O governo da Arábia Saudita estuda vender os quatro principais clubes de futebol do país. Entre eles está o Al-Nassr, equipe do atacante português Cristiano Ronaldo, de 40 anos.
O Al-Nassr é controlado pelo Fundo de Investimento Público (PIF) e pelo Ministério do Esporte. Também estão na lista o Al-Hilal, o Al-Ittihad e o Al-Ahli, todos atualmente mantidos pelo Estado.
A proposta busca reduzir a dependência do governo no financiamento do futebol e atrair investidores privados para a gestão dos clubes, em linha com o programa Vision 2030, que pretende diversificar a economia saudita e diminuir os gastos públicos.
Hoje, o PIF detém 75% das ações desses clubes, enquanto os 25% restantes estão sob controle do Ministério do Esporte. A venda da participação governamental abriria espaço para que investidores privados assumam o controle, com o objetivo de garantir eficiência e sustentabilidade financeira às equipes.
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Nos últimos anos, os clubes da Arábia Saudita receberam investimentos milionários, atraindo grandes nomes do futebol mundial. A onda de contratações, acelerada a partir de 2023, resultou em gastos estimados em cerca de 1,59 bilhão de euros (R$ 10 bilhões) apenas em transferências — sem contar salários e bônus.
O Al-Nassr contratou Cristiano Ronaldo em 2023, e o atacante assinou em junho deste ano uma renovação com salário de 209 milhões de euros (R$ 1,32 bilhão) por ano. O clube também fechou com outras estrelas, como João Félix e Kingsley Coman.
Já o Al-Hilal, considerado o clube mais valioso do país, trouxe em agosto o atacante Darwin Núñez, ex-Liverpool, por 53 milhões de euros (R$ 335,49 milhões) — valor recorde no futebol saudita.
Valores dos clubes sauditas
Em relação à distribuição dos valores, o Al-Hilal foi o clube que mais investiu, gastando cerca de 558 milhões de euros (R$ 3,53 bilhões) em contratações desde o início da chamada “era dourada” do futebol árabe. O Al-Nassr aparece em seguida, com gastos próximos de 406 milhões de euros (R$ 2,57 bilhões).
Segundo dados do Transfermarkt, o valor de mercado atual do Al-Hilal é estimado em 234 milhões de euros (R$ 1,48 bilhão). O Al-Nassr tem valor próximo a 174 milhões de euros (R$ 1,10 bilhão), seguido pelo Al-Ahli, com 158 milhões de euros (R$ 1 bilhão), e pelo Al-Ittihad, avaliado em 112 milhões de euros (R$ 710 milhões).
Esses números colocam os clubes sauditas em patamares próximos aos principais clubes brasileiros em valor de mercado: Flamengo (221,30 milhões de euros – R$ 1,74 bilhão) e Palmeiras (193,15 milhões de euros – R$ 1,22 bilhão).
Estratégia para o futuro
A possível venda dos clubes representa uma mudança importante na estratégia do governo saudita em relação ao futebol. A entrada de investidores privados deve impulsionar uma gestão mais profissional e orientada para resultados financeiros sustentáveis, além de incentivar a competitividade das equipes.
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