Receita da JSL cresce 13% no 2T25 e vê impacto positivo do redirecionamento de cargas após tarifaço

A JSL, uma das maiores empresas de logística do país, registrou receita líquida de R$ 2,4 bilhões no segundo trimestre de 2025, crescimento de 13% em relação ao mesmo período do ano passado. O resultado veio acompanhado de expansão das margens operacionais, o que, segundo o CFO da companhia, Guilherme Sampaio, reflete um desempenho sólido e alinhado com o planejamento estratégico da empresa.

Em entrevista ao Real Time, Sampaio afirmou que a empresa não sofreu impactos negativos com o tarifaço imposto pelos Estados Unidos a produtos brasileiros. Ao contrário, a mudança no destino de cargas que antes eram exportadas pode impulsionar o transporte rodoviário local. “Temos escutado de clientes da indústria alimentícia, por exemplo, que volumes antes direcionados à exportação agora estão sendo redirecionados para o Brasil e América do Sul. Para a JSL, isso representa mais movimentação interna, o que é positivo”, explicou.

Com operações em nove países, incluindo Brasil, América do Sul e África, a JSL atua em mais de 20 setores da economia, com destaque para alimentos e bebidas, papel e celulose, e automotivo. A empresa não está exposta diretamente a cadeias mais afetadas pelas tarifas, como café e frutas. “No curto prazo, não vemos impactos negativos nos segmentos que atendemos”, reforçou.

Segundo semestre promissor

Sampaio acredita que o segundo semestre deve trazer ainda mais força para os negócios, com aumento do consumo em datas como a Black Friday e o Natal. “Apesar dos juros altos, a economia real segue aquecida. Ouvimos das indústrias que o volume permanece forte”, disse.

Sem fornecer guidance formal, o executivo apontou otimismo com a demanda, reforçando que a logística vive um bom momento no Brasil, especialmente para operadores integrados como a JSL. “O setor passa por transformação. Empresas menores sofrem mais com os juros, mas o volume está melhor que o esperado”, afirmou.

Tecnologia no centro da estratégia

Diante de um mercado cada vez mais competitivo e digital, a JSL vem investindo em tecnologia como diferencial estratégico. Em setembro do ano passado, lançou a JCL Digital, unidade de negócios voltada à digitalização completa das operações de transporte. “O consumidor quer rapidez e preço baixo. Só conseguimos isso com produtividade e tecnologia”, ressaltou.

A empresa também mantém a estratégia de aquisições. Em 2023, comprou a FSJ, especializada em e-commerce, e passou a atuar com mais força nesse mercado. “Aquisições fazem parte do nosso DNA. Buscamos empresas com conhecimento específico que nos ajudem a crescer em novos nichos”, concluiu.

Com atuação diversificada, escala nacional e foco em inovação, a JSL segue posicionada para aproveitar oportunidades no setor logístico, mesmo em meio a um cenário externo desafiador.

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