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Nos EUA, fase de alta rotatividade nos empregos fica para trás

Publicado 25/12/2024 • 16:54

CNBC

Redação CNBC

KEY POINTS

  • Nos últimos anos, o mercado de trabalho dos EUA passou por uma transformação significativa, saindo de um período de alta rotatividade de empregados para um cenário de pouca movimentação.
  • Hoje, os EUA enfrenta um mercado de trabalho com baixos índices de contratações, demissões e pedidos de demissão.
  • Uma das razões para essa mudança é o chamado “efeito cicatriz” entre os empregadores, isto é, empresas que enfrentaram dificuldades para contratar e reter trabalhadores nos últimos anos e que agora, hesitam em realizar demissões.
O mercado de trabalho dos EUA passou por uma transformação significativa.

O mercado de trabalho dos EUA passou por uma transformação significativa.

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Nos últimos anos, o mercado de trabalho dos EUA passou por uma transformação significativa, saindo de um período de alta rotatividade de empregados para um cenário de pouca movimentação.

O que era chamado de “grande renúncia” em 2021 e 2022 deu lugar ao que alguns economistas, agora, denominam “grande permanência” – um mercado de trabalho com baixos índices de contratações, demissões e poucos pedidos de demissão.

“A turbulência do mercado de trabalho na era da pandemia está cada vez mais ficando para trás”, afirma Julia Pollak, economista-chefe do ZipRecruiter.

Como o mercado de trabalho mudou

Com a reabertura da economia dos EUA após a pandemia de Covid-19, os empregadores competiam intensamente para contratar. As vagas de emprego alcançaram níveis históricos, o desemprego caiu para o patamar mais baixo desde os anos 1960, e os salários cresceram em ritmo acelerado, resultado da disputa por talentos.

Em 2022, mais de 50 milhões de trabalhadores pediram demissão nos EUA, atraídos por melhores oportunidades. No entanto, esse mercado aquecido foi esfriando gradualmente.

Segundo Allison Shrivastava, economista do site Indeed, a taxa de pedidos de demissão, que atingiu um pico em 2022, está agora “abaixo do nível pré-pandemia”. Além disso, o ritmo de contratações caiu para o nível mais baixo desde 2013, com exceção do início da pandemia, enquanto as demissões permanecem baixas historicamente.

Essa combinação – menos demissões e mais pessoas mantendo seus empregos – sugere que “os empregadores estão retendo sua força de trabalho, enquanto os funcionários permanecem em seus postos atuais”, afirma Shrivastava.

O que impulsiona a “Grande Permanência” nos EUA

Uma das razões para essa mudança é o chamado “efeito cicatriz” entre os empregadores, de acordo com Julia Pollak. Empresas que enfrentaram dificuldades para contratar e reter trabalhadores nos últimos anos agora hesitam em demitir.

Além disso, a redução no número de vagas disponíveis nos EUA também contribui para a diminuição dos pedidos de demissão, já que os trabalhadores têm menos confiança em encontrar uma nova posição. Essa dinâmica está ligada, em grande parte, às medidas do Federal Reserve, que aumentou as taxas de juros entre 2022 e 2023 para conter a alta inflação.

Com o aumento do custo do crédito, muitas empresas reduziram suas expansões e novos empreendimentos, freando as contratações. Apesar de o Federal Reserve ter começado a reduzir as taxas de juros em setembro, a instituição indicou que pretende agir com cautela em cortes futuros.

De forma geral, os especialistas acreditam que o mercado de trabalho está se estabilizando, embora ainda carregue as lições dos choques recentes. “A ‘Grande Permanência’ oferece aos trabalhadores empregados uma segurança inédita no emprego”, diz Pollak.

No entanto, aqueles que estão à procura de uma vaga – como recém-formados ou profissionais insatisfeitos com seus papéis atuais – podem enfrentar dificuldades. Pollak recomenda ampliar o escopo das buscas e investir em novas habilidades para superar os desafios do mercado.

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