A queda do Bitcoin, que já dura uma semana, se intensificou nesta sexta-feira (28), com a criptomoeda atingindo o menor nível em mais de três meses e revertendo os ganhos registrados após a eleição do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
O Bitcoin estava sendo negociado a cerca de US$ 78.782, com uma queda de 5,5% no dia e aproximadamente 25% abaixo da máxima histórica registrada em meados de dezembro.
A criptomoeda havia se valorizado após a vitória de Trump em novembro, já que o presidente se apresentou como um defensor dos criptoativos durante sua campanha.
No entanto, os preços caíram à medida que investidores evitam ativos considerados arriscados, em meio à fraqueza dos mercados globais e à incerteza em torno da política tarifária do novo governo, além das tensões, envolvendo as guerras entre Rússia e Ucrânia e entre Israel e Gaza.
O sentimento dos investidores também foi impactado pela notícia de que a Bybit, uma das principais corretoras de criptomoedas, sofreu um hack de US$ 1,5 bilhão — considerado o maior roubo de criptoativos da história.
“Parece que o mercado se tornou volátil em reação ao incidente com a Bybit”, afirmou Jeff Mei, diretor de operações da exchange BTSE, em comunicado enviado à CNBC. Ele acrescentou que preocupações com a inflação e expectativas de menos cortes de juros pelo Federal Reserve também pressionaram os mercados.
Ainda assim, alguns investidores otimistas seguem confiantes no futuro do Bitcoin, aguardando novos desdobramentos regulatórios do governo Trump.
Trump já assinou uma ordem executiva para promover o avanço das criptomoedas nos EUA e criar um estoque nacional de ativos digitais. Além disso, sua administração formou grupos de trabalho e nomeou um “czar das criptomoedas” para desenvolver um marco regulatório mais claro para o setor.
Geoffrey Kendrick, chefe de pesquisa em ativos digitais do Standard Chartered, disse em entrevista ao programa Squawk Box Europe, da CNBC, que o Bitcoin pode ultrapassar a marca de US$ 200 mil ainda este ano.
Segundo ele, a adoção crescente das criptomoedas por instituições financeiras, combinada com maior “clareza regulatória” nos EUA, deve reduzir a volatilidade ao longo do tempo.
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