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CNBCDo prejuízo à fortuna: a história do casal que perdeu a empresa e, seis anos depois, vendeu o negócio por US$ 24 mi

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Do prejuízo à fortuna: a história do casal que perdeu a empresa e, seis anos depois, vendeu o negócio por US$ 24 mi

Publicado 14/09/2025 • 08:15 | Atualizado há 13 horas

KEY POINTS

  • Mike e Kass Lazerow conseguiram vender sua startup de acompanhamento de pontuações de golfe, a Golf.com, em janeiro de 2000.
  • O casal de empreendedores conta que conseguiu recomprar a Golf.com e, no fim das contas, venderam a empresa para a Time Warner por US$ 24 milhões (hoje, R$ 131 milhões) em 2006.
  • Durante dois anos, a Golf.com "ficou mais pra lá do que pra cá", conta Kass. "A gente estava só se arrastando".

Kass e Mike Lazerow

Reprodução CNBC

Mike e Kass Lazerow começaram o ano 2000 com o pé direito. Recém-casados e voltando da lua de mel, eles conseguiram vender sua startup de acompanhamento de pontuações de golfe, a Golf.com, em janeiro.

Mas seis meses depois, não tinham mais quase nada do dinheiro da venda e estavam correndo atrás para tentar recomprar a empresa.

“A gente colocou todas as nossas economias, um total de US$ 25 mil (o que hoje seria um valor de R$ 136 mil)”, lembra Kass, hoje com 54 anos. “Eu fiquei revoltada”.

O casal de empreendedores conta que conseguiu recomprar a Golf.com e, no fim das contas, vendeu a empresa para a Time Warner por US$ 24 milhões (hoje, R$ 131 milhões) em 2006. Mas em 2000, eles perderam praticamente tudo — inclusive algumas amizades — por conta da situação.

A venda e a falência

O casal vendeu a empresa para a Chipshot, um e-commerce que crescia rápido vendendo tacos de golfe personalizados. Com quase US$ 50 milhões de investimento de risco, a Chipshot tinha o apoio de grandes investidores como a Sequoia Capital e o Oracle Venture Fund, e se preparava para abrir capital quando comprou a Golf.com e seus 35 funcionários por cerca de US$ 250 mil em dinheiro e 3 milhões de ações da Chipshot, segundo o Wall Street Journal.

No fim de julho, porém, uma rodada de investimentos da empresa não deu certo. Foi quando Mike, hoje com 51 anos, recebeu uma ligação do CEO da Chipshot, Brian Sroub: a empresa estava caminhando para a falência e o dinheiro tinha acabado.

“A gente tinha vendido o negócio”, diz Mike. “E tínhamos funcionários que iam ficar sem receber”.

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Todos os ativos da Golf.com passaram para a Chipshot no acordo, inclusive Mike e Kass, que continuaram na gestão da equipe do site. Quando a Chipshot quebrou poucos meses depois, a Golf.com também foi junto, lembra Kass.

O casal conta que perdeu todas as economias que havia colocado na Golf.com. Eles não tiravam salário antes da venda, e quase todo o valor do acordo foi pago em ações da Chipshot — que viraram pó após a falência da empresa.

O mais difícil, segundo Kass, foi ter de dar a notícia a amigos e familiares que haviam investido na empresa: o dinheiro deles também tinha ido embora.

Recomeçando do zero

Os Lazerow não quiseram simplesmente desistir do projeto. Mike lembra que, praticamente na mesma hora em que souberam da falência da Chipshot, decidiram tentar recomprar a empresa. Em apenas três meses, montaram um novo grupo de investidores e readquiriram a Golf.com por uma “pechincha” de US$ 500 mil, segundo o Wall Street Journal.

“Sou muito competitiva, não aceitava perder desse jeito”, afirma Kass. “Na hora eu sabia que queria tentar de novo, começar do zero”.

Durante os dois anos seguintes, porém, a Golf.com “ficou mais pra lá do que pra cá”, como define Kass. “A gente estava só se arrastando”. Em certo momento, a empresa se resumia a apenas quatro pessoas: Mike, Kass, o terceiro sócio Mike Casper e mais um funcionário.

A retomada e o crescimento com o mercado de golfe

Então, as coisas começaram a mudar. Tiger Woods, sensação do golfe na época, chamava a atenção do mundo todo. Com títulos consecutivos no Torneio Masters em 2001 e 2002, os anunciantes correram para investir no mercado do golfe, buscando onde colocar suas campanhas — e a Golf.com virou parada obrigatória, lembra Mike Lazerow.

A Time Inc., editora da revista Golf Magazine, logo percebeu o movimento. “O Mike estava batendo de frente com eles em toda negociação de anúncio — e ganhando”, recorda Kass. “Ele estava detonando”.

Ao perceber que a Golf Magazine precisava se fortalecer no ambiente digital, a Time Inc. fez uma oferta e acabou comprando a Golf.com em 2006. Kass conta que os três fundadores receberam US$ 1,8 milhão cada do total de US$ 24 milhões da venda.

Resistência para aguentar o tranco

Olhando para trás, sobre a decisão de recomprar a Golf.com e começar tudo de novo, Kass admite: “Acho que fomos meio malucos, pra ser sincera. A gente não sabia o que estava por vir, mas topou encarar o sofrimento”.

O casal sabia que não queria empregos tradicionais de escritório e sentia que criar e realizar a própria ideia tinha um propósito maior, lembra Kass.

Para dar certo, ela acredita que os fundadores de startups precisam aguentar o tranco, ter uma resistência ao sofrimento “bem maior do que a maioria do pessoal que entra no mercado hoje”.

Depois da Golf.com, os Lazerow venderam sua próxima empresa, a Buddy Media, por US$ 745 milhões (cerca de R$ 4,08 bilhões) em 2012. Hoje, eles apoiam outros empreendedores investindo do próprio bolso e compartilhando aprendizados no novo livro, “Shoveling S—”.

“A gente começa as coisas porque é aí que encontra sentido na vida”, diz Mike Lazerow. “Os melhores fundadores aprendem a gostar da dureza, do sufoco”.

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