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Japão: partido de extrema direita amplia tamanho no Parlamento com discurso similar ao de Trump
Publicado 22/07/2025 • 10:18 | Atualizado há 3 meses
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Publicado 22/07/2025 • 10:18 | Atualizado há 3 meses
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Kyodo via Reuters Connect
Pessoas se reúnem em um comício do partido Sanseito em frente à Estação Shimbashi, em Tóquio, em 21 de julho de 2025, um dia após o forte desempenho do partido de oposição na eleição para a Câmara dos Vereadores.
O partido de extrema direita japonês Sanseito aumentou o número de representantes na Câmara Alta do Parlamento do Japão de 4 para 14 nas eleições do domingo passado (20).
Com a campanha marcada pelo lema “Japoneses em Primeiro”, o partido ganhou popularidade depois de canalizar votos entre jovens, conservadores e insatisfeitos com o governo do primeiro-ministro Shigeru Ishiba.
Os resultados levam o partido a ser a terceira maior força de oposição na Câmara Alta, depois dos Partido Democrático Constitucional do Japão (CDP) e Partido Democrático para o Povo (DPP). O Partido Democrático Liberal, de Ishiba, obteve 100 assentos e o partido Komeito, que compõe a base do governo, 21. O Parlamento tem 248 assentos, insuficiente para Ishiba governar.
Leia também: Eleições no Japão complicam negociações comerciais com os EUA
Apesar dos assentos do Sanseito serem insuficientes para ter poderes reais na política do Japão, o crescimento foi noticiado pela imprensa japonesa e internacional como sintoma da insatisfação crescente dos japoneses com o Partido Liberal por escândalos e aumento do conservadorismo e discurso anti-imigrante.
O Sanseito conquistou os votos com uma campanha anti-imigrantes, contra turistas e contra políticas liberais do governo, como a permissão para casamentos de pessoas do mesmo sexo.
O partido foi criado em 2020 pelo político Sohei Kamiya, ex-integrante do Partido Liberal entre 2012 e 2015. Kamiya criou a legenda a partir de um canal conservador no Youtube e apareceu nas eleições de 2022 com um discurso contra vacinas.
Com quatro assentos conquistado naquele ano, ganhou espaço para debates televisivos e agregou ao discurso mais políticas radicais, ecoando os discursos de Donald Trump nos EUA, condensados no lema de campanha – referência ao “American First”, de Trump.
“O lema ‘Japoneses em Primeiro’ pretendia expressar a reconstrução dos meios de subsistência do povo japonês por meio da resistência ao globalismo. Não estou dizendo que devemos proibir completamente os estrangeiros ou que todos os estrangeiros devem sair do Japão”, disse o líder do partido, de 47 anos, em entrevista ao canal local Nippon Television após a eleição.
Kamiya também apresenta um discurso retórico anti-China mais forte e isolacionista, em contraste com aproximações entre Tóquio e Pequim feitas pelo governo Ishiba. O premiê também promoveu mudanças recentes no Japão para flexibilizar as regras de imigração e conter a crise demográfica do país, que dificulta a mão de obra e a economia japonesa.
A rejeição a imigrantes e insatisfação com o turismo descontrolado no Japão são temas que perpassam todo o espectro político japonês, presentes de direita à esquerda. Apesar disso, o discurso de Sanseito reverberou junto com desinformações em redes sociais.
Segundo uma reportagem do jornal chinês South China Morning Post, pelo menos uma alegação falsa circulou na internet: a afirmação de que 30% das famílias que possuem benefício social eram estrangeiras. Tópicos sobre crimes cometidos por imigrantes no Japão atingem visualizações crescentes em fóruns virtuais, apesar dos crimes cometidos por estrangeiros ter diminuído no Japão entre 2000 e 2023, acrescentou o jornal.
No mesmo período, a população estrangeira no país cresceu de 1% para 2,5%.
O crescimento eleitoral da extrema direita japonesa também reflete a frustração com o governo atual, dizem analistas. “Este não é o início de algo como o Reforma do Reino Unido, muito menos o MAGA (‘Make America Great Again’) de Trump”, escreveu Gearoid Reidy, da agência de notícias Bloomberg.
“Há alguns fatores simples que impulsionam a ascensão de Sanseito. O primeiro é a falta de alternativas. O Partido Liberal Democrata, tradicionalmente no poder, é profundamente impopular”, acrescentou com o argumento de que trata de um voto de protesto.
À BBC, Jeffrey Hall, professor de Estudos Japoneses na Universidade de Estudos Internacionais de Kanda, no Japão afirmou que o apoio também foi para um voto contrário ao governo de Ishiba. “O primeiro-ministro Ishiba é considerado pouco conservador por muitos apoiadores do ex-primeiro-ministro [Shinzo] Abe”, disse.
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