O governo dos Estados Unidos anunciou nesta terça-feira (22) sua retirada da Unesco, agência da ONU voltada para educação, cultura e ciência. A justificativa oficial é de que a organização estaria promovendo “causas divisivas” e adotando um viés contrário a Israel.
“Permanecer na Unesco não é do interesse nacional dos Estados Unidos”, afirmou a porta-voz do Departamento de Estado, Tammy Bruce, ao comunicar a decisão.
Segunda saída sob Trump
Esta é a segunda vez que Donald Trump retira os EUA da Unesco. A primeira ocorreu em 2017, durante seu mandato anterior. O país havia retornado à entidade posteriormente, por decisão do então presidente Joe Biden, em 2023.
“Lamento profundamente a decisão do presidente Donald Trump de retirar novamente os Estados Unidos da América da Unesco”, declarou a diretora-geral da agência, Audrey Azoulay, em comunicado.
“Embora lamentável, essa decisão já era esperada, e a Unesco se preparou para isso.”
Críticas à agenda e à admissão da Palestina
A porta-voz do governo norte-americano criticou o foco da Unesco em pautas globais como os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), chamando-os de “agenda ideológica globalista”. Ela também criticou a decisão da entidade de admitir a Palestina como membro pleno, o que classificou como “contrário à política dos EUA” e um fator que, segundo ela, “alimentou a retórica anti-Israel” dentro da agência.
Patrimônio cultural em xeque
A Unesco é conhecida por supervisionar a lista de Patrimônios Mundiais, com o objetivo de preservar locais históricos e ambientais emblemáticos, como a Grande Barreira de Coral, o Serengueti, a Acrópole de Atenas e as Pirâmides do Egito.
A missão da agência é promover a educação, a cooperação científica e o entendimento cultural entre os povos.
Histórico de rompimentos
Trump não é o primeiro presidente americano a retirar o país da Unesco. Na década de 1980, Ronald Reagan também ordenou a saída dos EUA, sob a acusação de que a organização era corrupta e tendenciosa a favor da União Soviética.
O retorno ocorreu no início dos anos 2000, durante o governo George W. Bush, como parte de um esforço de reaproximação multilateral.
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