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Publicado 20/05/2025 • 06:42 | Atualizado há 6 horas
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KEY POINTS
Bandeira da China
Unsplash
A China cortou suas principais taxas de empréstimo em 10 pontos-base nesta terça-feira (20), já que um yuan mais forte e a redução das tensões comerciais oferecem espaço para flexibilização monetária visando impulsionar sua economia.
O Banco Popular da China reduziu a taxa básica de juros do empréstimo de 1 ano de 3,1% para 3,0%, e a LPR de 5 anos de 3,6% para 3,5%.
Isso marcou a primeira redução nas taxas desde o corte de 25 pontos-base do banco central em outubro, à medida que Pequim intensifica os esforços para fortalecer sua economia.
As taxas de empréstimo de referência — normalmente cobradas dos melhores clientes dos bancos — são calculadas mensalmente com base nas taxas propostas pelos bancos comerciais designados e enviadas ao PBOC.
O LPR de 1 ano influencia os empréstimos corporativos e a maioria dos empréstimos residenciais na China, enquanto o LPR de 5 anos serve como referência para as taxas de hipotecas.
Os cortes nas taxas ocorreram depois que uma série de credores comerciais apoiados pelo estado decidiu reduzir suas taxas de depósito em até 25 pontos-base na terça-feira, em um esforço para proteger sua margem de juros líquida, abrindo caminho para taxas de empréstimos mais baixas.
É provável que o Banco Popular da China (PBOC) continue a flexibilizar a política monetária, disse Zichun Huang, economista-chefe da Capital Economics, em nota, prevendo que as taxas de empréstimo serão reduzidas em mais 40 pontos-base até o final do ano.
O pacote de cortes nas taxas de juros faz parte de um pacote de medidas de estímulo anunciado por Pequim no início deste mês, incluindo reduções nas taxas de juros e no montante de dinheiro que os bancos devem manter em reservas. As taxas de hipoteca do fundo de previdência habitacional do país, um credor imobiliário apoiado pelo governo, também foram reduzidas em 25 pontos-base.
O yuan offshore chinês se livrou de parte da pressão de depreciação e se manteve relativamente estável, em grande parte devido ao enfraquecimento do dólar americano. A moeda se valorizou mais de 2,8% em relação ao dólar desde que atingiu a mínima histórica de 7,4287 no mês passado, de acordo com dados da LSEG.
Allan von Mehren, economista especializado em China no Denske Bank, revisou a meta de 12 meses para o yuan offshore de 7,35 para 7,15, devido à redução do comércio e à “clara preferência de Pequim pela estabilidade da moeda”.
Cortes modestos nas taxas por si só podem não aumentar “significativamente” a demanda por empréstimos e reanimar a economia em geral, disse Huang, observando que “o ônus de sustentar a demanda recai principalmente sobre a política fiscal”.
No entanto, os formuladores de políticas podem estar menos inclinados a expandir o apoio fiscal além do que foi anunciado no orçamento deste ano após a recente redução de tarifas, acrescentou Huang.
Os temores de uma guerra comercial diminuíram após uma reunião de representantes comerciais dos EUA e da China na Suíça, no início deste mês, que resultou em uma redução nas tarifas entre as duas maiores economias do mundo. Pequim e Washington concordaram em reduzir a maioria das tarifas por 90 dias, abrindo espaço para novas negociações a fim de chegar a um acordo mais duradouro.
Isso levou vários bancos de investimento globais a aumentar suas previsões para o crescimento econômico da China neste ano, ao mesmo tempo, em que reduziram as expectativas de estímulos mais proativos, enquanto Pequim se esforça para atingir sua meta de crescimento de cerca de 5%.
A Nomura elevou sua previsão de crescimento do PIB da China para o trimestre encerrado em junho de 3,7% para 4,8%, com base em dados econômicos resilientes em abril, enquanto elevou a projeção de crescimento anual de 3,5% para 3,7%.
Apesar do aumento no curto prazo, o banco alertou sobre “um alto risco de a economia sofrer um golpe duplo” devido à crise prolongada do mercado imobiliário e à possibilidade de os EUA aumentarem as tarifas novamente.
As autoridades chinesas estabeleceram uma meta ambiciosa de crescimento de “cerca de 5%” este ano.
Os preços no atacado registraram sua maior queda em seis meses em abril, enquanto os preços ao consumidor recuaram pelo terceiro mês, ressaltando a persistente pressão deflacionária na economia. Enquanto a economia luta contra o peso da deflação, economistas preveem que Pequim implementará estímulos adicionais de forma escalonada e em ritmo mais lento.
Medidas adicionais de estímulo provavelmente serão “mais leves e adiadas, dado um caminho tarifário mais baixo”, disse uma equipe de economistas do Morgan Stanley em nota na segunda-feira.
Apesar do alívio tarifário, a taxa tarifária ponderada pelo comércio dos EUA sobre a China permaneceu elevada em 40%, bem acima dos 11% cobrados antes de Trump retornar ao cargo, segundo as estimativas do banco de investimento.
“A deflação pode persistir, dadas as tarifas ainda elevadas e a política reativa”, acrescentou o Morgan Stanley, já que tarifas mais altas acabarão por reduzir a demanda externa depois que a atividade de pré-carregamento de exportações de curto prazo diminuir, exacerbando o problema do excesso de capacidade doméstica.
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Este conteúdo foi fornecido pela CNBC Internacional e a responsabilidade exclusiva pela tradução para o português é do Times Brasil.
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