A inteligência dos EUA descobriu que o Irã não transportou material nuclear de sua instalação em Fordo antes que bombardeiros americanos atacassem o local, apesar de um relatório contrário, disse o senador Markwayne Mullin nesta segunda-feira (23).
“Eles alegam que transportaram algum material”, disse Mullin, referindo-se a Israel e ao Irã, respectivamente. “Nosso relatório de inteligência diz que não”, disse o republicano de Oklahoma em entrevista ao programa “Squawk Box”, da CNBC.
“Na verdade, acreditamos que eles armazenaram mais material em Fordo porque acreditam que Fordo era impenetrável”, disse Mullin, membro do Comitê de Serviços Armados do Senado. “Eles achavam que era um lugar seguro.”
Mas, acrescentou, “Temos a capacidade de destruir coisas que as pessoas acham que são indestrutíveis. E, portanto, achamos que fizemos um ótimo trabalho.”
No entanto, alertou Mullin, “se descobrirmos que não destruímos completamente a capacidade de produção nuclear de Fordo, trabalharemos com nossos aliados para concluir o trabalho, ou nós o concluiremos”.
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A instalação de Fordo, localizada a 90 metros abaixo de uma montanha a sudoeste de Teerã, foi atingida por ataques aéreos americanos no sábado.
O presidente Donald Trump afirmou que os ataques contra Fordo, bem como outras duas instalações nucleares em Natanz e Isfahan, “obliteraram completamente” as principais instalações de enriquecimento do Irã.
O New York Times, em reportagem no domingo, citou duas autoridades israelenses não identificadas com conhecimento da situação, que disseram que o Irã parecia ter transferido urânio e equipamentos de Fordo antes do ataque americano.
Mas Mullin afirmou na segunda-feira (23) que os EUA “prejudicaram gravemente, se não destruíram completamente, sua capacidade de ter uma arma nuclear”. “Temos um bom controle sobre o que destruímos”, seguiu. “Deixamos bem claro, o presidente Trump deixou claro por dez anos, que não permitiremos que o Irã, o patrocinador mundial do terror, tenha uma arma nuclear de forma alguma”, completou.
Mullin disse que isso não significa que os EUA enviarão tropas americanas para o Irã. “Isso significa que podemos fazer isso por via aérea e trabalhar com nossos aliados para concluir o trabalho”, disse. “E acredito que talvez tenhamos que trabalhar com Israel para continuar, talvez nos livrando de alguns de seus estoques, conforme as coisas surgirem.”
Os comentários de Mullin levantam a perspectiva de um envolvimento mais sustentado dos EUA no conflito entre Israel e Irã do que o que Trump vem discutindo publicamente até agora. O presidente não solicitou autorização do Congresso antes de realizar os ataques no fim de semana.
Mas a pressão sobre a Casa Branca para um envolvimento mais completo com o Congresso pode aumentar esta semana, especialmente se parecer que os Estados Unidos estão se preparando para uma segunda grande ação militar americana.
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