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Após estudar crianças de alto desempenho, pesquisador alerta para erro comum na educação dos filhos

Publicado 28/12/2025 • 16:03 | Atualizado há 3 horas

KEY POINTS

  • Estudos indicam que a obsessão por notas e rankings em 2025 gera um perfeccionismo tóxico, associado a taxas elevadas de ansiedade e depressão na juventude.
  • Pais podem proteger a saúde emocional dos filhos deslocando o foco da conquista individual para a contribuição social, fortalecendo a resiliência e o senso de valor próprio.
  • Práticas simples, como incentivar crianças a serem "ajudantes" em casa ou na comunidade, funcionam como amortecedores contra o estresse acadêmico excessivo.

Freepick

Em meio a uma cultura cada vez mais orientada por métricas de desempenho, pesquisas indicam que a obsessão por resultados acadêmicos pode comprometer a saúde emocional de crianças e adolescentes. Estudos mostram que deslocar o foco da conquista individual para a contribuição social ajuda a fortalecer a identidade, reduzir o estresse e ampliar a resiliência desde a infância.

Jennifer Breheny Wallace, colaboradora da CNBC internacional, passou sete anos estudando alunos de alto desempenho, entrevistando centenas deles e de suas famílias, em uma investigação voltada a entender como a pressão por resultados molda a experiência emocional de crianças e adolescentes.

Muitos jovens relataram que o acompanhamento constante de notas, rankings e currículos funciona como uma avaliação permanente do próprio valor, criando a sensação de que estão sempre sendo medidos — não apenas academicamente, mas como pessoas.

Em algumas famílias, a conquista assume um papel desproporcional. Nesse contexto, crianças passam a questionar se afeto, reconhecimento e segurança emocional estão condicionados ao desempenho, confundindo amor com resultado.

A cultura da conquista promete abrir portas, ao sugerir que melhores notas e diplomas mais prestigiados garantem futuros mais estáveis e bem-sucedidos.

No entanto, um corpo crescente de pesquisas indica que essa busca contínua pode gerar perfeccionismo, um traço associado a taxas mais elevadas de ansiedade, depressão e esgotamento emocional ainda na juventude.

Diante desse cenário, a pergunta central deixa de ser apenas educacional: o que pais e responsáveis podem fazer para proteger crianças de uma visão estreita de sucesso e valor próprio?

Uma das respostas apontadas pela literatura é deslocar o foco excessivamente autorreferente para o mundo ao redor.

Quando crianças mudam a pergunta de “Como estou me saindo?” para “Onde posso ser útil?”, passam a construir uma identidade mais sólida, enraizada na contribuição e não apenas no desempenho individual.

Pequenas experiências cotidianas de utilidade — ajudar um vizinho, assumir responsabilidades em casa ou participar de atividades coletivas — funcionam como amortecedores contra a autocobrança excessiva e fortalecem o senso de valor próprio.

Quando os esforços estão ancorados em algo além de si mesmas, os estressores do dia a dia tornam-se mais administráveis.

Nesse processo, crianças deixam de se enxergar apenas como notas ou pontuações e passam a se perceber como pessoas que têm relevância no mundo. Veja como colocar isso em prática:

1. Ajude as crianças a notar necessidades genuínas ao seu redor

Recentemente, uma mulher contou que caminhava para o parque com seus dois filhos pequenos quando observou uma vizinha idosa rastelando o gramado.

Embora a vizinha tenha recusado ajuda, a mãe decidiu parar o carro. As crianças pegaram rastelos e passaram a juntar as folhas em sacos.

O episódio se tornou assunto da tarde inteira: falaram sobre a alegria da vizinha, a diversão da tarefa e a satisfação de se sentirem úteis.

Na prática, experimentaram o que psicólogos chamam de “euforia do ajudante”, associada a um senso crescente de agência e impacto pessoal.

Para estimular esse olhar, perguntas simples podem ajudar: “O que você acha que ela pode precisar hoje?” ou “Quem poderia receber uma ajuda agora?”.

Atos recorrentes — como verificar como está um vizinho, levar uma refeição ou participar de ações voluntárias — reforçam o sentimento de pertencimento das crianças à comunidade.

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2. Integre a contribuição nas rotinas diárias

Uma mãe relatou ter colado uma folha de papel na porta de casa com uma lista de tarefas familiares. Ao chegar da escola, os filhos escolhiam e assinavam aquelas que poderiam assumir naquele dia. Com o tempo, esses pequenos compromissos ajudaram as crianças a se enxergar não apenas como quem ajuda ocasionalmente, mas como colaboradoras ativas da dinâmica familiar.

Essa mudança de identidade é relevante. Em um estudo com 149 crianças de 3 a 6 anos, pesquisadores observaram que agradecer às crianças por “serem ajudantes”, em vez de apenas “ajudar”, aumentou significativamente a disposição para colaborar.

A motivação vinha da ideia de se tornarem alguém que ajuda.

Outros estudos indicam que pessoas que se sentem úteis e conectadas tendem a apresentar menor estresse e maior resiliência, sugerindo que a contribuição funciona como fator de proteção emocional.

3. Torne visível o trabalho invisível do cuidado

Crianças aprendem generosidade observando os adultos, mas o exemplo isolado nem sempre é suficiente. É preciso tornar o raciocínio visível.

Ao visitar um vizinho, levar sopa a um amigo doente ou ajudar alguém sobrecarregado, vale explicitar o “porquê” da ação.

Dizer frases como “Trouxe sopa para que ela saiba que não está sozinha” ou “Ele parecia precisar de ajuda com aquelas sacolas” ajuda a construir um modelo mental de cuidado.

Essas explicações oferecem às crianças um roteiro interno que pode ser replicado em outras situações.

Em uma cultura que frequentemente reduz jovens ao que conquistam, ajudá-los a olhar para fora é um dos antídotos mais consistentes contra a pressão excessiva.

Quando descobrem formas de contribuir que não dependem de métricas externas, crianças e adolescentes desenvolvem um senso mais estável de identidade e compreensão mais ampla do papel que podem exercer no mundo.

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Este conteúdo foi fornecido pela CNBC Internacional e a responsabilidade exclusiva pela tradução para o português é do Times Brasil.

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