Jerome Powell, presidente do banco central dos EUA

CNBC Presidente do Fed diz que banco central dos EUA não precisa ter pressa para reduzir taxas de juros

Tudo sobre Imposto de Renda

Imposto de Renda 2025: tudo o que você precisa saber

Publicado 24/01/2025 • 14:59

Giovanni Porfírio | Redação Times Brasil

KEY POINTS

  • A tabela do imposto de renda 2025 não foi corrigida no Projeto de Lei Orçamentária (PLOA), enviado pelo governo, o que deve aumentar a arrecadação;
  • Quem recebeu mais de R$ 30.639,90 em rendimentos tributáveis no ano-base 2024, como salários, aposentadorias ou alugueis, deve pagar IR em 2025;
  • Aposentados ou pensionistas que apresentam doença grave listada na lei 7.713/88 usufruem da isenção de imposto de renda em 2025;
  • O prazo para enviar a declaração do IR 2025 começa em 15 de março e vai até 31 de maio de 2025;
  • O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou que a reforma do imposto de renda deve ficar para o ano que vem;
  • Eventual reforma do IR deverá abranger a promessa de campanha do presidente Lula, de aumento da faixa de isenção para R$ 5 mil.
imposto de renda 2025

O Imposto de Renda 2025 já começa a movimentar a atenção de milhões de brasileiros. 

As expectativas de mudanças na tabela não se concretizaram ainda, mas pequenos ajustes podem provocar substancial impacto econômico. 

Por isso, é fundamental entender como essas alterações podem afetar tanto o planejamento financeiro individual quanto as contas públicas do país.

Neste guia, explicaremos as principais informações sobre o Imposto de Renda 2025: quem deve declarar, as isenções, os prazos e as expectativas mais relevantes. Além disso, vamos esclarecer algumas das principais dúvidas dos contribuintes sobre o tributo.

Fique atento às regras e aproveite para organizar sua declaração com antecedência, evitando erros e garantindo o cumprimento das suas obrigações fiscais.

Como fica a tabela do IR para 2025?

A tabela do Imposto de Renda é o principal instrumento para calcular o valor devido de tributos com base nos rendimentos de cada contribuinte. 

Para 2025, ela permanece com as mesmas faixas de cálculo e alíquotas já praticadas em anos anteriores, sem correções pela inflação.

Atualmente, estão isentos do pagamento do imposto de renda os contribuintes que possuem rendimentos mensais de até R$ 2.259,20, enquanto as demais faixas seguem escalonadas com alíquotas progressivas. 

Confira a tabela completa:

Base de Cálculo Mensal (R$)Alíquota (%)Parcela a Deduzir do IR (R$)
Até R$ 2.259,20Isento0
De R$ 2.259,21 a R$ 2.828,657,5%R$ 169,44
De 2.826,66 a R$ 3.751,0515%R$ 381,44
De R$ 3.751,06 a R$ 4.664,6822,5%R$ 662,77
Acima de R$ 4.664,6827,5%R$ 896,00

Com essas faixas, o imposto de renda continua sendo calculado de forma progressiva, o que significa que o percentual aumenta conforme os rendimentos do contribuinte. 

No entanto, a ausência de ajustes pode fazer com que a inflação e o aumento do salário mínimo ampliem a base de contribuintes no orçamento de 2025, afetando principalmente as pessoas de menor renda.

Orçamento de 2025

No fim de setembro, o governo encaminhou o Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) de 2025 ao Congresso Nacional sem a correção da tabela do imposto de renda, o que deve beneficiar a arrecadação para o ano que vem.

No fim do ano, o salário mínimo de 2025 foi reajustado para R$ 1.518,00, valor R$106,00 maior do que o de 2024, correspondente a um reajuste de 7,5%. 

Diante dessas informações, temos:

  • As pessoas que recebem 2 salários mínimos perderão a isenção de imposto de renda em 2025;
  • O salário mínimo aumentou de R$ 1.412,00 para R$ 1.518,00, enquanto a proposta da LOA estabelece que a faixa de isenção continuará no patamar atual, que é de até R$ 2.824,00 por mês.
  • Assim, quem receber R$ 3.036,00 (o dobro de R$ 1.518,00), terá que pagar o imposto de renda.

Na prática, o governo conseguirá aumentar a receita esperada para 2025 com o tributo. 

Para o professor Ecio Costa, isso pode ser positivo, já que o governo vem tendo dificuldades com a redução de despesas. 

Para ele, se o governo promovesse uma política de redução de gastos, poderia ter atingido o déficit zero ou um superávit e, assim, condições de fazer o reajuste da tabela de imposto de renda e o aumento da faixa de isenção para atender famílias mais pobres. 

“O governo não tem conseguido fazer a implantação e muitas vezes nem é desejo mesmo de parte dele seguir adiante com uma política de redução de despesas. Precisa arrecadar cada vez mais e não corrigir a tabela do imposto de renda é uma alternativa para isso”, afirma.

Para Alessandra Brandão, sócia da área tributária do Marcelo Tostes Advogados, esse contexto reflete o dilema de administrar a economia brasileira. 

Segundo ela, não corrigir a tabela do imposto de renda é “profundamente injusto”, pois leva pessoas de baixa renda a pagarem um imposto que compromete sua subsistência. 

“Do ponto de vista da justiça fiscal, isso é inadmissível, especialmente considerando que essas pessoas enfrentam dificuldades para atender às necessidades básicas. 

O equilíbrio entre aliviar a carga tributária dos mais pobres e garantir receitas para custear o gasto público é crucial para que a economia avance de forma justa e eficiente”, diz.

Esse cenário vem levantando questionamentos sobre a necessidade de reformar as regras do IR. 

E as reformas nas regras do IR?

reformas nas regras do imposto de renda 2025

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, confirmou recentemente que a reforma do imposto de renda ficará apenas para o ano que vem. Na sua visão, há muitas “distorções” para serem corrigidas. 

O tema divide opiniões, e envolve também a questão da reforma tributária, em discussão no Senado Federal.

O Ministério da Fazenda estuda alternativas para cumprir a promessa de campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e garantir a isenção de tributo para quem ganha até R$ 5 mil por mês. 

Além disso, o ministro deixou claro que a reforma tem de ser neutra, do ponto de vista arrecadatório – não pode ter perda ou ganho de arrecadação a fim de resolver um problema de déficit fiscal.

Alíquotas

Alessandra Brandão, do Marcelo Tostes Advogados, relembra que o nosso sistema atual traz distorções como as pessoas com maiores rendimentos pagam proporcionalmente menos impostos do que as pessoas que recebem menos. 

A especialista explica que isso ocorre porque a progressão das alíquotas atinge uma faixa limitada de rendimentos, e a alíquota máxima de 27,5% é aplicada tanto para quem ganha R$ 10 mil quanto para quem ganha R$ 100 mil reais por mês, por exemplo. 

“Contudo, para quem ganha 10 mil, essa porcentagem pesa mais no orçamento do que para quem ganha 100 mil, pois a pessoa de menor renda fica com menos dinheiro disponível após a tributação”, diz.

Ecio Costa, professor titular de Economia da UFPE e consultor de empresas, acredita ser pouco provável que a reforma do IR realmente prossiga no ano que vem – e menos ainda em 2026, que é o ano de eleição. 

“Acho que ela impacta não só a população em geral como os próprios membros do Congresso e altos escalões”, afirma.

Para Costa, o Brasil possui atualmente uma carga tributária muito elevada, e que uma reforma do IR é mais provável de acontecer após uma reforma tributária sobre o consumo entrar em vigor. 

O próprio ministro Haddad declarou que em 2024, a prioridade do governo ficou para a reforma tributária, que abriu as portas para “corrigir distorções” do imposto sobre o consumo. 

“Quando você olha nos rankings feitos para comparar os países, o Brasil é número um em dificuldade e burocracia para se calcular e pagar impostos sobre produção e consumo. Então, é importante essa reforma”, afirma o professor.

Pressão sobre os juros

O impacto nas contas do governo com o aumento da faixa de isenção deve ser significativo, já que abrange algo em torno de 15,8 milhões de brasileiros, incluindo empregados, autônomos, aposentados e pensionistas, lembram os especialistas.

“Embora o IRPF represente cerca de 10-12% da arrecadação total, uma isenção desse porte ainda teria impacto relevante em um contexto de déficit fiscal persistente, que já se arrasta há mais de uma década. 

Qualquer medida que reduza a arrecadação e aumente o déficit pode pressionar a taxa de juros e prejudicar a economia”, afirma Alessandra.

Considerando, portanto, que a reforma nas alíquotas do IR não acontecerão em 2025, será que tivemos mudanças relevantes de um ano para o outro?

Quais são as principais mudanças do IR para 2025?

Para 2025, as mudanças no Imposto de Renda 2025 refletem somente a continuidade de discussões sobre uma possível reforma tributária, mas sem alterações significativas nas regras vigentes até o momento.

A tabela do IR não foi corrigida para acompanhar a inflação, o que aumenta a pressão sobre contribuintes de menor renda devido ao reajuste do salário mínimo, que passará para R$ 1.509.

Além disso, há expectativa de que novas propostas sejam debatidas no Congresso, especialmente para ampliar a faixa de isenção de imposto de renda em 2026, atualmente limitada a rendimentos mensais de até R$ 2.824,00. 

Como apontado anteriormente, embora promessas de campanha apontassem para uma isenção de até R$ 5 mil, essa mudança ainda não foi implementada.

Outra alteração que merece menção é o aumento da fiscalização eletrônica pela Receita Federal, com maior cruzamento de dados para evitar inconsistências nas declarações. 

Por isso, é importante acompanhar as atualizações e revisar todos os dados antes de enviar sua declaração.

Quem precisa pagar imposto de renda em 2025?

Quem precisa pagar imposto de renda em 2025

O Imposto de Renda 2025 deve ser pago por contribuintes que atingem critérios definidos pela Receita Federal em relação a rendimentos, bens e atividades econômicas. Confira as principais situações:

  • Bens e direitos: quem possuía bens acima de R$ 800.000,00 em 31 de dezembro de 2024;
  • Residência no Brasil: tornou-se residente em 2024 e permaneceu até o final do ano;
  • Ganho de capital: obteve lucro na venda de bens ou direitos sujeito à incidência do imposto;
  • Atividade rural: teve receita bruta anual acima de R$ 153.199,50 ou pretende compensar prejuízos dessa atividade;
  • Rendimentos tributáveis: recebeu mais de R$ 30.639,90 em rendimentos tributáveis no ano-base 2024, como salários, aposentadorias ou aluguéis;
  • Rendimentos isentos ou exclusivos na fonte: recebeu rendimentos isentos, não tributáveis ou tributados exclusivamente na fonte acima de R$ 200.000,00, como FGTS, indenização trabalhista ou pensão alimentícia.
  • Atualizações ou opções específicas: optou por atualizar bens no exterior a valor de mercado, declarou trust ou optou pela isenção de ganho de capital na venda de imóveis residenciais para aquisição de outro no prazo de 180 dias.
  • Operações em bolsa: realizou vendas em bolsa de valores, mercadorias ou futuros acima de R$ 40.000,00, com ou sem imposto; realizou operações day trade com apuração de lucro; ou realizou vendas comuns com apuração de lucro líquido acima de R$ 20.000,00 em um único mês.

É essencial verificar se você se enquadra em alguma dessas situações para evitar multas e manter-se em dia com suas obrigações fiscais.

Quem poderá usufruir da isenção de imposto de renda em 2025?

A isenção de imposto de renda em 2025 é aplicável a contribuintes que se enquadrem em condições específicas. Entre os casos mais comuns de isenção estão:

  • Quem teve rendimentos tributáveis abaixo de R$ 30.639,90  no ano-base;
  • Aposentados e pensionistas que recebem até R$ 2.824 por mês, dentro da faixa de isenção atual;
  • Portadores de doenças graves, como câncer, esclerose múltipla e AIDS, que recebem aposentadoria, reforma ou pensão;
  • Dependentes sem rendimentos próprios ou patrimônio relevante e que são incluídos na declaração de outro contribuinte;
  • Contribuintes que possuem rendimentos exclusivamente de benefícios isentos, como aposentadorias, poupanças, auxílio-doença ou pensão alimentícia, desde que não haja outros rendimentos que ultrapassem o limite estabelecido.

Apesar da isenção, contribuintes que se enquadram em outras hipóteses, como a realização de operações na Bolsa de Valores, podem ser obrigados a declarar. Por isso, é essencial verificar as regras antes de assumir que está isento.

Quem pode entrar como dependente no imposto de renda?

No Imposto de Renda 2025, incluir dependentes na declaração pode trazer deduções importantes, reduzindo a base de cálculo e o imposto devido. A Receita Federal estabelece critérios claros sobre quem pode ser considerado dependente:

  • Menor pobre até 21 anos, criado e educado sob guarda judicial;
  • Pessoa absolutamente incapaz, com o contribuinte como tutor ou curador;
  • Pais, avós e bisavós com rendimentos anuais, tributáveis ou não, de até R$ 24.511,92;
  • Cônjuge ou companheiro(a), o que inclui união estável, heterossexual ou homoafetiva, com filhos em comum ou duração superior a 5 anos;
  • Filhos e enteados até 21 anos de idade ou até 24 anos cursando ensino superior ou técnico de segundo grau. Inclui, ainda, filhos, sem limitação de idade, se incapazes física ou mentalmente para o trabalho;
  • Irmãos, netos ou bisnetos até 21 anos, sob guarda judicial, sem arrimo dos pais; até 24 anos, se cursando ensino superior ou técnico, desde que sob guarda judicial até os 21 anos; sem limite de idade, se incapacitados ou com deficiência, desde que a renda não exceda as deduções permitidas.

É fundamental reunir documentos que comprovem as condições de dependência para evitar inconsistências na declaração.

Prazos para fazer a declaração do imposto de renda em 2025

A declaração do Imposto de Renda 2025 deve ser enviada entre 15 de março e 31 de maio de 2025. É crucial respeitar esse período para evitar multas, que começam em R$ 165,74 e podem chegar a 20% do imposto devido.

Preparar-se com antecedência é fundamental. 

Organize documentos como informes de rendimentos, recibos de despesas dedutíveis (educação, saúde, etc.), além de informações sobre bens e direitos.

Contribuintes que não enviarem a declaração no prazo podem ficar com o CPF irregular, impedindo operações como empréstimos, abertura de contas e até viagens internacionais. 

Por isso, monitore o calendário, reúna os documentos necessários e, se necessário, conte com o auxílio de um contador para garantir uma declaração sem erros.

Principais dúvidas sobre o imposto de renda 2025

dúvidas sobre o imposto de renda 2025

O Imposto de Renda 2025 levanta diversas dúvidas entre os contribuintes, especialmente com mudanças nas regras e expectativas de reforma tributária. 

Questões como a obrigatoriedade de declarar, os valores que precisam ser pagos e as condições de isenção são comuns durante o período de declaração. 

A seguir, respondemos a algumas das perguntas mais frequentes para ajudar você a entender melhor suas obrigações fiscais.

Até quando eu não preciso declarar imposto de renda?

Você não precisa declarar se teve rendimentos tributáveis abaixo de R$ 30.639,90 no ano-base 2024 ou caso se enquadre em outra condição de isenção.

Quem recebe 2 salários mínimos voltará a pagar IR em 2025?

Sim, quem recebe 2 salários mínimos (R$ 3.036,00) ultrapassa o limite de isenção atual, que é de R$ 2.824,00, e estará sujeito à tributação em 2025, se as regras não forem alteradas.

Quem ganha R$ 6.000 paga quanto de Imposto de Renda?

Com base na tabela vigente, quem ganha R$ 6.000 mensais têm a incidência da alíquota de 27,5%. Para realizar o cálculo, é preciso considerar eventuais dependentes e deduções, não sendo possível precisar o valor devido a título do tributo.

Suponha que o contribuinte não conta com deduções, como dependentes ou pensões. A parcela a deduzir, conforme a tabela, é de R$ 896,00 (desconto simplificado).

Assim, basta calcular o imposto devido em relação à alíquota de 27,50%. Confira:

Remuneração mensal: R$ 6.000,00;

Desconto: R$ 896,00;

Base para cálculo: R$ 6.000,00 x 27,5% = R$ 1.650,00

Valor do imposto de renda mensal devido (R$ 1.650,00 – R$ 896): R$ 754,00

O Imposto de Renda 2025 exige atenção especial por parte dos contribuintes, já que mudanças na tabela e nas regras de isenção podem impactar diretamente o planejamento financeiro. 

Entender quem precisa declarar, como calcular os valores e os prazos para envio são passos fundamentais para evitar multas e inconsistências fiscais.

Com possíveis alterações previstas para os próximos anos, acompanhar as atualizações e buscar orientação adequada pode fazer toda a diferença. 

O Times Brasil está aqui para ajudar você a navegar por esse tema com clareza e segurança. 

Fique informado, leia mais sobre Imposto de Renda no Times Brasil – Licenciado Exclusivo CNBC.

MAIS EM Tudo sobre Imposto de Renda