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Vida de CEO Juliana Colombo

The Chosen: conheça o CEO por trás da série que captou R$ 500 milhões em ‘vaquinha virtual’ e está nos cinemas

Publicado 29/03/2025 • 17:55 | Atualizado há 7 horas

Juliana Colombo, do Times Brasil

Foto de Juliana Colombo

Juliana Colombo

Juliana Colombo é jornalista especializada em economia e negócios. Já trabalhou nas principais redações do país, como Valor Econômico, Forbes, Folha de S. Paulo e Rede Globo

Dallas Jenkins e Jonathan Roumie, que interpreta Jesus na série

Imagine a seguinte situação: o ano é 2017 e você é diretor de cinema americano, seu último filme é um fracasso de público e de bilheteria. Você, então, decide fazer uma série para TV, por meio de crowdfunding, a chamada “vaquinha virtual”, baseada na vida de Jesus Cristo e na visão que os apóstolos têm dele. Talvez a resposta imediata seria: “será outro fracasso”.

Ocorre que, em poucos meses, mais de 16 mil investidores toparam financiar o projeto e, US$ 10 milhões (R$ 60 milhões) depois, nascia a série de drama histórico, com contornos cinematográficos, mais vista do mundo e com o maior financiamento coletivo já captado — The Chosen. E o diretor em questão é Dallas Jenkins, criador e também escritor da série.

São mais de 770 milhões de visualizações nas plataformas de streaming, 280 milhões de espectadores e mais de 17 milhões de seguidores nas redes sociais. Já foram mais de R$ 500 milhões arrecadados por meio desse tipo de financiamento ao longo de 5 – das 7 temporadas.

Só para a temporada atual — que estreou nos Estados Unidos na última sexta-feira (28) e chega aos cinemas do Brasil em 10 de abril — foram 104 mil investidores, em mais de 151 países. Quem contribui pode ser figurante onde a série é gravada, no Texas e em Utah, nos Estados Unidos. E os números seguem impressionando: os 8 episódios de cada uma das temporadas foram dublados em 50 línguas e traduzidos para 600.

E ainda: os retratos para divulgar a estreia foram feitos pela fotógrafa badalada das revistas de moda Annie Leibovitz e foram lançados nos outdoors na Times Square, em Nova York, neste mês.

Dallas Jenkins na Times Square, em Nova York, com as fotos de Anne Leibovitz

Força do Brasil

No Brasil, só no ano passado, quando a 4ª temporada foi exibida nos cinemas, foram vendidos 1 milhão de ingressos. O país é o segundo em audiência da série, logo atrás dos Estados Unidos, e é com a ajuda daqui que o diretor afirma pretender chegar em breve a 1 bilhão de visualizações.

O segredo? “É trazer ótima qualidade para um segmento que normalmente não é bem avaliado”, diz Dallas. Além disso, a série traz um Jesus divertido, que faz piadas e demonstra o lado humano desse personagem icônico. O ator Jonathan Roumie interpreta o papel.

Dallas me recebe no hotel Rosewood, em São Paulo, para falar do lançamento da 5ª temporada, que depois dos cinemas irá, com exclusividade, para o Prime Video, da Amazon, contrato firmado há poucos meses.

A temporada cinco, chamada de “Última Ceia”, trata da Semana Santa, em que Jesus chega à Jerusalém e o povo o aguarda para coroá-lo como rei. Mas, em vez de confrontar o império romano, ele derruba mesas durante o festival local. Os líderes religiosos e políticos farão de tudo para garantir que esta seja a última ceia de Jesus.

Esta é a segunda vez que Dallas volta ao Brasil — a outra foi em 2022 e promete voltar sempre. Desta vez, conheceu o jogador Neymar, muito fã da série.

A seguir, a entrevista com o diretor Dallas Jenkins ao Times Brasil — Licenciado Exclusivo CNBC:

Times Brasil: Qual é a importância do Brasil para o The Chosen?

Dallas Jenkins: Bem, desde o início, antes da gente crescer em todos os lugares, nós estávamos vendo respostas do Brasil às nossas páginas sociais, muitas bandeiras brasileiras em comentários. O português foi uma das primeiras línguas que traduzimos e foi lindo ver as pessoas respondendo imediatamente.

Acho que o Brasil aprecia conteúdos emocionantes, vocês são um povo muito apaixonado. O brasileiro responde com emoção, gosta de humanidade nas relações e essa é a relação com a série. Adoro isso. Quero vir aqui todos os anos.

TB: Então, você não veio apenas para conhecer Neymar?

DJ: Não, esse foi um bônus muito bom, risos (Dallas conheceu Neymar e assistiu a um treino do Santos em sua visita ao país neste mês).

TB: Vamos voltar para 2017, 20 de janeiro. Temos uma grande audiência de CEOs e homens e mulheres de negócio. Gostaria que você contasse sobre como um grande fracasso na sua carreira permitiu que grandes coisas acontecessem depois.

DJ: Você precisa oferecer tudo. Este é um princípio aplicado aos cristãos, mas se aplica a todos, que é, no meio da minha maior falha, eu assumir que devo ter feito a coisa errada. E é fácil para muitos líderes medir-se pelos resultados, pelos números, pelo crescimento.

Isso pode ser muito irritante. Pode ser que você faça decisões que não são necessariamente as decisões certas para o que é melhor para o projeto, porque você está tentando evitar a crítica ou ganhar o prazer, ou crescer, ou seja, o que for que está acontecendo.

Bem no meio da minha falha de fazer um filme fracassado, uma pessoa me lembrou que não é meu dever alimentar as 5 mil pessoas (uma alusão à passagem bíblica em que Jesus, após pregar por 3 dias, multiplica 5 pães e dois peixes que havia no local, para 5 mil pessoas que estavam famintas).

É meu trabalho oferecer os pães e os peixes somente. O rapaz que providenciou a Jesus os pães e peixes não sabia que haveria milagre da multiplicação. Ele deu tudo o que ele tinha. A transação acaba aí.

O que Deus faz com isso já não é sua responsabilidade. Quando eu entendi, isso, me tirou um peso imenso em relação a falhar, a críticas. Eu providencio meus 5 & 2. Esse é até o nome do nosso estúdio.

TB: E como é o Dallas como um líder, como um chefe?

DJ: Eu acho que a coisa mais importante é que, se você é um diretor, ou um líder de negócios, ou qualquer tipo de chefe, tem, geralmente, livros sobre como ser um melhor chefe, como ser um melhor líder.

Eu me tornei um melhor líder quando comecei a entender e estudar psicologia, comunicação, que todo mundo é diferente. Não existe um livro, ou uma regra, ou um método que se aplique a todos.

Então, quando comecei a ver as pessoas que trabalham para mim como seres humanos, que todos têm personalidades diferentes, e ouvem as coisas de forma diferente, isso realmente mudou a minha vida. Eu me tornei um melhor direto e um melhor líder quando eu me tornei um melhor ouvinte. E eu estou atento a cada pessoa que trabalha para mim.

TB: Jesus liderou assim?

DJ: Jesus tem uma mensagem para todos. Mas, como ele chega lá, é específico para você. Ele sabe o seu coração, ele sabe a sua necessidade. Ele vai falar diretamente com você.

TB: Você tem alguma passagem das escrituras, da Bíblia, que o define?

DJ: Há um verso, salmo 34, que lembra que quando desistimos, nós começamos a depender do nosso próprio ego, do nosso próprio orgulho, e então, é claro, me lembra de estar sempre olhando para ele.

TB: A minha é: e Jesus chorou.

DJ: Sim, curta e fácil de lembrar, né?

TB: Estou brincando, é Isaías 43: “Não tenha medo, eu te chamo pelo nome”.

DJ: Então, você gosta da primeira temporada, é o momento em que Jesus aparece na série.

TB: Sim, e minha avó sempre lia para mim.

DJ: Viu, brasileiros com paixão. Obrigado.

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