Enquanto a Binance busca reabilitação, CEO elogia Trump como ‘fantástico’ para o setor cripto
Publicado 23/03/2025 • 10:30 | Atualizado há 3 dias
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KEY POINTS
O CEO da Binance, Richard Teng, afirmou que a administração de Donald Trump tem sido um “fantástico” reinício para a indústria de criptomoedas. “Estamos operando em um ambiente completamente diferente”, disse Teng em entrevista à CNBC na última terça-feira (18).
Nos últimos 16 meses, a Binance passou de uma empresa vista como inimiga da regulação para um possível influenciador político em Washington. Após um acordo histórico de US$ 4,3 bilhões com reguladores e a saída forçada do fundador Changpeng “CZ” Zhao, a corretora agora encontra um cenário mais favorável sob o segundo mandato de Trump, afirmou o CEO.
Teng, que assumiu o comando da Binance em novembro de 2023, admitiu que a mudança política trouxe benefícios à empresa. As declarações do executivo surgem em meio a especulações sobre um possível investimento da família Trump na corretora, conforme reportado pelo The Wall Street Journal.
Além disso, segundo a Bloomberg, o banco cripto World Liberty Financial, ligado a Trump e ainda não lançado, estaria negociando com a Binance a criação de uma stablecoin atrelada ao dólar. Caso tais acordos se concretizem, representariam uma reviravolta surpreendente para a empresa, que antes era vista como um alvo das autoridades regulatórias dos EUA.
Ao ser questionado sobre o suposto envolvimento da família Trump na Binance.US, Teng evitou confirmar qualquer detalhe. “Binance.US e Binance.com são operações muito diferentes”, disse. “Possuem acionistas distintos, conselhos de administração independentes e CEOs diferentes.”
A separação das operações foi uma resposta da Binance às pressões regulatórias, com o objetivo de isolar suas atividades nos EUA do restante do mercado global.
Teng destacou que o novo governo tem sido amplamente positivo para o setor.
“Saímos de quatro anos de uma ‘Operação Choke Point 2.0’ para um presidente pró-cripto e pró-IA”, disse. O termo se refere a uma suposta repressão de bancos tradicionais a empresas de ativos digitais durante o governo Biden.
A Binance tem aproveitado esse momento para expandir rapidamente sua base de usuários, que cresceu de 170 milhões para 265 milhões em apenas um ano. Segundo Teng, governos ao redor do mundo têm buscado aproximação com a empresa, citando avanços regulatórios no Japão, Austrália, Hong Kong, Brasil, Argentina e Emirados Árabes Unidos.
Atualmente, a Binance possui licenças em 21 jurisdições e tem atraído interesse até mesmo de fundos soberanos que começam a alocar recursos em criptoativos.
Apesar do otimismo, a Binance ainda enfrenta desafios devido a seu histórico regulatório. O fundador CZ Zhao foi processado criminalmente, renunciou ao cargo e chegou a cumprir uma curta pena de prisão. O acordo bilionário firmado com as autoridades dos EUA em 2023 buscou encerrar diversas acusações, mas ainda há um impasse com a SEC (Comissão de Valores Mobiliários dos EUA), que mantém uma ação civil contra a corretora.
Em fevereiro, ambas as partes concordaram com uma suspensão temporária do processo por 60 dias para tentar um acordo. O movimento ocorre em um momento de recuo da SEC em diversos casos de grande repercussão no setor cripto, o que pode indicar uma mudança regulatória com a nova administração.
Teng reconheceu que a Binance falhou no passado ao subestimar a necessidade de conformidade regulatória. “Investimos pouco em compliance no início, mas o mais importante é reconhecer os erros, corrigi-los e investir fortemente nessa área, o que estamos fazendo agora”, afirmou.
Atualmente, a corretora conta com mais de 1,3 mil profissionais na área de conformidade, representando cerca de 25% de seu quadro de funcionários.
Apesar dos avanços regulatórios, a Binance enfrenta dificuldades na Nigéria. Um de seus principais executivos de compliance, Tigran Gambaryan, foi preso sob condições severas no país, acusado de ajudar usuários a evadir impostos através da plataforma. Além dele, o executivo britânico-queniano Nadeem Anjarwalla também foi detido, mas conseguiu fugir da prisão em março de 2024. Gambaryan foi solto meses depois.
Teng criticou o tratamento dado ao executivo:
“O que ele passou na Nigéria não foi justificado”, afirmou, destacando que a Binance sempre buscou cooperação com governos.
Desde que assumiu o comando, Teng tem transformado a Binance em uma empresa mais institucionalizada. “Agora eu respondo ao conselho de administração”, disse, explicando que a corretora conta com sete membros no conselho, incluindo três diretores independentes e um presidente independente.
Mesmo diante de investigações e desafios, Teng reforçou a força da Binance no mercado. “Temos mais de 40% de participação global”, afirmou.
Ele minimizou a influência crescente da Coinbase e o impacto dos ETFs de criptomoedas, argumentando que esses fundos servem como porta de entrada para novos investidores no setor cripto.
Neste mês, a Binance recebeu seu primeiro grande investimento institucional: um aporte de US$ 2 bilhões da MGX, um fundo de tecnologia dos Emirados Árabes que tem BlackRock e Microsoft entre seus parceiros. A transação, totalmente realizada em stablecoins, é a maior já feita em uma empresa cripto.
Teng vê a parceria como uma oportunidade de unir criptomoedas e inteligência artificial. “Estamos utilizando IA extensivamente para suporte ao cliente, segurança e compliance”, afirmou.
Quando perguntado sobre os principais desafios da Binance, Teng citou segurança, conformidade regulatória, inovação de produtos e oportunidades de fusões e aquisições. “Nossa prioridade é garantir que operamos uma plataforma robusta, eficiente e de classe mundial”, concluiu.
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Este conteúdo foi fornecido pela CNBC Internacional e a responsabilidade exclusiva pela tradução para o português é do Times Brasil.
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