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Alta do dólar pode ser passageira após ataque dos EUA ao Irã
Publicado 23/06/2025 • 08:25 | Atualizado há 22 horas
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Publicado 23/06/2025 • 08:25 | Atualizado há 22 horas
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Imagem de pvproductions via Freepik
“A escalada da crise no Oriente Médio, após os ataques dos Estados Unidos ao Irã no fim de semana, deve provocar alguns dos efeitos tradicionais de busca por ativos de refúgio no mercado, como a alta nos preços do petróleo, queda nos preços das ações e fortalecimento do dólar”, afirmou Kirstine Kundby-Nielsen, do departamento de pesquisa de renda fixa e câmbio do Danske Bank.
Apesar da alta inicial, cresce o consenso entre bancos de investimento de que a força do dólar pode ser temporária.
Alguns analistas avaliam que o conflito no Oriente Médio está apenas encobrindo preocupações em relação à política fiscal dos EUA, guerras comerciais e à demanda internacional enfraquecida por ativos norte-americanos, fatores que devem voltar ao centro das atenções assim que a demanda imediata por proteção arrefecer. O índice do dólar acumula queda de mais de 8% neste ano, refletindo essa preocupação de longo prazo.
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A força imediata do dólar está ligada ao receio de como o Irã poderia retaliar, com a possibilidade de fechamento do Estreito de Ormuz — uma rota marítima crucial para o transporte de petróleo — sendo a principal preocupação.
Ainda assim, analistas do RBC Capital Markets alertam que a situação é mais complexa, destacando que o Irã possui capacidades assimétricas para “atingir petroleiros individuais e portos estratégicos”.
“Por isso, não acreditamos que o cenário seja de ‘fechamento total ou nada’ em relação ao estreito, e o Irã pode usar suas capacidades assimétricas para aumentar o custo econômico das operações conjuntas dos EUA e de Israel”, disse Halima Croft, analista do RBC e ex-analista da CIA, em nota a clientes.
Jordan Rochester, chefe de estratégia de FICC para a região EMEA no Mizuho, também demonstrou certo otimismo quanto à possibilidade de fechamento do Estreito de Ormuz.
“É uma previsão ousada, mas duvido que o Estreito de Ormuz seja bloqueado, o que evitaria que o preço do petróleo atingisse os US$ 100 a US$ 130 por barril, como vem sendo estimado por analistas, já que aliados do Irã, como a China, provavelmente exerceriam pressão para manter o fluxo de petróleo”, afirmou em nota publicada na manhã de segunda-feira. “Além disso, os EUA provavelmente estabeleceram como linha vermelha a proteção da infraestrutura energética em seu apoio a Israel.”
Entretanto, um importante indicador de demanda por ativos de refúgio, o mercado de títulos do Tesouro dos EUA, parece estar contando uma história diferente, com uma reação atipicamente discreta.
Normalmente, uma crise global leva investidores a buscarem títulos do governo americano, mas, segundo Kundby-Nielsen, do Danske Bank, “o impacto sobre os Treasuries dos EUA é um pouco mais incerto, considerando o significativo déficit comercial e as tarifas, combinados com um possível aumento na oferta de Treasuries devido à política fiscal expansionista”.
Uma guerra comercial global vem ampliando essas preocupações fiscais.
Com o prazo de 9 de julho se aproximando para o fim da suspensão de tarifas, os EUA ameaçam impor tarifas de até 50% sobre a maior parte das importações da União Europeia.
“No que diz respeito ao dólar, suspeitamos que ele estaria se desvalorizando ainda mais se não fosse pela guerra, principalmente porque as notícias sobre tarifas de importação dos EUA não são favoráveis, e porque os dados econômicos de fora dos EUA, embora fracos, não apontam para um enfraquecimento maior em comparação com os EUA”, afirmaram os estrategistas de câmbio e juros Thierry Wizman e Gareth Berry, do Macquarie, em nota a clientes em 20 de junho, antes do ataque dos EUA ao Irã.
Estrategistas cambiais do Bank of America também observam que investidores estão apostando fortemente na queda do dólar, o que tende a dar ainda mais impulso a qualquer movimento de baixa da moeda.
Segundo a pesquisa global com gestores de fundos do BofA, divulgada em 16 de junho, os gestores veem atualmente a posição vendida em dólar como a terceira operação mais concentrada do mercado, embora a pesquisa tenha sido realizada antes da recente escalada no Oriente Médio.
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Este conteúdo foi fornecido pela CNBC Internacional e a responsabilidade exclusiva pela tradução para o português é do Times Brasil.
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