Prata sobe 67,5% em 2025 e encosta nos US$ 50 por onça-troy, maior alta desde 1979, impulsionada por tecnologia e energia limpa.
Demanda por semicondutores, IA e painéis solares transforma a prata em ativo-chave da nova economia industrial.
Ações de mineradoras e metais críticos disparam após a China restringir exportações de terras raras.
A prata vive um dos momentos mais marcantes da história recente dos metais preciosos. Nesta quarta-feira (8), o metal atingiu US$ 48,99 por onça troy, o maior valor em 45 anos, e ficou a um passo de romper a barreira simbólica dos US$ 50 — reflexo direto do boom tecnológico global e da busca de investidores por ativos reais em meio à incerteza econômica.
A valorização acumulada no ano já chega a 67,55%, superando o ouro, que sobe 54,13%, e registrando o melhor desempenho da prata desde 1979, segundo a Dow Jones Market Data.
O avanço está ligado à explosão da demanda industrial: a prata é essencial para painéis solares, semicondutores e circuitos de inteligência artificial, que têm liderado os investimentos em tecnologia e transição energética.
Gráfico da cotação dos contratos da prata mostram o mineral em sua máxima histórica. Fonte: CNBC
Metal ganha novo papel econômico
Com o mundo mais fragmentado e pressões inflacionárias persistentes, a prata passou a ser vista como insumo industrial e também como proteção financeira.
Por ter um mercado menor — cerca de US$ 1 trilhão, contra US$ 25 trilhões do ouro — amplifica o impacto de variações cambiais e de fluxos de investimento.
Para que o preço continue subindo, é preciso que o consumo migre dos usos de baixo valor, como fotografia e prataria, para aplicações de alto valor tecnológico, como IA e energia solar.
Embora não seja reconhecida como ativo de reserva por bancos centrais, uma cotação sustentada acima de US$ 50 pode representar uma redefinição do papel econômico da prata e de seu valor real.
China fecha o cerco e reacende a disputa dos minerais críticos
O avanço da prata ocorre em paralelo à escalada das tensões entre China e Estados Unidos. Nesta semana, Pequim anunciou novas restrições à exportação de terras raras, insumos indispensáveis para a indústria de alta tecnologia e de defesa.
Segundo o Ministério do Comércio chinês, empresas estrangeiras precisarão de licença para exportar produtos com mais de 0,1% de terras raras extraídas na China, além de autorizações específicas para quem usa tecnologia chinesa de refino e reciclagem magnética.
O anúncio foi feito sem aviso prévio e deve dominar a pauta da reunião entre Xi Jinping e Donald Trump, marcada para o fim de outubro.
Um porta-voz da Casa Branca disse à CNBC que as novas regras parecem “uma tentativa deliberada da China de ampliar o controle sobre as cadeias globais de tecnologia”.
Ações disparam e EUA tentam reduzir dependência
A decisão chinesa impulsionou as ações de mineradoras americanas de minerais estratégicos. Os papéis da Ramaco Resources subiram 12%, Energy Fuels 8%, USA Rare Earth 7%, MP Materials 6% e Trilogy Metals 6%.
O governo dos Estados Unidos tenta reconstruir uma cadeia doméstica de minerais críticos, com investimentos e participação acionária em empresas do setor. Minerais como lítio, níquel, cobre e terras raras são essenciais para veículos elétricos, turbinas eólicas, chips e sistemas militares — e também para a fabricação de componentes que utilizam prata.
O mundo assiste à convergência de duas forças: a corrida tecnológica e a geopolítica dos recursos naturais. A prata, antes vista apenas como metal precioso, ressurge como elo entre inovação e proteção patrimonial.
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