As forças armadas da China informaram nesta terça-feira (1) que seu exército, marinha e forças de foguetes lançaram um exercício conjunto na costa de Taiwan, descrito como um “severo aviso” contra forças que buscam minar a paz no Estreito de Taiwan.
Os exercícios militares, projetados para “cercar Taiwan de múltiplas direções”, são uma “punição resoluta” para as “provocações por independência” da administração do presidente da ilha, Lai Ching-te, disse Zhu Fenglian, porta-voz do Escritório de Assuntos de Taiwan do Conselho de Estado.
“‘Independência de Taiwan’ significa guerra e perseguir essa agenda significa empurrar o povo taiwanês para o perigo da guerra”, afirmou a porta-voz.
Os exercícios se concentraram em praticar ataques a alvos marítimos e terrestres, além de bloqueios de áreas chave e rotas marítimas para testar as capacidades de operação conjunta de suas tropas, disse o Coronel Sênior Shi Yi em um comunicado divulgado pelo Exército de Libertação Popular, a maior força militar da China.
“Elementos do anúncio sugerem que este será um grande exercício”, disse Lyle Morris, pesquisador sênior em política externa e segurança nacional na Asia Society. Ele espera que as ações sejam uma resposta às declarações de Lai feitas no início deste mês, onde o presidente taiwanês chamou o continente de “forças hostis estrangeiras”, atraindo duras críticas de Pequim.
A China prometeu recuperar Taiwan, que considera como seu próprio território, e por força, se necessário. A ilha, governada democraticamente, rejeita as reivindicações de Pequim.
Contexto internacional
O exercício militar ocorre após as promessas do Secretário de Defesa dos EUA, Pete Hegseth, de fortalecer laços militares com Japão e Filipinas, para conter a China na região e impedir a tomada de Taiwan por Pequim.
Durante suas visitas aos países asiáticos na semana passada, Hegseth prometeu sistemas de mísseis, tropas e outros recursos militares para reforçar a defesa na região contra a China. Washington forneceria “dissuasão credível” na região do Indo-Pacífico, incluindo no Estreito de Taiwan, ele afirmou.
Hsiao Kuang-wei, porta-voz do ministério das relações exteriores de Taiwan, disse na segunda-feira que o ministério “acolhe e aprecia” o apoio contínuo de países que pensam da mesma forma para manter a paz e a estabilidade no Estreito.
Pequim realizou várias rodadas de exercícios militares ao redor de Taiwan e enviou caças para entrar em seu espaço aéreo desde que o presidente Lai assumiu o cargo há quase um ano. Funcionários de Taiwan, liderados pelo presidente Lai, foram frequentemente caracterizados por Pequim como “criadores de problemas”.
O ministério da defesa de Taiwan disse em um post no X na terça-feira que detectou 19 navios operando ao redor da ilha até às 6h.
Foi montado um centro de resposta para monitorar as atividades militares chinesas e despachou aeronaves militares, navios e ativou sistemas de mísseis baseados em terra em resposta, informou o ministério.
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