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Conferência da ONU busca reforço para ajuda ao desenvolvimento em meio a cortes dos EUA
Publicado 30/06/2025 • 11:08 | Atualizado há 5 horas
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Publicado 30/06/2025 • 11:08 | Atualizado há 5 horas
KEY POINTS
ONU.
Foto: Juan Seguí Moreno/Flickr
Uma conferência da ONU que busca mobilizar novo apoio para a ajuda ao desenvolvimento começou nesta segunda-feira (30) na Espanha, em meio a uma crise no setor, agravada pelos cortes no financiamento liderados pelos Estados Unidos, que colocam em risco a luta contra a pobreza.
Ao menos 50 líderes mundiais, incluindo o presidente francês Emmanuel Macron, o queniano William Ruto, a presidente da Comissão Europeia Ursula von der Leyen e o secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, se reúnem na cidade de Sevilha para o encontro, que acontece de 30 de junho a 3 de julho.
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Também participam o presidente do Senegal, Bassirou Diomaye Faye, o equatoriano Daniel Noboa, o líder angolano João Lourenço e o chefe do Exército do Sudão, Abdel Fattah al-Burhan, ao lado de mais de 4 mil delegados de empresas, sociedade civil e instituições financeiras.
Mas os Estados Unidos estão ignorando a maior conferência do tipo em uma década, evidenciando o enfraquecimento da cooperação internacional no combate à fome, às doenças e às mudanças climáticas.
Uma intensa onda de calor que atinge o sul da Europa recepcionou os delegados na Quarta Conferência Internacional sobre Financiamento ao Desenvolvimento, um exemplo do clima extremo que, segundo cientistas, é agravado pelas mudanças climáticas provocadas pelo homem.
As metas de desenvolvimento sustentável da ONU estabelecidas para 2030 estão cada vez mais fora de alcance, justamente no momento em que os países mais ricos do mundo reduzem o financiamento para programas de desenvolvimento.
O desmonte da agência de desenvolvimento dos EUA, a USAID, pelo presidente Donald Trump, é o exemplo mais emblemático, mas Alemanha, Reino Unido e França também estão promovendo cortes enquanto ampliam gastos em áreas como defesa.
Segundo a organização internacional Oxfam, os cortes na ajuda ao desenvolvimento são os maiores desde 1960. A ONU estima que o déficit anual de financiamento para o desenvolvimento já chega a US$ 4 trilhões.
Mais de 800 milhões de pessoas vivem com menos de US$ 3 por dia, segundo o Banco Mundial, com o aumento da pobreza extrema afetando especialmente a África Subsaariana.
A interrupção do comércio global causada pelas tarifas de Trump, somada aos conflitos em curso no Oriente Médio e na Ucrânia, agravou ainda mais a falta de coesão diplomática necessária para concentrar esforços na erradicação da pobreza.
Entre os principais temas em discussão está a reforma do sistema financeiro internacional para ajudar os países mais pobres a superar o crescente fardo da dívida externa, que limita sua capacidade de avançar nas áreas de saúde e educação.
Segundo dados da ONU, a dívida externa total do grupo dos países menos desenvolvidos mais do que triplicou nos últimos 15 anos.
Críticos apontam para a necessidade de reformar instituições sediadas nos Estados Unidos e centrais no sistema financeiro internacional do pós-Segunda Guerra Mundial, como o Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional, para ampliar a representatividade do Sul Global.
Negociações difíceis em Nova York, em junho, resultaram em uma declaração conjunta a ser adotada em Sevilha, mas só avançaram após os Estados Unidos se retirarem das conversas.
O documento reafirma o compromisso com as metas de desenvolvimento da ONU, como a erradicação da pobreza e da fome, a promoção da igualdade de gênero, a reforma dos sistemas tributários e das instituições financeiras internacionais.
O texto também pede que os bancos de desenvolvimento tripliquem sua capacidade de empréstimos, exorta os credores a garantir financiamento previsível para os gastos sociais essenciais e defende maior cooperação contra a evasão fiscal.
Coalizões de países devem liderar iniciativas adicionais ao chamado “Compromisso de Sevilha”, que não tem caráter legalmente vinculante.
No entanto, ativistas criticaram o texto por sua falta de ambição e alertam para o aumento das desigualdades globais.
“O desenvolvimento global está falhando de forma desesperadora porque… os interesses de uma minoria muito rica estão sendo colocados acima dos de todo o resto”, disse Amitabh Behar, diretor-executivo da Oxfam Internacional.
Centenas de manifestantes enfrentaram o calor escaldante em Sevilha no domingo para exigir mudanças nas políticas internacionais de impostos, dívida e ajuda.
“Os países do Sul Global nunca poderão decidir como querem promover seu desenvolvimento se estiverem presos à nova dívida colonial”, disse à AFP o manifestante Ilan Henzler, de 28 anos. “Estamos aqui para lutar pela abolição dessa dívida ilegítima.”
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