anac.
Para analistas e investidores, o desafio agora é acompanhar se a retomada da demanda de passageiros, que já acumula 12 meses de crescimento, será suficiente para sustentar o redesenho das operações das companhias aéreas brasileiras sem a ajuda de uma fusão.
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