Entre promessas e dúvidas: o mercado britânico vê riscos no novo acordo com os EUA
Publicado 09/05/2025 • 08:18 | Atualizado há 6 horas
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KEY POINTS
Bandeira do Reino Unido
Pixabay
O Reino Unido é o primeiro país a fechar um acordo comercial com os EUA. Começou a festa. E os investidores certamente comemoraram, dando aos três principais índices americanos sessões consecutivas de alta. Curiosamente, o clima do outro lado do Atlântico não era tão otimista: o FTSE 100 do Reino Unido fechou em baixa após o anúncio do acordo.
Certamente, o Reino Unido obteve algumas concessões, como uma tarifa mais baixa para seus primeiros 100.000 veículos exportados para os EUA e a garantia de novas discussões sobre as taxas universais de 25% do presidente americano Donald Trump sobre as importações de aço e alumínio.
Dito isso, o acordo parece mais vantajoso para os EUA, pelo menos com base no fato de que uma tarifa de 10% permanecerá sobre todas as importações do Reino Unido, juntamente com outros compromissos permitidos pela Grã-Bretanha.
Os EUA já apresentam superávit comercial com o Reino Unido, o que significa que exportam mais para o país do que importam. E uma tarifa de 10% foi imposta por Trump ao Reino Unido em 2 de abril, então não houve redução nessas taxas, apesar de ambos os países terem chegado a um acordo.
“O que ouvimos hoje é apenas ruído para a maioria das importações do Reino Unido. Não afeta a maioria dos produtos”, disse Andy Abbott, CEO da Atlantic Container Line, empresa especializada em transporte marítimo, à Lori Ann LaRocco, da CNBC.
Com base nos detalhes disponíveis, Washington parece ter levado a melhor no acordo.
O presidente dos EUA, Donald Trump, apresentou na quinta-feira o esboço de um acordo comercial com o Reino Unido. Muitos detalhes sobre o acordo não ficaram imediatamente claros, e nada foi assinado durante o evento no Salão Oval.
Um informativo da Casa Branca afirmou que os EUA manterão uma tarifa geral de 10% sobre as importações do Reino Unido, o que, segundo Trump, será o piso para as tarifas. O impacto do acordo pode ser limitado, disse um CEO da empresa de frete.
As ações dos EUA subiram na quinta-feira com a notícia do novo acordo entre EUA e Reino Unido. O S&P 500 adicionou 0,58%, o Dow Jones Industrial Average ganhou 0,62% e o Nasdaq Composite avançou 1,07%, impulsionado por uma ampla alta nas ações de tecnologia. Os mercados da Ásia-Pacífico subiram majoritariamente na sexta-feira.
O Índice Hang Seng de Hong Kong subiu 0,2%, mesmo com as ações da Semiconductor Manufacturing International Corporation, maior fabricante terceirizada de chips da China, caindo quase 7% depois que seus lucros do primeiro trimestre ficaram abaixo das estimativas.
As exportações da China em abril aumentaram 8,1% em dólares americanos em relação ao ano anterior, de acordo com dados divulgados pela autoridade alfandegária do país na sexta-feira, superando em muito as estimativas da pesquisa da Reuters de um aumento de 1,9%.
O aumento nas exportações desafia a queda de 21% nas remessas da China para os EUA em relação ao ano anterior, com base nos cálculos da CNBC com base em dados alfandegários oficiais.
As exportações da China para a Associação das Nações do Sudeste Asiático (ANAS) aumentaram 20,8% em abril em relação ao ano anterior, ajudando a compensar a queda nas exportações para os EUA.
As ações caíram quase 3% no pregão após a empresa reportar uma receita do primeiro trimestre que não correspondeu às expectativas. A empresa afirmou que o volume de negócios com o consumidor caiu 17% em relação ao quarto trimestre. No mesmo dia, o bitcoin os preços subiram quase 7% durante o pregão dos EUA para acima de US$ 100.000 pela primeira vez desde fevereiro, e um analista do Standard Chartered escreveu um pedido de desculpas irônico de que sua meta de US$ 120.000 para o bitcoin “pode ser muito baixa”.
o Cardeal Robert Francis Prevost foi eleito papa na quinta-feira, a primeira vez que um americano foi escolhido como pontífice da Igreja Católica Romana. Prevost, de 69 anos, escolheu o nome papal Leão XIV. Após a notícia, Trump parabenizou o novo papa, escrevendo no Truth Social que Leão ser o “primeiro papa americano” é “uma grande honra para o nosso país”.
Embora os investidores tenham comemorado o acordo comercial EUA-Reino Unido e impulsionado as ações para uma alta na quinta-feira, Josh Brown, colaborador do CNBC Pro e CEO da Ritzholtz Wealth Management, mantém suas expectativas de uma recuperação prolongada do mercado sob controle — e aponta duas ações de tecnologia defensivas porque se comportam mais como produtos básicos de consumo.
Marcas de produtos para o lar, como Pandora, Puma e Hugo Boss, anunciaram esta semana que estão avaliando suas estratégias de preços nos EUA e em outros países, caso os impostos mais punitivos do presidente Donald Trump entrem em vigor.
Outras afirmaram que estão alterando suas cadeias de suprimentos e, potencialmente, revisando suas previsões de vendas em meio à incerteza da política comercial dos EUA.
No mês passado, Trump anunciou a imposição de tarifas de importação abrangentes, chamadas de recíprocas, a todos os parceiros comerciais dos EUA. As taxas foram posteriormente suspensas por 90 dias e reduzidas para 10% para a maioria dos países, exceto a China, enquanto se aguardam as negociações comerciais.
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Este conteúdo foi fornecido pela CNBC Internacional e a responsabilidade exclusiva pela tradução para o português é do Times Brasil.
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