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A guerra comercial entre EUA e China afeta mercados ao redor do mundo.

CNBC Exportações chinesas para os EUA podem cair US$ 485 bilhões até 2027, aponta simulador de tarifas

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China pede reciprocidade em negociações com EUA na Suécia

Publicado 28/07/2025 • 11:57 | Atualizado há 19 horas

Cido Coelho

KEY POINTS

  • EUA e China iniciam rodada de negociações comerciais em Estocolmo.
  • Trégua tarifária pode ser estendida por mais 90 dias, segundo fontes
  • Tarifas americanas sobre importações podem subir de 10% para até 50%, afetando países como Brasil e Índia.

O presidente Donald J. Trump se junta a Xi Jinping, presidente da República Popular da China, em sua reunião bilateral no sábado, 29 de junho de 2019, na Cúpula do G20 no Japão, em Osaka, Japão.

Shealah Craighead / Casa Branca /Flickr

Autoridades econômicas da China e dos EUA se reuniram para negociações em Estocolmo nesta segunda-feira, com Pequim afirmando que deseja ver “reciprocidade” no comércio com os Estados Unidos. As conversas na capital sueca entre as duas maiores economias do mundo devem durar dois dias.

Elas ocorrem um dia após o presidente dos EUA, Donald Trump, fechar um acordo que aplicará uma taxa de 15% sobre as importações da União Europeia, enquanto diversos países correm contra o tempo para fechar acordos ou enfrentar tarifas elevadas.

Pequim declarou nesta segunda-feira que espera que ambas as partes mantenham o diálogo com base no “respeito mútuo e na reciprocidade”.

O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Guo Jiakun, afirmou que Pequim busca “ampliar consensos por meio do diálogo e da comunicação, reduzir mal-entendidos, fortalecer a cooperação e promover o desenvolvimento estável, saudável e sustentável das relações China-EUA”.

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Para dezenas de parceiros comerciais, não chegar a um acordo nos próximos dias pode significar enfrentar aumentos significativos nas tarifas de exportação para os Estados Unidos a partir de sexta-feira, 1º de agosto.

As tarifas mais altas, ameaçadas a países como Brasil e Índia, aumentariam as taxas aplicadas a seus produtos de uma base atual de 10% para até 50%. Elas foram impostas pela administração Trump, que já elevaram os encargos sobre importações dos EUA a níveis não vistos desde a década de 1930, segundo dados do centro de pesquisa The Budget Lab, da Universidade de Yale.

Por enquanto, todas as atenções estão voltadas para as discussões entre Washington e Pequim, enquanto uma delegação liderada pelo secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, se reúne com a equipe chinesa liderada pelo vice-premiê He Lifeng, na Suécia.

Em Estocolmo, bandeiras da China e dos EUA foram hasteadas em frente a Rosenbad, sede do governo sueco. Embora ambos os países tenham imposto tarifas que chegaram a níveis de três dígitos em abril, as tarifas dos EUA neste ano foram temporariamente reduzidas para 30%, e as contramedidas chinesas foram cortadas para 10%.

Mas a trégua de 90 dias, instituída após negociações em Genebra em maio, está prevista para expirar em 12 de agosto. Desde o encontro em Genebra, as duas partes se reuniram em Londres para resolver divergências.

Progresso da China?

“Parece ter havido uma mudança bastante significativa no pensamento da administração dos EUA sobre a China desde, especialmente, as conversas em Londres,” disse Emily Benson, chefe de estratégia da Minerva Technology Futures.

“O clima agora está muito mais focado no que é possível alcançar, em aquecer as relações sempre que possível e conter quaisquer fatores que aumentem as tensões,” disse ela à AFP.

As negociações com a China ainda não resultaram em um acordo, mas Benson afirmou que ambos os países fizeram avanços, com a retomada de fluxos de terras raras e semicondutores. “O secretário Bessent também sinalizou que acredita que um resultado concreto será o adiamento da pausa tarifária de 90 dias,” afirmou ela.

“Isso também é promissor, porque indica que algo potencialmente mais substancial está no horizonte.”

O jornal South China Morning Post, citando fontes de ambos os lados, informou no domingo que Washington e Pequim devem prorrogar sua trégua tarifária por mais 90 dias. Trump já anunciou acordos com a União Europeia, Reino Unido, Vietnã, Japão, Indonésia e Filipinas, embora os detalhes ainda sejam escassos.

A extensão do acordo entre EUA e China para manter tarifas reduzidas “mostraria que ambos os lados veem valor em continuar as negociações,” disse Thibault Denamiel, pesquisador do Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais. O presidente do Conselho Empresarial EUA-China, Sean Stein, disse que o mercado não esperava um relatório detalhado de Estocolmo: “O mais importante é o clima que emerge dessas conversas.”

“A comunidade empresarial está otimista de que os dois presidentes se encontrarão ainda este ano, com sorte em Pequim,” disse ele à AFP.

“Está claro que, de ambos os lados, o tomador final de decisões será o presidente.”

Para outros, a perspectiva de tarifas mais altas nos EUA e poucos detalhes dos novos acordos comerciais representam “algo bem distante do cenário ideal,” disse Denamiel. Mas mostram algum progresso, especialmente com parceiros que Washington sinalizou estar em sua lista de prioridades, como a UE, Japão, Filipinas e Coreia do Sul.

A UE revelou um pacto com Washington no domingo, enquanto Seul corre para firmar um acordo, após Japão e Filipinas já terem esboçado seus respectivos acertos. Os avanços têm sido irregulares desde que Washington prometeu uma série de acordos, após anunciar — e logo adiar — aumentos tarifários direcionados a dezenas de economias em abril.

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