Siga o Times Brasil - Licenciado Exclusivo CNBC no
Como a mudança de regime no Irã pode afetar os preços globais do petróleo
Publicado 22/06/2025 • 12:53 | Atualizado há 4 horas
BREAKING NEWS
Como a mudança de regime no Irã pode afetar os preços globais do petróleo
Após investir bilhões em uma “equipe dos sonhos” de IA, Zuckerberg precisa entregar resultados aos acionistas da Meta
Tesla assina o primeiro acordo para construir a maior usina de energia a bateria em larga escala da China
“Dia de trabalho infinito”: funcionários estão exaustos, aponta relatório Microsoft
Irã diz que reserva todas as opções para defender sua soberania após ataques “indignantes” dos EUA e lança novos mísseis a Israel
Publicado 22/06/2025 • 12:53 | Atualizado há 4 horas
KEY POINTS
- Fiéis iranianos participam de um protesto para condenar os ataques israelenses em várias cidades do Irã, após a cerimônia de orações em Teerã, no Irã, nesta sexta-feira, 20 de junho de 2025. Alguns manifestantes carregavam bandeiras de seu país e queimaram bandeiras dos EUA e de Israel.
Foto: VAHID SALEMI/ASSOCIATED PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO
Altos funcionários israelenses disseram nesta semana que sua campanha militar contra o Irã pode desencadear a queda do regime, um evento que teria enormes implicações para o mercado global de petróleo.
O mercado de petróleo reagiu com notável calma, enquanto Israel bombardeia o terceiro maior produtor de petróleo da OPEP por oito dias consecutivos, sem um sinal claro de que o conflito terminará em breve.
Os preços do petróleo subiram cerca de 10% desde que Israel lançou seu ataque ao Irã há uma semana, mas com os suprimentos de petróleo até agora inalterados, tanto o petróleo bruto dos EUA quanto o Brent, referência global, permanecem abaixo de US$ 80 (R$ 400) por barril.
Ainda assim, o risco de uma interrupção no fornecimento que desencadeie um grande aumento nos preços está crescendo quanto mais o conflito se prolonga, segundo analistas de energia.
Leia mais
Fechamento do Estreito de Ormuz pode desencadear crise global no petróleo
Líderes mundiais reagem ao ataque dos EUA ao Irã
O presidente Donald Trump ameaçou a vida do líder supremo do Irã, Aiatolá Ali Khamenei, e está considerando ajudar Israel a destruir o programa nuclear da República Islâmica. Por sua vez, a liderança iraniana é mais propensa a mirar em instalações de petróleo regionais se sentir que sua própria existência está em risco, disseram os analistas.
O objetivo principal de Israel é degradar o programa nuclear do Irã, disse Scott Modell, CEO da consultoria Rapidan Energy Group. Mas Jerusalém também parece ter um objetivo secundário de danificar o aparato de segurança do Irã a tal ponto que a oposição interna do país possa se levantar contra o regime, disse Modell.
“Eles não estão chamando isso de mudança de regime de fora, estão chamando de mudança de regime de dentro”, disse Modell, um ex-oficial da CIA e especialista em Irã que atuou no Oriente Médio.
O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu nega que a mudança de regime seja o objetivo oficial de Israel, dizendo a um emissora pública na quinta-feira (19) que a governança interna é uma decisão interna iraniana. Mas o primeiro-ministro reconheceu que o regime de Khamenei poderia cair como consequência do conflito.
O Ministro da Defesa, Israel Katz, na sexta-feira (20), ordenou que as forças militares de Israel intensificassem os ataques ao Irã com o objetivo de “desestabilizar o regime” atacando as “bases de seu poder”.
Não há sinais de que o regime no Irã esteja à beira do colapso, disse Modell.
Mas uma maior desestabilização política no Irã “poderia levar a preços de petróleo significativamente mais altos sustentados por longos períodos”, disse Natasha Kaneva, chefe de pesquisa de commodities globais do JPMorgan, em uma nota aos clientes nesta semana.
Houve oito casos de mudança de regime em grandes países produtores de petróleo desde 1979, segundo o JPMorgan. Os preços do petróleo subiram em média 76% no pico após essas mudanças, antes de recuar para estabilizar em um preço cerca de 30% mais alto em comparação aos níveis pré-crise, segundo o banco.
Por exemplo, os preços do petróleo quase triplicaram de meados de 1979 a meados de 1980 após a revolução iraniana que depôs o Xá e trouxe a República Islâmica ao poder, de acordo com o JPMorgan. Isso desencadeou uma recessão econômica mundial.
Mais recentemente, a revolução na Líbia que derrubou Muammar Gaddafi fez os preços do petróleo saltarem de US$ 93 (R$ 465) por barril em janeiro de 2011 para US$ 130 (R$ 650) por barril em abril daquele ano, segundo o JPMorgan. Esse aumento de preço coincidiu com a crise da dívida europeia e quase causou uma recessão global, segundo o banco.
A mudança de regime no Irã teria um impacto muito maior no mercado global de petróleo do que a revolução de 2011 na Líbia, porque o Irã é um produtor muito maior, disse Modell.
“Precisaríamos ver alguns indicadores fortes de que o estado está parando, que a mudança de regime está começando a parecer real antes que o mercado realmente começasse a precificar mais de três milhões de barris por dia fora de circulação”, disse Modell.
Se o regime no Irã acreditar que está enfrentando uma crise existencial, pode usar seu estoque de mísseis de curto alcance para atingir instalações de energia na região e petroleiros no Golfo Pérsico, disse Helima Croft, chefe de estratégia de commodities globais da RBC Capital Markets.
Teerã também pode tentar minar o Estreito de Ormuz, a estreita passagem de água entre o Irã e Omã, por onde passa cerca de 20% do petróleo mundial, disse Croft.
“Já estamos recebendo relatórios de que o Irã está interferindo nos transponders de navios de maneira muito, muito agressiva”, disse Croft ao programa “Fast Money” da CNBC na quarta-feira (18). QatarEnergy e o Ministério de Navegação da Grécia já alertaram seus navios para evitarem o estreito o máximo possível, disse Croft.
“Estas não são águas calmas, mesmo que ainda não tenhamos mísseis voando no estreito”, disse ela.
A Rapidan vê uma chance de 70% de que os EUA se juntem aos ataques aéreos israelenses contra as instalações nucleares do Irã. Os preços do petróleo provavelmente subiriam entre US$ 4 (R$ 20) e US$ 6 (R$ 30) por barril se a principal instalação de enriquecimento de urânio do Irã em Fordow for atingida, disse Modell. O Irã provavelmente responderá de forma limitada para garantir a sobrevivência do regime, disse ele.
Mas também há um risco de 30% de o Irã interromper o fornecimento de energia retaliando contra infraestruturas no Golfo ou embarcações no Estreito de Ormuz, segundo a Rapidan. Os preços do petróleo poderiam disparar acima de US$ 100 (R$ 500) por barril se o Irã se mobilizar totalmente para interromper o transporte no estreito, de acordo com a empresa.
“Eles poderiam interromper, na nossa visão, o transporte através de Ormuz por muito mais tempo do que o mercado pensa”, disse Bob McNally, fundador da Rapidan e ex-conselheiro de energia do presidente George W. Bush.
O transporte poderia ser interrompido por semanas ou meses, disse McNally, ao invés da visão do mercado de petróleo de que a Quinta Frota dos Estados Unidos, baseada no Bahrein, resolveria a situação em horas ou dias.
“Não seria moleza”, ele disse.
—
📌 ONDE ASSISTIR AO MAIOR CANAL DE NEGÓCIOS DO MUNDO NO BRASIL:
🔷 Canal 562 ClaroTV+ | Canal 562 Sky | Canal 592 Vivo | Canal 187 Oi | Operadoras regionais
🔷 TV SINAL ABERTO: parabólicas canal 562
🔷 ONLINE: www.timesbrasil.com.br | YouTube
🔷 FAST Channels: Samsung TV Plus, LG Channels, TCL Channels, Pluto TV, Roku, Soul TV, Zapping | Novos Streamings
Este conteúdo foi fornecido pela CNBC Internacional e a responsabilidade exclusiva pela tradução para o português é do Times Brasil.
Mais lidas
Líderes mundiais reagem ao ataque dos EUA ao Irã
Fechamento do Estreito de Ormuz pode desencadear crise global no petróleo
Imagens de satélite mostram atividade na instalação nuclear de Fordo, no Irã, antes dos ataques aéreos dos EUA
Iêmem anuncia que entrará oficialmente na guerra
Trump chama Irã de "maior estado patrocinador do terror do mundo"