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CNBC Daily Open: Trump deu continuidade à sua ameaça de atacar o Irã — isso ajudará ou prejudicará sua credibilidade?
Publicado 23/06/2025 • 12:24 | Atualizado há 6 horas
Por que os mercados globais ignoram os ataques dos EUA ao Irã
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Publicado 23/06/2025 • 12:24 | Atualizado há 6 horas
KEY POINTS
As forças de segurança israelenses e os socorristas se reúnem no local de um ataque iraniano que atingiu um bairro residencial na área de Ramat Aviv, em Tel Aviv, em 22 de junho de 2025.
Jack Guez | Afp | Getty Images
Os Estados Unidos realizaram ataques aéreos contra três instalações nucleares do Irã no sábado, entrando na guerra de Israel contra Teerã. O momento foi inesperado.
Na quinta-feira (19), o presidente americano, Donald Trump, disse que ainda estava considerando o envolvimento dos EUA e que chegaria a uma decisão “nas próximas duas semanas”.
Analistas financeiros e políticos interpretaram essa frase como um código para inação.
“Há também ceticismo de que o cronograma de ‘duas semanas’ seja um ditado muito familiar usado pelo presidente para adiar a tomada de qualquer decisão importante”, escreveu Jay Woods, estrategista-chefe global da Freedom Capital Markets.
De fato, Trump frequentemente negligencia o acompanhamento após estabelecer um prazo de “duas semanas” para ações importantes, de acordo com a NBC News, do mesmo grupo da CNBC.
E quem pode esquecer o acordo da TACO? É uma sigla que significa “Trump Always Chickens Out” (Trump Sempre se Acovarda) — que descreve um padrão no qual o presidente dos EUA ameaça impor tarifas pesadas, pressionando os mercados, mas suspendendo ou reduzindo sua severidade posteriormente, ajudando as ações a se recuperarem.
“Trump precisa enterrar o TACO antes que o TACO o enterre… ele foi forçado a se afastar em muitas ocasiões, e isso lhe custou muita credibilidade”, disse David WOO, CEO da David Woo Unbound.
E assim Trump cumpriu sua ameaça, antecipando-se ao prazo proposto de duas semanas.
“Ou haverá paz, ou haverá uma tragédia para o Irã muito maior do que a que testemunhamos nos últimos oito dias”, disse Trump na noite de sábado (21).
Mas, dadas as críticas de Trump ao envolvimento dos EUA em guerras sob outros presidentes, o bombardeio americano ao Irã aumenta sua credibilidade ou a corrói ainda mais?
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EUA atacam o Irã
O presidente dos EUA, Donald Trump, afirmou no sábado (21) que os Estados Unidos atacaram instalações nucleares iranianas, empurrando os Estados Unidos para a guerra de Israel com seu rival de longa data. O secretário de Defesa, Pete Hegseth, disse no domingo (22) que “as ambições nucleares do Irã foram obliteradas”, um sentimento ecoado por Trump, que enfatizou que “Obliteração é um termo preciso”. A decisão de atacar o Irã envolve os militares americanos em uma guerra ativa no Oriente Médio — algo que Trump havia prometido evitar.
Irã chama ataques de “indignantes”
O ministro das Relações Exteriores do Irã, Abbas Araghchi, disse no domingo (22) que Teerã reserva todas as opções para defender sua soberania e seu povo após os “indignantes” ataques dos EUA a três de suas principais instalações de enriquecimento nuclear. A mídia estatal iraniana, por sua vez, noticiou que o parlamento iraniano apoiou o fechamento do Estreito de Ormuz, citando um parlamentar sênior. Os EUA pediram no domingo à China que impeça o Irã de fazê-lo.
Investidores avaliam ataques dos EUA
Os futuros dos EUA recuaram na noite de domingo nos Estados Unidos, com a reação dos investidores aos ataques de Washington ao Irã. Os futuros vinculados ao S&P 500 perderam 0,17%, os futuros do Dow Jones Industrial Average recuaram 0,24% e os futuros do Nasdaq 100 recuaram 0,21%. Na segunda-feira, os mercados da Ásia-Pacífico fecharam em queda, em sua maioria, às 13h45, horário de Singapura. O Nikkei 225 do Japão recuou 0,15% e o Índice Kospi da Coreia do Sul recuou 0,3%. No entanto, o Índice Hang Seng de Hong Kong contrariou a tendência e subiu 0,29%.
Preços do petróleo reduzem ganhos
O petróleo bruto dos EUA subiu 1,1%, para US$ 74,65 por barril, enquanto o Brent, referência global
subiu 1,12%, para US$ 77,88 por barril, no início da tarde, horário de Cingapura. A commodity reduziu os ganhos do início do dia, quando os preços subiram mais de 2% no primeiro pregão do petróleo após os eventos de sábado. Dito isso, diversos analistas levantaram a perspectiva de o petróleo atingir US$ 100 por barril, especialmente se as exportações pelo Estreito de Ormuz forem afetadas.
De olho na leitura da inflação
O rumo dos mercados esta semana dependerá da escalada do conflito no Oriente Médio após o envolvimento dos EUA. Os investidores também devem ficar de olho nos dados econômicos. O índice de preços de gastos com consumo pessoal de maio, o indicador de inflação preferido do Federal Reserve (Fed), sai na sexta-feira e indicará se as tarifas estão começando a aquecer a inflação.
Por que os mercados globais ignoram os ataques dos EUA ao Irã
A entrada dos EUA na guerra entre Israel e Irã pode parecer um ponto crítico geopolítico que derrubaria os mercados.
Em vez disso, os investidores estão, em grande parte, ignorando a escalada, com muitos estrategistas acreditando que o conflito está contido — e até mesmo otimistas em relação a alguns ativos de risco.
“Os mercados veem o ataque ao Irã como um alívio, já que a ameaça nuclear acabou para a região”, disse Dan Ives, diretor administrativo da Wedbush, acrescentando que ele vê riscos mínimos de o conflito Irã-Israel se espalhar para o resto da região e, consequentemente, ficar mais “isolado”.
A ideia de fechar a hidrovia de Ormuz tem sido uma retórica recorrente do Irã, mas nunca foi colocada em prática, com especialistas destacando ser improvável.
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Este conteúdo foi fornecido pela CNBC Internacional e a responsabilidade exclusiva pela tradução para o português é do Times Brasil.
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