Siga o Times Brasil - Licenciado Exclusivo CNBC no
Hamas rejeita declarações de Trump sobre impasse nas negociações em Gaza
Publicado 26/07/2025 • 11:48 | Atualizado há 12 horas
China divulga plano global para IA dias após os EUA em meio à intensificação da corrida tecnológica
Os 10 mercados imobiliários mais “incrivelmente inacessíveis” do mundo
Mark Zuckerberg anuncia ex-OpenAI como cientista-chefe do novo laboratório de IA da Meta
Empresas da Europa soam alarme com impacto de tarifas enquanto correm por acordo com os EUA
Trump diz acreditar que Powell está pronto para começar a cortar juros
Publicado 26/07/2025 • 11:48 | Atualizado há 12 horas
KEY POINTS
ABDEL KAREEM HANA/ASSOCIATED PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO.
Palestinos caminham por uma estrada em direção a uma área no norte da Faixa de Gaza, onde caminhões estão entrando com ajuda humanitária, na Cidade de Gaza, nesta sexta-feira, 25 de julho de 2025.
Líderes do Hamas demonstraram surpresa neste sábado (26) diante da acusação do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de que o grupo “não queria de verdade” um acordo de cessar-fogo e libertação de reféns para Gaza.
Trump fez essa afirmação na sexta-feira (25), um dia após Israel e os Estados Unidos abandonarem as negociações indiretas com o Hamas no Catar, que já duravam quase três semanas.
“As falas de Trump são especialmente surpreendentes, ainda mais porque surgem num momento em que houve avanços em alguns pontos das negociações”, afirmou Taher al-Nunu, dirigente do Hamas, à AFP. “Até agora, não fomos informados de nenhum problema em relação aos temas que estão sendo discutidos nas negociações indiretas pelo cessar-fogo”, acrescentou.
Nunu, que é próximo à cúpula política do Hamas, disse estar “surpreso” com a saída de Israel e dos Estados Unidos das conversas.
Ao anunciar a retirada dos mediadores americanos na quinta-feira (24), Steve Witkoff, enviado especial de Trump, acusou o Hamas de não estar “agindo de boa-fé”.
Apesar de não fazer parte da equipe de negociação, Izzat al-Rishq, membro do bureau político do Hamas, garantiu que o grupo demonstrou “flexibilidade” durante os diálogos.
“As declarações dos americanos ignoram propositalmente o verdadeiro responsável por travar todos os acordos: o governo de Netanyahu, que continua colocando obstáculos, enganando e fugindo das responsabilidades”, afirmou.
Ambos os dirigentes do Hamas cobraram dos Estados Unidos uma postura mais equilibrada como mediador diante da busca por um cessar-fogo, depois de mais de 21 meses de conflito.
“Pedimos o fim do favorecimento dos Estados Unidos ao Netanyahu, que está impedindo qualquer acordo”, disse Nunu.
Leia mais:
EUA e Israel deixam negociações de trégua na faixa de Gaza, alegando que ‘Hamas não age de boa-fé’
Negociações de cessar-fogo entre Israel e Hamas são retomadas enquanto Trump pressiona por acordo
Com o aumento generalizado da fome em Gaza e a pressão internacional, Israel prometeu nesta sexta-feira (25), lançar pelo ar ajuda para os palestinos. Segundo a ONG Médicos Sem Fronteiras (MSF), o número de crianças abaixo de 5 anos com desnutrição grave triplicou em duas semanas na sua clínica.
Autoridades de saúde do território relataram mais 9 mortes por fome aguda ontem. No total, 54 pessoas morreram de fome nesta semana. O envio de comida, remédio e água por via aérea seria feito por Jordânia e Emirados Árabes, com aviões despejando pacotes com paraquedas sobre o território.
O procedimento, no entanto, não é recomendado por especialistas e agências humanitárias, já que o risco de provocar tumulto é grande. Além disso, a precisão das entregas aéreas não é garantida e parte dos mantimentos pode cair no mar ou fora do território.
Segundo o Comitê Internacional de Resgate e o Programa Mundial de Alimentos da ONU, cerca de 500 mil palestinos, de uma população de 2 milhões, sofrem insegurança alimentar e outros 100 mil estão em situação de inanição.
Um terço da população chega a ficar vários dias sem comer. Atualmente, 70 caminhões entram por dia em Gaza, de um total de 160 previsto por um acordo entre Israel e União Europeia. O mínimo viável, segundo o Programa Mundial de Alimentos, seriam 100. Desde o início da guerra, Israel restringe a entrada de alimentos e combustível em Gaza.
Entre março e maio, o governo israelense proibiu completamente a distribuição de ajuda, para pressionar o Hamas a se render, exacerbando a já severa privação que afetava o território palestino. Nos últimos dias, imagens de crianças esqueléticas estamparam as redes sociais e as capas dos principais jornais internacionais, ampliando a pressão por um cessar-fogo entre Israel e o Hamas.
Apesar da pressão, no entanto, Israel e EUA paralisaram as negociações na quinta-feira, 24, acusando o Hamas de não fazer concessões. Ontem, o presidente americano, Donald Trump, afirmou que o Hamas “não quer a paz de verdade”. “Acho que eles querem morrer”, disse.
A Europa, no entanto, caminha na direção contrária. Um dia depois de anunciar que reconhecerá o Estado palestino na ONU, em setembro, a França emitiu uma declaração conjunta com Alemanha e Reino Unido, defendendo o “fim da catástrofe humanitária na Faixa de Gaza”, em um alerta sobre a fome.
O comunicado foi feito após uma reunião entre os líderes dos três países: o britânico Keir Starmer, o francês Emmanuel Macron e o alemão Friedrich Merz. Starmer sofre intensa pressão do Parlamento e de seu gabinete para replicar o gesto da França e reconhecer a Palestina. Merz descartou a ideia, por enquanto.
Apesar das imagens dramáticas de Gaza, Israel continua negando que haja fome generalizada no território. Ontem, um alto funcionário da Defesa disse ao jornal Haaretz que a situação no território é “diferente da forma como é retratada internacionalmente”, afirmando que os relatos de fome fazem parte de uma “campanha liderada pelo Hamas”.
O relatório publicado ontem pelos Médicos Sem Fronteiras, porém, indica que o quadro é grave. De acordo com a organização, cerca de 25% das crianças de 6 meses a 5 anos e das gestantes e lactantes atendidas na clínica da ONG na Cidade de Gaza estavam desnutridas. “Estamos registrando 25 novos pacientes por dia com desnutrição. Vemos o cansaço e a fome em nossos próprios colegas”, afirmou Caroline Willemen, coordenadora da clínica da organização na Cidade de Gaza.
—
📌ONDE ASSISTIR AO MAIOR CANAL DE NEGÓCIOS DO MUNDO NO BRASIL:
🔷 Canal 562 ClaroTV+ | Canal 562 Sky | Canal 592 Vivo | Canal 187 Oi | Operadoras regionais
🔷 TV SINAL ABERTO: parabólicas canal 562
🔷 ONLINE: www.timesbrasil.com.br | YouTube
🔷 FAST Channels: Samsung TV Plus, LG Channels, TCL Channels, Pluto TV, Roku, Soul TV, Zapping | Novos Streamings