As exportações do Japão caíram 2,6% em julho, na comparação anual, registrando a maior queda desde fevereiro de 2021.
O recuo foi mais acentuado do que a contração de 2,1% esperada por economistas ouvidos pela Reuters, e também maior do que a queda de 0,5% registrada em junho.
As importações do quarto maior PIB do mundo também diminuíram, recuando 7,5% — uma queda menor do que os 10,4% previstos pela pesquisa da Reuters.
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Exportações para os eua e o impacto das tarifas
As exportações para os Estados Unidos continuaram caindo, com uma queda de 10,1% em julho — um tombo um pouco menor do que o recuo de 11,4% registrado em junho.
No dia 22 de julho, o Japão fechou um acordo com Washington que reduziu a chamada “tarifa recíproca” para 15%, bem menos do que os 25% ameaçados pelo presidente dos EUA, Donald Trump, no início do mês.
Os dados do comércio exterior foram divulgados logo depois de o Japão apresentar o resultado do PIB do segundo trimestre, que superou as expectativas, puxado pelo bom desempenho das exportações líquidas.
A economia japonesa cresceu 0,3% no trimestre e 1,2% na comparação anual entre abril e junho, com as exportações se mantendo firmes mesmo diante da queda das importações.
Dinâmica do setor automotivo e cenário econômico
Hirofumi Suzuki, estrategista-chefe de câmbio do Sumitomo Mitsui Banking Corporation, disse à CNBC, após a divulgação do PIB, que, apesar da volatilidade nas exportações, houve um aumento no embarque de automóveis entre abril e junho.
Segundo Suzuki, isso pode estar relacionado ao envio de pedidos atrasados após a retomada da produção, que havia sido afetada por um acidente em uma fábrica de autopeças em março.
As tarifas sobre automóveis foram reduzidas de 25% para 15% como parte do acordo comercial entre Japão e Estados Unidos. Carros e veículos automotores são um dos principais produtos exportados pelo país e lideram a lista de exportações para os EUA em 2024.
O valor das exportações de automóveis — incluindo carros, ônibus e caminhões — para os Estados Unidos despencou 28,4% em julho, na comparação anual, uma queda ainda maior do que o recuo de 26,7% registrado em junho.
O economista sênior Masato Koike, do Sompo Institute Plus, afirmou em nota publicada em 14 de agosto que existe a possibilidade de o Japão entrar em recessão, a depender do tamanho do impacto das tarifas.
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