Canadá e China revidam taxações de Trump com sanções bilionárias; México anunciará tarifação no domingo
Publicado 04/03/2025 • 11:55 | Atualizado há 6 horas
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Publicado 04/03/2025 • 11:55 | Atualizado há 6 horas
KEY POINTS
Bandeira do Canadá.
Unsplash.
Canadá e China anunciaram medidas de retaliação em resposta às tarifas anunciadas pelo presidente dos EUA, Donald Trump, que entram em vigor a partir desta terça-feira (4). As sanções comerciais são de 20% e 25%, respectivamente, aos produtos chineses e canadenses importados aos Estados Unidos.
O primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, afirmou, nesta segunda-feira (3), que “nada justifica essas medidas” de Washington. “Se as tarifas dos Estados Unidos entrarem em vigor, o Canadá responderá a partir da meia-noite aplicando taxas de 25% sobre US$ 155 bilhões em bens norte-americanos”, completou Trudeau em comunicado.
O Canadá, o México e a China respondem por mais de 40% das importações dos EUA. As tarifas ameaçadas por Trump superariam todas as medidas comerciais adotadas anteriormente, elevando a média das taxas tarifárias dos EUA “a níveis não vistos desde a década de 1940”, disse Chad Bown, membro sênior do Peterson Institute for International Economics, ao The New York Times.
Trump assinou nesta segunda (3), uma ordem executiva que aumenta de 10% para 20% as tarifas sobre os produtos chineses que entram nos Estados Unidos. Ele afirma que Pequim não está fazendo o suficiente contra o tráfico de fentanil.
Essas tarifas, anunciadas em 1º de fevereiro como parte da luta contra a crise dos opioides, entram em vigor devido à “incapacidade” da China de “combater a inundação de fentanil” que entra nos Estados Unidos, de acordo com uma mensagem publicada na rede social X pela Casa Branca. Ainda na segunda, um porta-voz do Ministério do Comércio chinês disse que o país tomaria medidas de represália.
Nesta terça (4), a China anunciou que vai impor tarifas adicionais de 10% e 15% sobre várias importações alimentícias dos Estados Unidos, como soja, trigo e frango, em resposta às novas sanções impostas por Washington sobre produtos chineses. Além disso, tarifas extras de 10% serão aplicadas sobre o sorgo, soja, carne suína, carne bovina, produtos aquáticos, frutas, vegetais e laticínios.
A presidente do México, Claudia Sheinbaum, disse nesta terça-feira (4), que o México responderá às tarifas de 25% impostas pelos Estados Unidos com suas próprias tarifas retaliatórias sobre produtos norte-americanos.
Sheinbaum afirmou que anunciará os produtos que o México irá atingir no domingo (9), em um evento público na praça central da Cidade do México, o que pode indicar que o México ainda espera desescalar a guerra comercial iniciada pelo presidente dos EUA, Donald Trump. “Não há motivo ou razão, nem justificativa que suporte essa decisão que afetará nosso povo e nossas nações”, disse ela.
“Responderemos com medidas tarifárias e não tarifárias”, disse a presidente ao ressaltar a decisão unilateral americana, que ela classificou como “injustificável”. “Sempre buscaremos medidas negociadas”, defendeu.
Sheinbaum destacou que o México é um país “soberano”, mas que não quer iniciar um confronto comercial com os Estados Unidos, que deve assumir também a responsabilidade pela crise de opioides.
As tarifas que haviam sido ameaçadas pelo presidente Donald Trump contra o Canadá e o México entraram em vigor na terça-feira (4), aumentando o risco de retaliações por parte dos aliados norte-americanos. Agora, as importações do Canadá e do México agora serão taxadas em 25%, com os produtos energéticos canadenses sujeitos a uma tarifa de importação de 10%.
Já na terça-feira, em reação às tarifas sobre a China, Pequim anunciou tarifas adicionais de até 15% sobre as importações de produtos agrícolas chave dos EUA, incluindo frango, carne suína, soja e carne bovina, além de expandir os controles sobre negócios com empresas norte-americanas chave. As novas tarifas da China entrarão em vigor a partir de 10 de março.
De todos os setores que dependem do comércio americano, a fabricação de automóveis pode sofrer o maior impacto. O Canadá e o México respondem por quase metade das importações e exportações de automóveis dos EUA, e por uma parcela ainda maior do comércio de carrocerias e peças de veículos automotores.
As montadoras argumentaram que as peças e os veículos isentos de acordo com o atual tratado de livre comércio devem continuar a cruzar as fronteiras sem impostos.
“Nossas montadoras americanas, que investiram bilhões nos EUA para atender a esses requisitos, não devem ter sua competitividade prejudicada por tarifas que aumentarão o custo de construção de veículos nos Estados Unidos e impedirão o investimento na força de trabalho americana”, disse Matt Blunt ao The New York Times. Blunt é presidente do American Automotive Policy Council, que representa a General Motors, a Ford Motor e a Stellantis.
As montadoras fizeram uma petição à Casa Branca argumentando a favor dessa isenção, mas pessoas familiarizadas com as deliberações dizem que o presidente não pareceu receptivo à ideia.
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