É quase certo que o BCE cortará as taxas. O que pode acontecer a seguir
Publicado 04/06/2025 • 15:40 | Atualizado há 2 dias
Publicado 04/06/2025 • 15:40 | Atualizado há 2 dias
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Fachada do Banco Central Europeu (BCE).
Reprodução Pexels.
O Banco Central Europeu (BCE) está praticamente garantido para cortar sua taxa básica de juros na quinta-feira (5).
Os mercados estimavam, até o momento, uma chance de cerca de 99% de um corte de 25 pontos-base, de acordo com dados do LSEG. Isso levaria a taxa da facilidade permanente de depósito para 2% — metade da máxima de 4% registrada em meados de 2023.
Mas a Europa enfrenta uma perspectiva econômica altamente incerta, levantando a questão sobre o que o BCE poderia fazer além da reunião de quinta-feira (5).
A inflação agora está novamente em torno da meta de 2% do banco central, com dados preliminares divulgados na terça-feira (3) mostrando que os preços ao consumidor na zona do euro subiram apenas 1,9% em maio. Enquanto isso, o crescimento econômico continua lento: o Produto Interno Bruto (PIB) da zona do euro cresceu 0,3% no primeiro trimestre de 2025, de acordo com a estimativa mais recente.
O bloco enfrenta muitas incógnitas, tanto internas quanto externas. Isso inclui a agenda tarifária do presidente dos EUA, Donald Trump — amplamente considerada como tendo um impacto negativo no crescimento — e potenciais medidas retaliatórias da União Europeia, bem como a forma como os principais planos de rearmamento da UE e a grande mudança fiscal da Alemanha podem se desenrolar.
Veja o que os analistas dizem sobre as possíveis próximas medidas do banco central e o que elas podem significar para os consumidores.
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Analistas e economistas esperam, em geral, mais cortes nas taxas de juros pelo BCE no final do ano, mas não contam com o banco para dar uma indicação clara de para onde exatamente as taxas podem se dirigir.
Os números de inflação de terça-feira (3) aumentaram as chances de que, após esta semana, o próximo corte de juros possa ocorrer já em julho, disse Jack Allen-Reynolds, economista-chefe adjunto da zona do euro.
Outros adotaram um tom mais cauteloso, com economistas do Barclays sugerindo, em nota na semana passada, que os cortes nas taxas estão no horizonte, mas não serão implementados tão cedo.
“Acreditamos que o BCE permanecerá indeciso em sua trajetória de política monetária e continuará a seguir uma abordagem de reunião a reunião para manter a flexibilidade e a opcionalidade na calibração das políticas”, disseram.
Eles também esperam mais cortes nas taxas de juros pelo BCE, prevendo mais duas reduções de 25 pontos-base em setembro e dezembro — o que significa que o BCE manterá as taxas estáveis durante os meses de verão.
Em outro relatório, o BofA Global Research, publicado no início desta semana, afirmou que o BCE estava “ficando sem motivos para não ir abaixo de 2%”, ecoando a sugestão de novos cortes de juros no horizonte.
Mas, observou, é improvável que o BCE dê pistas sobre o quão baixo poderá ir.
“Esperamos algum reconhecimento de que a porta está aberta para mover as taxas abaixo de 2%, mas um sinal muito explícito é improvável. A incerteza sobre as tarifas dará ao Conselho do BCE cobertura suficiente para não se comprometer antecipadamente com mais”, afirmou o relatório.
Crucialmente, o BCE também publicará suas projeções mais recentes de sua equipe esta semana, destacando suas expectativas para a inflação e o crescimento econômico. Isso ocorre após o último relatório de Perspectivas Econômicas da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), que previu crescimento de 1% e inflação de 2,2% para a zona do euro este ano.
Para os consumidores, mais cortes nas taxas do BCE afetariam principalmente as taxas de empréstimo e poupança.
O resultado exato disso depende do tipo de produto que possuem e da duração das taxas, disse Bas van Geffen, estrategista macroeconômico sênior da RaboResearch, à CNBC.
Por exemplo, ele disse que uma hipoteca fixa de 10 anos e um depósito à vista seriam afetados de maneiras diferentes.
“A taxa de juros dos depósitos de curto prazo tende a acompanhar de perto a taxa de depósito”, disse ele.
“Uma semana após a reunião do BCE, a taxa básica de juros entra em vigor. Portanto, se o BCE cortar a taxa de depósito na quinta-feira, os bancos receberão juros 0,25% menores sobre seus depósitos no banco central. Isso pode levá-los a reduzir também a taxa de juros que pagam em contas de poupança”, explicou van Geffen.
Produtos com taxas fixas de longo prazo têm uma relação mais complexa com as taxas de juros do banco central, disse ele, pois não são determinados apenas pela taxa básica de juros atual — que muda com frequência — mas também pelas expectativas futuras.
“O mercado já esperava há muito tempo que o BCE cortasse as taxas esta semana. Portanto, isso já pode estar incluído nas taxas de juros de longo prazo, em certa medida. Isso também significa que essas taxas de longo prazo não necessariamente mudarão após a decisão de política monetária desta semana”, disse van Geffen.
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Este conteúdo foi fornecido pela CNBC Internacional e a responsabilidade exclusiva pela tradução para o português é do Times Brasil.
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