Eli Rubel, durante a última década, fundou três agências digitais, se tornou CEO da Profit Labs e entrevistou mais de 500 candidatos para vagas nessas empresas. Ele afirma que prever o desempenho de alguém depende de fazer as perguntas certas.
E uma pergunta — mais do que qualquer currículo ou verificação de referências — sempre indicava se uma contratação se tornaria uma das melhores ou piores.
Em centenas de entrevistas, essa questão se mostrou o indicador mais confiável de sucesso a longo prazo, economizando mais dinheiro do que qualquer ferramenta de contratação.
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Pergunta que recebe respostas honestas
Rubel escreve que costumava perguntar aos candidatos sobre suas “zonas de genialidade” — excelência, competência e incompetência — para descobrir em que eram bons, o que faziam com decência e onde tinham dificuldade. Mas a palavra “incompetência” colocava as pessoas na defensiva. Ele continuava recebendo respostas ensaiadas quando queria ouvir algo honesto.
“Com o tempo, encontrei uma maneira melhor de obter insights semelhantes. Hoje, pergunto: O que lhe dá energia e o que a tira?”, conta.
Essa abordagem mostra que o entrevistador está do lado do candidato, e não tentando prejudicá-lo. “Estou tentando protegê-los de uma função que eles podem odiar. Isso dá às pessoas permissão para responder com mais franqueza, e suas respostas são reveladoras”, explica.
Segundo ele, a pergunta se encaixa na vaga mais rápido do que qualquer revisão de currículo ou teste de personalidade. Habilidades e experiência são importantes, mas deixam de lado uma variável crucial: a energia. Até mesmo os melhores talentos se esgotam quando passam o dia em tarefas que consideram exaustivas. Já quando o trabalho se alinha com o que os energiza, conseguem manter um alto desempenho mesmo depois que a empolgação do novo emprego passa.
“Na minha experiência, nove em cada dez vezes, o perfil de energia da entrevista corresponde ao que os gerentes dizem em avaliações de desempenho meses depois. Nunca obtive esse nível de precisão com um software de contratação caro.”
Para Rubel, apesar de ser uma pergunta simples, se o recrutador ouvir atentamente a resposta, ela pode mudar a trajetória da equipe e até do negócio.
Identifique os sinais de alerta precocemente
Às vezes, a resposta de um candidato deixa claro que ele não estaria satisfeito com a função.
Rubel lembra de um caso em que entrevistava para a vaga de gerente de contas. O candidato disse: “Adoro ajudar clientes, mas não suporto ficar negociando quando eles rejeitam ideias.”
O problema é que o feedback dos clientes — inclusive a resistência — faz parte do dia a dia desse cargo.
“Eu sabia que eles estariam esgotados justamente pelo trabalho que a vaga exigia. Agradeci a honestidade e expliquei por que a combinação não era a ideal. Nós dois evitamos uma situação ruim no futuro”, contou o CEO.
Identificar os funcionários que irão prosperar
Outras vezes, a resposta se relaciona diretamente com a função e já indica que alguém terá sucesso.
Em uma vaga de sucesso do cliente, por exemplo, o candidato afirmou: “Eu ganho energia ao me aprofundar no relacionamento com os clientes, entender seus objetivos e garantir que entregamos exatamente o que eles precisam. O que consome minha energia são as tarefas repetitivas que me afastam deles.”
Seis meses depois da contratação, a avaliação de desempenho confirmou quase palavra por palavra essa percepção inicial. O profissional se destacou no atendimento e se tornou um dos melhores desempenhos da equipe.
Como fazer esta pergunta
Se você quiser usar essa pergunta no seu próprio processo de contratação, aqui está a recomendação do CEO:
- Faça isso com antecedência. Não espere até o final da entrevista. Você receberá uma resposta mais clara e descontraída quando a conversa ainda estiver fresca.
- Ouça além das palavras. Preste atenção ao tom, às pausas e à cadência. A hesitação pode ser tão reveladora quanto o entusiasmo.
- Certifique-se de que você consegue entregar. Se eles disserem que prosperam em ambientes colaborativos e de alta energia, certifique-se de que você realmente pode oferecer isso. Caso contrário, você os estará preparando para o fracasso.
- Não os “venda” para uma incompatibilidade. É tentador convencer um ótimo candidato a aceitar o cargo de qualquer maneira, mas isso quase sempre leva a mandatos curtos e custos de recontratação.
Como responder a esta pergunta
Esta pergunta também é um teste decisivo para quem procura emprego. O conselho para os candidatos:
- Reflita com antecedência. Pense em suas funções atuais e anteriores. Quais tarefas deixaram você com energia no final do dia? Quais deixaram você esgotado?
- Use-a para avaliar a adequação. Se as responsabilidades diárias da função não correspondem ao que você disse e lhe dão energia, isso pode ser um sinal de que não é a oportunidade certa.
- Seja honesto. Esconder a verdade só vai levar a uma função que vai deixá-lo exausto. Quanto mais sincero você for, maior a probabilidade de encontrar uma função na qual possa prosperar e evitar empregos que esgotem.
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