A saída dos Estados Unidos do Acordo de Paris é um retrocesso para o desenvolvimento sustentável global, mas a China foi uma substituição, e todos estão se recolocando nessa arena do multilateralismo, afirmou Marina Grossi, presidente do Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS), em entrevista exclusiva ao Times Brasil – Licenciado Exclusivo CNBC.
Marina disse que o atual cenário de crise econômica e tensões geopolíticas não deve paralisar as ações climáticas: “A ciência é muito clara. A gente está diante do maior desafio que a humanidade tem”. Ela lembrou que “está ficando mais caro emitir”, o que tem levado empresas e países a investirem em inovação para descarbonização.
Sobre a COP 30, que será realizada em Belém neste ano, ela falou sobre a posição estratégica do Brasil. “Nós somos um país eminentemente limpo. A nossa matriz elétrica é quase 90% renovável. Nós já estamos onde muitos países querem estar.” Para Marina, sediar a conferência “num país de soluções” é simbólico e estratégico.
Em relação ao financiamento climático, Marina alertou para a distância entre promessas e realidade: “Foi dito na última COP que seriam necessários US$ 1,3 trilhão por ano, mas o que foi prometido foram US$ 300 bilhões. Mesmo assim, os bancos multilaterais, o BNDES, o Banco Mundial e os próprios bancos brasileiros estão se movimentando”.
Marina também comentou o impacto de políticas conservadoras nos Estados Unidos sobre iniciativas empresariais. “As empresas podem continuar fazendo, mas não vão declarar que estão fazendo”. Para ela, a lógica econômica é clara: “Sustentabilidade é boa para os negócios. Diversidade traz mais competitividade”.
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