Líderes mundiais reagiram ao anúncio do presidente Donald Trump, no sábado, de que os EUA realizaram um “ataque muito bem-sucedido” a três instalações nucleares no Irã, incluindo Fordo. “Este é um momento histórico para os Estados Unidos da América, Israel e o mundo. O Irã deve agora concordar em acabar com esta guerra”, publicou o presidente dos EUA no Truth Social.
Veja como os líderes mundiais reagiram após o ataque:
O ministro das Relações Exteriores iraniano, Abbas Araghchi, disse em uma declaração no X que sua nação “reserva todas as opções” para responder ao ataque.
“Os eventos são ultrajantes e terão consequências eternas”, disse Araghchi. “Todos os membros da ONU devem estar alarmados com este comportamento extremamente perigoso, ilegal e criminoso. De acordo com a Carta da ONU e suas disposições que permitem uma resposta legítima em legítima defesa, o Irã reserva todas as opções para defender sua soberania, seus interesses e seu povo.”
Araghchi disse que os ataques às “instalações nucleares pacíficas do Irã” pelos EUA foram “uma grave violação da Carta da ONU, do direito internacional e do TNP”.
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, disse: “A decisão ousada de Trump mudará a história”. Falando minutos após o ataque, Netanyahu disse: “O presidente Trump e eu costumamos dizer: ‘Paz pela força’. Primeiro vem a força, depois vem a paz.” E esta noite, Donald Trump e os Estados Unidos agiram com muita força”.
A Rússia condenou “veementemente” os ataques dos Estados Unidos a três instalações nucleares do Irã. Em comunicado divulgado neste domingo (22), a diplomacia russa chamou os bombardeios de “decisão irresponsável” e alegou uma violação flagrante ao direito internacional. “A decisão irresponsável de realizar ataques com mísseis e bombas no território de um Estado soberano, independentemente dos argumentos apresentados, viola flagrantemente o direito internacional”, disse o Ministério de Relações Exteriores do país.
Enquanto isso, a China condenou veementemente o ataque dos EUA ao Irã e às instalações nucleares supervisionadas pela Agência Internacional de Energia Atômica, disse o Ministério das Relações Exteriores chinês no domingo.
A medida viola gravemente a Carta das Nações Unidas e agrava as tensões no Oriente Médio, disse o ministério em um comunicado em seu site.
Um informe divulgado na mídia estatal afirmou ainda que os Estados Unidos estariam “repetindo o erro cometido no Iraque”, referindo-se à invasão americana no país em 2003. “A história tem demonstrado repetidamente que intervenções militares no Oriente Médio frequentemente produzem consequências não intencionais, incluindo conflitos prolongados e desestabilização regional”, afirmou a mídia chinesa.
A China pediu às partes em conflito, especialmente Israel, que cessassem os ataques o mais rápido possível e iniciassem o diálogo e as negociações, disse o ministério.
Já o Secretário-Geral das Nações Unidas, António Guterres, alertou no sábado que os ataques dos EUA ao Irã representam uma escalada perigosa em uma região já volátil, sendo uma séria ameaça à paz e à segurança globais.
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“Há um risco crescente de que este conflito saia rapidamente do controle — com consequências catastróficas para os civis, a região e o mundo”, disse Guterres em um comunicado divulgado pela Reuters.
“Neste momento perigoso, é fundamental evitar uma espiral de caos. Não há solução militar. O único caminho a seguir é a diplomacia. A única esperança é a paz”, disse ele.
Em um comunicado divulgado no X, o Papa Leão XIV afirmou que “a guerra não resolve os problemas, mas os amplifica e produz feridas profundas na história dos povos”. O pontífice clamou para “que a diplomacia faça silenciar as armas” e alertou para o risco de um “precípio irreparável” com a escalada das tensões. “Nenhuma vitória armada pode compensar a dor das mães, o medo das crianças ou futuros roubados”, disse o Papa.
O Ministro das Relações Exteriores da Venezuela, Yvan Gil, condenou os ataques em uma mensagem no Telegram: “A Venezuela condena a agressão militar dos EUA contra o Irã e exige a cessação imediata das hostilidades. A República Bolivariana da Venezuela condena firme e categoricamente o bombardeio realizado pelos militares dos Estados Unidos, a pedido do Estado de Israel, contra instalações nucleares na República Islâmica do Irã, incluindo os complexos de Fordow, Natanz e Isfahan.”
O presidente cubano, Miguel Díaz-Canel, também condenou os ataques à plataforma de mídia social X, afirmando: “Condenamos veementemente o bombardeio americano às instalações nucleares do Irã, que constitui uma perigosa escalada do conflito no Oriente Médio. A agressão viola gravemente a Carta da ONU e o direito internacional e mergulha a humanidade em uma crise com consequências irreversíveis.”
O Ministério das Relações Exteriores do México pediu um diálogo diplomático sobre X: “O ministério apela urgentemente ao diálogo diplomático para a paz entre as partes envolvidas no conflito no Oriente Médio. Em consonância com nossos princípios constitucionais de política externa e com a convicção pacifista de nosso país, reiteramos nosso apelo para apaziguar as tensões na região. O restabelecimento da coexistência pacífica entre os Estados da região é a maior prioridade.”
Um porta-voz do governo australiano também pediu abrandamento da tensão, informou a Reuters: “Temos deixado claro que o programa nuclear e de mísseis balísticos do Irã representa uma ameaça à paz e à segurança internacionais. Tomamos nota da declaração do presidente dos EUA de que agora é o momento da paz. A situação de segurança na região é altamente volátil. Continuamos a pedir abrandamento da tensão, diálogo e diplomacia.”
Reações em todo o mundo estão chegando lentamente enquanto os líderes avaliam o impacto do ataque.
O Conselho de Segurança Nacional da Coreia do Sul se reuniu neste domingo com o conselheiro Wi Sung-lac, pedindo aos “ministérios relevantes que minimizem o impacto da recente série de acontecimentos no Oriente Médio”, de acordo com comentários de um porta-voz presidencial divulgados pela agência de notícias sul-coreana Yonhap.
O Papa Leão disse que a comunidade internacional deve se esforçar para evitar a guerra, que corre o risco de abrir um “abismo irreparável”, e que a diplomacia deve tomar o lugar do conflito. “Cada membro da comunidade internacional tem uma responsabilidade moral: impedir a tragédia da guerra antes que ela se torne um abismo irreparável”, disse o Papa Leão durante sua oração semanal com os peregrinos.
“Nenhuma vitória armada pode compensar a dor das mães, o medo das crianças, o futuro roubado. Que a diplomacia silencie as armas, que as nações tracem seu futuro com esforços de paz, não com violência e conflitos sangrentos”, acrescentou.
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