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Acordo “histórico” entre Reino Unido e Índia deve impulsionar comércio bilateral em mais de US$ 34 bilhões ao ano
Publicado 25/07/2025 • 09:10 | Atualizado há 19 horas
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Publicado 25/07/2025 • 09:10 | Atualizado há 19 horas
EYEPRESS via Reuters Connect
O primeiro- ministro indiano, Narendra Modi, encontra-se com o primeiro- ministro britânico, Keir Starmer, no Chequers Estate, Inglaterra, na quinta-feira, 24 de julho de 2025.
O comércio bilateral entre Reino Unido e Índia deve receber um impulso anual de mais de US$ 34 bilhões no longo prazo, após a assinatura de um acordo de livre comércio que vem sendo chamado pelos líderes dos dois países de “histórico”.
O acordo, que reduz tarifas sobre produtos como têxteis, bebidas alcoólicas e automóveis, foi assinado na quinta-feira na presença do primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, e do premiê britânico, Keir Starmer.
Ambos os lados haviam concluído as negociações em maio, após três anos de conversas intensas, marcadas por impasses sobre vistos, redução tarifária e isenções fiscais. As negociações ganharam fôlego quando os alertas tarifários do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, geraram instabilidade no cenário global, levando os dois governos a acelerar o fechamento do acordo.
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A parceria entre a quinta e a sexta maiores economias do mundo deve elevar o comércio bilateral em 25,5 bilhões de libras esterlinas por ano até 2040. Em 2024, o comércio de bens e serviços entre os dois países superou 40 bilhões de libras.
O premiê Keir Starmer afirmou que o acordo oferece “grandes benefícios para ambos os países”, ao aumentar salários, elevar o padrão de vida e reduzir os preços para os consumidores.
Modi elogiou o pacto como “um plano para a nossa prosperidade compartilhada”, destacando que produtos indianos como têxteis, joias, produtos agrícolas e itens de engenharia terão melhor acesso ao mercado britânico.
Como parte do acordo, 92% dos produtos exportados pelo Reino Unido para a Índia terão tarifas totalmente eliminadas ou reduzidas. Por outro lado, até 99% das mercadorias indianas enviadas ao Reino Unido ficarão isentas de tarifas.
O pacto comercial entre Reino Unido e Índia representa uma “vitória estratégica” para a diplomacia comercial de Nova Délhi, ao trazer benefícios direcionados a produtos indianos que antes enfrentavam tarifas elevadas ou barreiras regulatórias, avaliou Dhiraj Nim, economista do ANZ Bank.
O governo britânico estima que suas exportações para a Índia terão a tarifa média ponderada reduzida de 15% para 3%. O acordo ainda precisa ser ratificado pelos parlamentos dos dois países, o que pode levar alguns meses.
Além de reduzir tarifas sobre uma ampla gama de produtos, o pacto isenta trabalhadores temporários indianos no Reino Unido, e seus empregadores, do pagamento de contribuições à previdência social por três anos.
As tarifas sobre uísque escocês e gim britânicos serão reduzidas de 150% para 75%, com nova queda para 40% ao longo da próxima década. As tarifas sobre conhaque e rum cairão inicialmente para 110% e, depois, para 75%.
No setor automotivo, as tarifas cairão para 10% em até cinco anos dentro de um sistema de cotas — hoje, podem chegar a 110%.
Antes do acordo, os produtos britânicos enfrentavam uma tarifa média de 14,6% na Índia. No sentido contrário, os produtos indianos pagavam uma média de 4,2%, segundo estimativas de Samiran Chakraborty, economista do Citi Bank.
Este é um dos primeiros acordos comerciais que a Índia firma com uma economia avançada, de acordo com Chakraborty. Em 2024, o Reino Unido respondeu por 3% do comércio total de bens da Índia, com destaque para máquinas e equipamentos, seguido por têxteis e calçados.
Com o impulso a setores indianos como têxteis, pedras preciosas e joias, o acordo também deve gerar empregos e estimular o crescimento industrial no país, afirmou Nim.
O superávit comercial da Índia com o Reino Unido se ampliou nos últimos dois anos e pode crescer ainda mais no curto prazo, à medida que o acesso ao mercado britânico melhora. Com o tempo, a redução gradual das barreiras britânicas a exportações — especialmente nos segmentos de automóveis, bebidas alcoólicas e maquinário — pode ajudar a equilibrar a balança.
“É difícil prever exatamente para que lado o superávit irá”, disse Nim, “mas o volume total de comércio certamente vai crescer.”
O acordo pode fortalecer a posição de ambos os países nas negociações em andamento com outros parceiros comerciais, incluindo os Estados Unidos, segundo analistas.
“O acordo entre Reino Unido e Índia deu aos dois uma alavancagem significativa em relação aos EUA”, disse Alicia Garcia Herrero, economista-chefe do banco Natixis.
Londres ainda trabalha para detalhar o acordo comercial firmado com os EUA em maio, antes de um possível encontro entre Starmer e Trump na sexta-feira, durante uma visita pessoal do presidente americano à Escócia.
O pacto com a Índia deve adicionar 4,8 bilhões de libras (US$ 6,5 bilhões) à economia britânica por ano, elevando o PIB do país, que foi de 2,85 trilhões de libras em 2024.
Para Modi, o acordo pode servir de trampolim nas negociações com outras economias desenvolvidas e reforçar sua estratégia de posicionar a Índia como um parceiro comercial confiável, segundo especialistas.
O acordo com o Reino Unido “envia um recado a todas as potências ocidentais de que… estamos prontos para negociar em nossos próprios termos. É uma grande voz, um grande respaldo que recebemos com esse pacto”, afirmou Sameep Shastri, vice-presidente da Câmara de Comércio e Indústria do BRICS, ao programa Inside India, da CNBC.
Nova Délhi corre agora para fechar um acordo com Washington antes de 1º de agosto, quando entram em vigor tarifas americanas mais altas, de 26%.
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Este conteúdo foi fornecido pela CNBC Internacional e a responsabilidade exclusiva pela tradução para o português é do Times Brasil.
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