O primeiro trimestre de 2025 trouxe forte volatilidade para os mercados. O cenário é de incerteza em meio a mudanças significativas nas políticas econômicas dos Estados Unidos, especialmente relacionadas às idas e vindas das tarifas de importação e medidas fortes contra imigrantes – duas medidas que podem pressionar a inflação e prejudicar a atividade americana, alimentando conversas sobre um possível cenário de estagflação.
Conforme o tempo passa, a incerteza não tem diminuído, já que o próprio discurso do novo governo vem mudando frequentemente. Desta forma, o mercado vem apresentando dificuldades para precificar um cenário mais provável, e a volatilidade tende a ser a tônica para os ativos de risco pelos próximos meses, senão anos.
Isso torna ainda mais relevante que a diversificação dos investimentos inclua ativos de baixa volatilidade e pouca correlação. Para nós, brasileiros, um dos mais conhecidos é o dólar. Quando falamos de eventos domésticos, ou até mesmo generalizados, investir na moeda de referência global é uma forma de proteger uma parte da sua carteira. Isso pode ser feito através de vários ativos. Vamos falar de alguns deles.
E mesmo entre os investimentos globais vale a pena diversificar. Por exemplo: historicamente, a renda fixa americana, ou bonds, se movimenta de uma forma pouco correlacionada ao mercado de ações. Ou seja: quando as ações estão em baixa, a renda fixa pode proteger uma parte desses investimentos. Mas cuidado: um dos riscos do mercado agora é a inflação. E inflação elevada pode elevar os juros da renda fixa, o que pode levar a quedas nos preços dos títulos.
Outra classe de ativos historicamente excelente para diversificar em períodos de alta volatilidade é a de commodities, especialmente metálicas. O ouro teve uma valorização bem expressiva no começo de 2025 e não foi por acaso. Ouro não gera fluxo financeiro, não paga dividendos e nem costuma apresentar valorizações estratosféricas – é até um ativo “tedioso”, se você busca grandes potenciais de valorização. Mesmo assim, ter uma parcela da carteira em ouro pode trazer um alívio importante em fases mais agudas de volatilidade.
E até mesmo no mercado de ações é possível se proteger da volatilidade. O segredo é buscar setores e segmentos defensivos, que sofrem menos volatilidade e podem até se beneficiar de cenários de estresse, como utilidades públicas, energia, bens de consumo essenciais, saúde e moradia, por exemplo. Empresas de valor, ou seja, companhias com balanços sólidos e geração de lucro consistente, que estão baratas em relação aos seus pares, também entram nessa lógica, assim como ações com um longo histórico como boas pagadoras de dividendos. Em 2022, por exemplo, quando o mercado passou por uma longa correção em meio aos efeitos de cauda da pandemia, o desempenho desses setores foi bem mais consistente do que o do índice amplo americano como um todo. Quem diversificou a carteira teve mais sucesso na estratégia.
Com uma carteira balanceada, qualquer momento de mercado pode trazer oportunidades. Lembre-se sempre de manter sua alocação compatível com o seu perfil e acompanhe conteúdo especializado, como o portal de investimentos da Nomad, para evitar surpresas.
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