CNBC Daily Open: O desejo do Irã por um cessar-fogo impulsiona os mercados dos EUA; Israel indica que não vai recuar

O mercado de ações dos EUA subiu em meio à notícia de que o Irã quer um cessar-fogo com Israel. Logo nos primeiros dias dos ataques israelenses, Teerã pediu a vários países que persuadissem o presidente americano Donald Trump a pedir a Israel um cessar-fogo imediato, informou a NBC News, citando um diplomata do Oriente Médio com conhecimento da situação.

Questionado em uma coletiva de imprensa na segunda-feira sobre a possibilidade de um cessar-fogo, o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu indicou que não estava interessado em um, segundo a NBC News. Netanyahu disse que Israel “não recua” em eliminar o programa nuclear iraniano.

Independentemente do desenrolar das negociações — ou da falta delas —, fica claro que os países estão renovando a ênfase na defesa. O Departamento de Defesa dos EUA está recorrendo à inteligência artificial para reforçar suas forças, anunciando na segunda-feira um contrato de um ano com a OpenAI “para enfrentar desafios críticos de segurança nacional, tanto no combate quanto no setor empresarial”. 

Em meio aos acontecimentos de segunda-feira sobre conflitos armados e considerações de defesa, a Organização Trump anunciou um plano de telefonia móvel chamado Trump Mobile e um smartphone, revestido em ouro e estampado com uma bandeira americana, apelidado de “T1”. Deixando de lado questões éticas duvidosas sobre o presidente dos EUA em exercício emprestar seu nome a produtos de consumo, sua revelação pareceu inoportuna e insensível. Talvez a recepção ao Trump Mobile tenha sido irregular.

O que você precisa saber hoje?

Mercados nos EUA sobem.

As ações dos EUA subiram na segunda-feira com a notícia de que o Irã estaria buscando um cessar-fogo com Israel. O S&P 500 subiu 0,94%, o Dow Jones Industrial Average subiu 0,75% e o Nasdaq Composite saltou 1,52%. Os mercados da Ásia-Pacífico apresentaram negociações mistas na terça-feira. O Nikkei 225 do Japão subiu 0,53% às 14h30, horário local, devido aos desdobramentos da política monetária do país.

Líderes do G7 culpam o Irã por “terror”

“Reiteramos nosso apoio à segurança de Israel”, disseram os líderes do G7 em um comunicado conjunto na terça-feira, enquanto Tel Aviv troca ataques militares com Teerã pelo quarto dia consecutivo. O grupo condenou o Irã por ser a “principal fonte de instabilidade e terror regionais”, reiterando que o Irã jamais poderá ter uma arma nuclear. Trump deixará a cúpula um dia antes devido ao conflito no Oriente Médio, informou a Casa Branca na segunda-feira.

BOJ reduzirá cortes na compra de títulos em 2026

Em sua reunião de política monetária na terça-feira, o Banco do Japão reiterou que continuaria reduzindo suas compras mensais de títulos do governo japonês até março de 2026 e, posteriormente, reduziria os cortes. O BOJ manteve sua taxa básica de juros inalterada em 0,5%, conforme esperado por uma pesquisa da Reuters com economistas. Em outras notícias sobre o Japão, Lim Hui Jie, da CNBC, explora por que o país, famoso por sua Constituição pacifista, está dobrando as exportações de armas.

OpenAI conquista contrato com o Departamento de Defesa

A OpenAI recebeu um contrato de US$ 200 milhões por um ano para fornecer ferramentas de inteligência artificial ao Departamento de Defesa dos EUA, anunciou este último na segunda-feira. É o primeiro contrato com a OpenAI listado no site do Departamento de Defesa. Em dezembro, a OpenAI anunciou que colaboraria com a startup de tecnologia de defesa Anduril para implantar sistemas avançados de IA para “missões de segurança nacional”.

Trump Organization entra no setor de telecomunicações

A Trump Organization, empresa de propriedade do atual presidente dos EUA, anunciou na segunda-feira um plano de telefonia móvel e um smartphone de US$ 499 com lançamento previsto para setembro. A nova incursão da empresa no setor de telecomunicações envolve principalmente um contrato de licenciamento. Na sexta-feira, o presidente informou ter faturado mais de US$ 8 milhões em 2024 com diversos contratos de licenciamento.

O que seria necessário para os mercados reagirem?

Os mercados de ações e energia pareceram se livrar das preocupações com um conflito mais amplo no Oriente Médio na segunda-feira, revertendo alguns dos movimentos do final da semana passada. Tal resposta a um conflito geopolítico não é incomum, de acordo com um estrategista, que explicou o que seria necessário para que os mercados sentissem os efeitos das hostilidades.

O ouro supera os títulos do Tesouro, o iene e o franco suíço como o melhor porto seguro.

O ouro conquistou a coroa de refúgio seguro. Com os preços à vista subindo 30% até agora em 2025, os ganhos do ouro estão superando os de outros refúgios seguros tradicionais, como o iene japonês, o franco suíço e os títulos do Tesouro americano — obrigando os investidores a repensar o que significa segurança real diante das preocupações com a sustentabilidade fiscal e das guerras iminentes.

No centro do apelo do ouro está sua isenção de responsabilidades governamentais, disseram à CNBC, na segunda-feira, especialistas do mercado reunidos na Conferência Anual de Metais Preciosos da Ásia-Pacífico.

“A principal vantagem do ouro é que ele não é responsabilidade de ninguém”, disse Nikos Kavalis, diretor-gerente da Metals Focus. “Quando um investidor possui títulos do Tesouro, outros títulos soberanos e até moedas, ele está, em última análise, investindo na respectiva economia”, disse ele.

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Cido Coelho

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